Comunidade

Peter Fonseca apresenta moção em Otava

MPP quer soluções para construção civil

Peter Fonseca, MPP de Mississauga, apresentou uma moção à Câmara dos Comuns em que propõe ao Governo para que olhe para a falta de trabalhadores qualificados na construção civil em Ontário e encontre uma solução semelhante ao programa de imigração que foi criado para a costa atlântica do Canadá.

Este projeto piloto foi criado em 2017 e fez com que vários imigrantes qualificados pudessem viver e trabalhar no Canadá em quatro províncias – New Brunswick; Newfoundland and Labrador; Nova Scotia e Prince Edward Island.

Na sua moção Fonseca sublinha que a construção civil representa cerca de 6% do PIB de Ontário e que nos próximos dez anos 87,000 destes trabalhadores vão entrar na reforma. A moção entrou no Parlamento a 31 de outubro e alerta que dentro de dez anos só 26% dos jovens entre os 13 e os 24 anos quer seguir a área da construção civil. O MPP refere ainda que alguns destes trabalhadores são imigrantes que vêm para o Canadá como trabalhadores temporários e que ficam “um, dois, três ou quatro anos, mas que o que realmente procuram é o estatuto de residente permanente e encontrar um caminho para a cidadania”.

Fonseca reuniu com sindicatos e empresários ligados ao ramo da construção civil e todos sublinham a falta de pedreiros, carpinteiros e de trabalhadores de cofragem no setor.

 

Comité dos indocumentados quer reunir com Ford

Manuel Alexandre, membro do Comité dos Indocumentados, não entende o timing desta moção. “Estamos a pouco tempo das eleições, o que significa que não há tempo para que ela seja aprovada. Ele está apenas a tentar ganhar votos para ser reeleito, mas ele e o Ministro Federal da Imigração na prática não estão a fazer nada pelos indocumentados”, disse.

Alexandre já não acredita que o Governo Federal resolva o problema dos indocumentados e agora a esperança reside no Governo Provincial. “Estima-se que Ontário perca 3 mil milhões de dólares em impostos por ano. O nosso objectivo é tentar pressionar Doug Ford com estes números porque com o Governo Federal não vamos chegar a lado nenhum”, avançou.

O Comité tentou reunir com o Primeiro-Ministro Justin Trudeau para o sensibilizar para o problema dos indocumentados, mas Trudeau disse que tinha a agenda lotada.  Agora o grupo espera encontrar-se em breve com o Premier de Ontário, Doug Ford.

O Ministro Federal da Imigração, Ahmed Hussen, divulgou a 31 de outubro que o Canadá vai receber 350,000 imigrantes até 2021, o que corresponde quase a 1% da população do país. Num comunicado enviado às redações Hussen explica que são mais 40,000 imigrantes do que o país pretende receber este ano.

“Em certas regiões, a fome de trabalhadores é enorme. Este plano está a tornar-nos muito competitivos no mercado global e permite-nos continuar a apresentar o Canadá como um país acolhedor”, explicou o Ministro.

O Comité dos Indocumentados critica o facto do Canadá estar disponível para receber novos imigrantes sem legalizar os indocumentados. “Temos cá tantos indocumentados e alguns deles pagam impostos. Antes devíamos arrumar a casa, legalizar os indocumentados e parar com as deportações. Além do mais a economia precisa destes trabalhadores, sobretudo o sector da costrução civil”, sugeriu Manuel Alexandre.

 

Fronteiras com pouca pressão

14 pessoas por dia

 

Milenio Stadium - Peter Fonseca apresenta moção em Otava

 

 

Recentemente o Ministro Federal da Imigração avançou ao Milénio Stadium que as fronteiras canadianas não estão a sofrer com as medidas do governo norte-americano contra a imigração.

“Os números são muito baixos, cerca de 14 pessoas por dia, não é nada se compararmos com o Peru que recebe cera de 5,000 pessoas por dia. Temos trabalhado muito para educar as pessoas antes de decidirem vir para o Canadá ilegalmente. Estamos a lidar com o fenómeno através do Canada Border Services Agency (CBSA) e Royal Canadian Mounted Police (RCMP), temos investido mais dinheiro nas fronteiras e nos refugiados”, informou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que quer decretar o fim do “direito de solo”, um dos direitos da constituição americana que determina que qualquer criança nascida no território dos EUA tem cidadania norte-americana. Um novo dado que poderá fazer com que mais imigrantes escolham o Canadá como residência. “Os números caíram 75%, mas estamos conscientes de que os movimentos migratórios mundiais afetam todos os países. O Canadá não é nenhuma exceção, mas se nos compararem com o resto do mundo os números são muito baixos”, informou.

Este ano os governos do Canadá e de Portugal assinaram um acordo para mobilidade de jovens, o que já era reivindicado há algum tempo. “2,000 pessoas vão poder vir de Portugal todos os anos para estudar e para trabalhar no Canadá e vice-versa. Foi um acordo pelo qual trabalhei muito e estou muito orgulhoso por termos assinado o acordo em maio quando o Primeiro-Ministro de Portugal veio em visita oficial ao Canadá. Era algo que a comunidade já tinha pedido há muito tempo”, referiu.

Segundo as estatísticas oficiais do Canadá, em 2017 entraram na província de Ontário 98,409 novos imigrantes.

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