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LiUNA Local 183 entrega 89 bolsas de estudo – no valor de $800,000

A LiUNA Local 183 entregou sexta-feira (26 de outubro) 89 bolsas de estudo. O Scholarship Trust Fund foi criado em 1998 e este ano entregou bolsas no valor de $800,000.

Segundo as últimas estatísticas, cerca de 60% dos canadianos tem estudos pós-secundário. No entanto, prosseguir os estudos não é barato e esta bolsa pode ser uma ajuda preciosa para que estes jovens possam realizar os seus sonhos.

Em declarações ao nosso jornal, Joseph Mancinelli, vice-presidente internacional do sindicato de trabalhadores da construção civil, falou-nos sobre a importância deste gesto. “Este é o nosso 20.º ano a entregar bolsas a estudantes de universidades e de colleges. Esta bolsa é uma grande ajuda para os jovens e para as famílias e acho que esta noite todos têm motivos para estar muito orgulhosos. Os nossos membros trabalharam muito para que este sindicato fosse aquilo que é hoje e eles colheram os frutos desse trabalho com bons benefícios de saúde e um bom plano de reforma. Mas também temos de pensar no futuro e apostar na educação é investir no futuro”, explicou.

Jack Oliveira, business manager da LiUNA Local 183, incentivou os pais a acreditarem no potencial dos filhos e sublinhou que a entrega das bolsas é uma forma de devolver a gratidão. “É graças ao trabalho árduo dos nossos sócios e aos sacrifícios dos nossos pensionistas que estamos aqui hoje. Vamos devolver essa gratidão e ajudar os filhos deles a estudarem. Eu próprio tenho três filhos e todos eles concluíram a universidade, por isso sei muito bem o que custa. Deixo aqui um repto para que todos os pais invistam no futuro dos filhos, é a melhor decisão que vão tomar na vossa vida”, justificou.

Dois dos bolseiros com quem falámos querem dedicar a vida à investigação e à prevenção de crimes. A Gabriela Brito Arce quer estudar criminologia na Universidade de Toronto, apesar de ter dedicado grande parte da vida à dança, uma actividade que garante que lhe ensinou características essenciais para o mercado de trabalho. “Tenho 18 anos e quero estudar criminologia. Gostava de ser investigadora forense, esse é o meu sonho. Nós ajudamos a identificar os criminosos e isso torna o mundo melhor. Sempre conciliei a escola com a dança que é uma forma importante de me expressar. A dança ensina-nos a trabalhar em equipa, a ser pontuais, disciplinados e a ter coordenação”, admitiu.

De acordo com o último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o Canadá é o segundo país do mundo, depois da Coreia, com a maior percentagem de licenciados. Em 2017 foram mais de 60% os jovens entre os 25 e os 35 anos que prosseguiram estudos universitários.

Os luso-canadianos também se inserem neste universo e segundo dados do ministério da imigração 36% dos filhos dos imigrantes que escolhem o Canadá para morar concluem uma licenciatura na universidade.

Os critérios para conseguir obter uma destas bolsas são exigentes e o voluntariado é um must have. Nicholas Carvalho tem 18 anos e quer ser polícia. O jovem relativiza o ataque da van na Yong Street em abril e o tiroteio em Danforth que chegou a ser reivindicado pelo Estado Islâmico e garante que Toronto é uma cidade segura. “Tenho 18 anos e quero ser polícia. Nasci no Canadá, mas o meu pai é português. Estou a estudar na Universidade Guelph-Humber e gosto muito de música. Toco guitarra, piano e bateria; gosto de jogar futebol e de dar algum do meu tempo à comunidade. Apesar dos episódios recentes acho que o Canadá é um país seguro, mas é óbvio que podemos fazer mais em matéria de prevenção”, avançou.

Nicholas é luso-canadiano, vive em Brampton e garante que as boas notas são fruto de perseverança. “Acreditem em vocês próprios, sei que parece um cliché, mas a nossa mente é a nossa arma mais poderosa. O meu pai é imigrante e ele é o trabalhador mais dedicado que conheço. Os meus pais sempre me incentivaram a estudar para ter um futuro melhor”, revelou.

As áreas de estudo dos bolseiros são bastante diversificadas e passam pela medicina, direito, acção social, engenharias, ciências e tecnologias, entre muitas outras. Este ano concorreram cerca de 183 jovens, um número que dificultou muito o trabalho do Comité Académico Independente, o órgão responsável pela seleção dos candidatos. “Nem toda a gente pode receber uma bolsa de estudo. A LiUNA não interfere na seleção, o nosso comité é completamente independente e avalia o perfil de cada candidato. Não contam apenas as notas, também é importante fazer voluntariado, por exemplo. Não existe nenhum sindicato na América do Norte que entregue tantas bolsas como este”, referiu Mancinelli.

O valor total da bolsa pode ir até $10,000 que são entregues em tranches anuais de $2,500 e a direção do maior sindicato da América do Norte partilhou com o Milénio Stadium a receita do sucesso para a liderança. “Determinação e trabalho árduo. Vejam o que aconteceu neste sindicato (183) num período tão curto de tempo. Não foi por acaso e se estes jovens seguirem este exemplo tudo é possível”, disse Mancinelli.

Jack Oliveira começou a trabalhar na construção civil com 24 anos e em 2011 tornou-se Business Manager da Local 183. “Eu sou filho de um trabalhador da construção civil que era sócio da Local 183 e antes de ocupar esta posição tive vários anos do outro lado. Antes de sermos business manager temos de acumular experiência lá fora. Só assim é que compreendemos as dificuldades e é que conseguimos colocar-nos nos sapatos deles. Mas são os sócios que decidem quem ocupa estas posições. Costumo dizer que o céu é o limite para estes jovens”, contou.

Uma antiga bolseira partilhou a sua experiência pessoal e disse que trabalhou muito para ser uma das vencedoras. Shireen Salti nasceu na Palestina e apesar de estar no Canadá há apenas dez anos já tem um currículo impressionante. “Não é fácil conseguir uma bolsa destas, mas foi muito mais difícil emigrar, sobretudo para os meus pais que tiveram de deixar tudo para trás. Tinha 15 anos quando cheguei ao Canadá, estudei Business Society na Universidade de York e agora trabalho para o ministério da educação. Como disse no meu discurso, não tenham medo se o vosso percurso não correr como planearam, pelo meio vão conhecer muitas pessoas e algumas delas vão abrir portas”, sugeriu.

A cerimónia de entrega das bolsas escolares da LiUNA Local 183 contou com a presença de vários políticos, nomeadamente o Ministro Federal da Imigração, Ahmed Hussen, que já é uma presença habitual neste evento. “Desejo muita sorte a todos estes jovens, eles são um grande exemplo para o nosso país. E enche-me de orgulho saber que a LiUNA está a investir nas gerações futuras”, comentou.

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