Comunidade

Ex-Combatentes e Veteranos de Toronto e Marinha Canadiana anunciam parceria

“O mar está aberto para os nossos jovens no Canadá.” – Armando Branco

Na tarde do passado sábado, dia 8 de fevereiro, muitos foram os que se deslocaram à sede do Núcleo de Toronto da Associação do Ontário dos Ex-Combatentes da Guerra Colonial e Veteranos onde foi anunciada a parceria recentemente estabelecida com a Marinha Canadiana. Entre outras valências esta parceria tem como principal objetivo informar os jovens lusodescendentes sobre as vantagens de ingressarem na Marinha.

Armando Branco, presidente do Núcleo de Toronto dos Ex-Combatentes e Veteranos sublinhou à nossa reportagem a importância desta parceria – “Nasceu uma nova parceria e é um orgulho para nós. Nós queremos que vocês, (órgãos de comunicação) sejam transmissores da mensagem que vos foi passada hoje sobre as vantagens que a Marinha Canadiana traz aos jovens que nela se alistem. Não só podem tirar cursos especializados, ter os seus certificados a custo zero, para além de muitas outras benesses, como ingressando na Marinha conseguem adquirir um background de qualidade de conduta na vida que muitas vezes não se encontra. Infelizmente. A nossa mensagem é: nós fomos um povo de descobridores, marinheiros e, portanto, é natural que continuemos ligados à Marinha. E o mar está aberto para os nossos jovens no Canadá.”

Walter Moniz, Elisabete Amorin e Lisa Fair têm, pelo menos, dois pontos em comum – todos têm a Marinha Canadiana nas suas vidas e todos são lusodescendentes. Estiveram presentes na sede do Núcleo de Toronto da Associação do Ontário dos Ex-Combatentes da Guerra Colonial e Veteranos para transmitirem a certeza de que é possível um/a jovem de origem portuguesa ingressar e fazer carreira na Marinha Canadiana.

Walter Moniz é hoje Comandante na reserva, da base naval HMCS NCSM York e explicou-nos quais as condições e vantagens da entrada nesta força militar – “Podem entrar na Marinha (full time, part-time…) em Toronto e em todo o Canadá. Têm que ter entre 17 e 53 anos. Lá receberão educação e os skills set para todos os trabalhos que temos na Marinha e que lhes serão úteis mesmo quando saírem da tropa, da marinha ou da força aérea.”.

Mostrando que, ao contrário do que muitos poderiam pensar, a Marinha está aberta a todos – homens e mulheres – Elisabete Amorin contou a todos os presentes que decidiu ingressar na Marinha quando viu um anúncio e percebeu que reunia todas as condições para tentar entrar. E entrou. Hoje, Elisabete ainda permanece na Marinha porque acha que tem a obrigação de dar de volta parte daquilo que a Marinha lhe proporcionou – Elisabete tem hoje qualificação académica superior na área da Medicina Nuclear graças à Marinha, que suportou todas as despesas do curso. Atualmente, Elisabete é instrutora na formação voluntária e tenta dia a dia passar os valores e competência que adquiriu no seu serviço militar – “Eu estou na formação voluntária, portanto, não é full-time. Nós temos uma bolsa de estudo de 2000 dólares por ano, para além de garantirmos o trabalho durante os quatro meses de verão. E o dinheiro ganho (que ainda é bastante) ajuda a pagar a propina. E isso ajuda muito os estudantes – terem a garantia que não vão ficar cheios de dívidas quando acabarem os estudos. E também têm oportunidade de viajar, conhecer o mundo e aprender a, ainda muito novos, trabalhar com tanta responsabilidade. Por isso… não há melhor emprego (risos).”

Elisabete fez questão de sublinhar que, infelizmente, ainda há o preconceito relativamente à capacidade da mulher para ingressar numa força militar. É preciso superá-lo demonstrando que isso não faz sentido.

Lisa Fair, é um bom exemplo disso mesmo. Superou com sucesso um muito duro curso de mergulhadora que a levou várias vezes a ter que ultrapassar os seus próprios limites. E durante 15 anos serviu o seu país e também participou em missões da NATO.

Lisa Fair à conversa com a nossa reportagem teve oportunidade de sublinhar os benefícios da sua vida de marinheira, com a especialidade de mergulhadora, que perduram ainda hoje mesmo tendo já saído da sua vida ativa na Marinha – “bem… eu beneficiei da educação que recebi enquanto estive na Marinha e agora beneficio do programa de apoio aos veteranos quando saí da Marinha. Voltei à universidade e a Marinha está a subsidiar os meus estudos.”

Para além de todos os outros benefícios, Lisa, teve oportunidade de sublinhar que há lições que se aprendem na vida militar que permanecem para sempre e são mais-valias mesmo quando se sai da Marinha.

Armando Branco reforça esta ideia de que a vida na Marinha pode trazer muitos benefícios para os jovens e por isso deseja que mais lusodescendentes saibam que têm esta saída profissional e que a aproveitem ”com as duas mãos”.

Por fim, Bento São José, anfitrião e presidente honorário do Núcleo de Toronto dos Ex-Combatentes e Veteranos, deixou um apelo “a todos os jovens com mais de 17 anos que tenham uma certa educação, mas que ainda não sabem o que fazer da sua vida futura – pensem bem nesta possibilidade. Porque ser militar é muito importante. Servir o Governo, manter a segurança da Nação é muito importante. E é também muito importante que os jovens lusodescendentes mostrem, também aqui no Canadá, que têm muito valor. E que se lembrem quem somos – um povo marinheiro e descobridor.”

Madalena Balça/MS

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