Comunidade

FPCBP – Celebrar a Mulher e refletir

No Dia Internacional da Mulher, o restaurante “Lisbon by Night” acolheu um almoço organizado pela Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP). Desde 2007 que a FPCBP toma a iniciativa de juntar mulheres neste dia ainda tão importante para todas.

Lena Barreto, na altura presidente da FPCBP, começou este Luncheon anual e agora conta-nos como surgiu essa ideia:

“Achámos que havia uma parte importante que tínhamos que celebrar – o trabalho que a mulher fazia. Não só na comunidade, mas também em negócios e noutras coisas que faziam e que são bastante importantes para a nossa comunidade. Ainda acho que nós não temos mulheres suficientes em lugares de poder. (…) E outra coisa que eu acho importante é que a mulher traz uma perspetiva muito diferente, uma maneira diferente de fazer as coisas. Talvez seja de uma maneira carinhosa, diferente da forma como os homens dirigem um negócio. Como mulher, eu própria tenho tido que lutar de forma muito diferente! Primeiro porque sou mulher, segundo porque não nasci aqui no Canadá, nasci em Portugal. Tive que aprender duas línguas, tive que tentar perceber onde estava… Não era canadiana, não era portuguesa… E essa luta fez-me perceber que temos de celebrar o que temos conseguido enquanto mulheres, enquanto comunidade, e achei que a Federação era a organização mais indicada para fazer este almoço”.

Eduarda Lee Sousa-Lall, presidente da Federação, falou-nos da importância na atribuição de poder à mulher e do direito à igualdade: “Nos dias de hoje, em 2019, as mulheres estão a dar força a outras mulheres e estamos a tentar trabalhar em conjunto. Existem determinadas áreas no mundo, dentro da nossa comunidade e também no Canadá, onde as mulheres estão a tentar encontrar a sua voz. Assim, o que é importante é que todas as mulheres se apoiem e entreajudem de forma a encontrarem a sua voz para que possamos ser uma nação global, para que a nossa voz seja ouvida e para que possamos ter oportunidades iguais. As mulheres têm ideias brilhantes! Dêem-lhes a oportunidade!”.

Sabendo que a mulher tem ainda um papel mais complexo na sociedade, lidando com vários, ainda evidentes, estigmas, há uma preocupação clara: a saúde mental. Donas de casa, mães, empregos e compras no supermercado, ter a certeza que tudo está bem. E nós? Como estamos?

Cuidar de nós próprias deve ser também uma prioridade. Se não estivermos bem connosco, não será possível um bom relacionamento com o outro – seja em casa, seja no trabalho. Tivemos a oportunidade de perceber porquê, com a psicóloga Grace Labão Martins que nos falou das várias formas de saúde e bem-estar consideradas fundamentais para uma vida feliz.

“Como sabemos, as mulheres trabalham muito, são cuidadoras e dão muito do seu tempo. Mas como é que elas cuidam de si mesmas? Eu vejo muitas mulheres que dizem “não estou bem”, “sinto-me sobrecarregada”, “sinto-me angustiada”, “estou tão cansada”, e sentem que a sua felicidade desapareceu como resultado disso. A minha preocupação é que se continuar a fazer isso e não começar a cuidar de si também, isso vai resultar em doenças mentais. E isso é muito desanimador, porque as mulheres são seres incríveis, que fazem tanto – elas precisam de cuidar de si mesmas! Para isso, temos de olhar para algumas áreas chave relacionadas com o bem-estar. Não apenas para o alcançar, mas também para o manter. Temos agentes causadores de stress, adversidades, coisas que acontecem na nossa vida…Vamos estar bem o suficiente connosco próprias para sermos capazes de lidar com os desafios que surgem? Se você não estiver bem, não será capaz de lidar com os momentos difíceis da vida.

A maioria das mulheres vai desmoronar e isso afetará a sua capacidade de ir trabalhar, funcionar, afetará os relacionamentos, afetará o seu tempo com a família. Algumas mulheres dizem “a relação com a minha família está uma confusão porque eu própria estou uma confusão”. Então, novamente, enfatizo o quão importante é o bem-estar para todos! (…) Gosto de usar a expressão “your thoughts can make you or break you”. Precisamos pensar sobre o negativismo com que estamos a alimentar a nossa mente e como é que isso nos está a afetar.”
Um dia que vai continuar a ser celebrado – porque continua a ser necessário alertar consciências. Porque a Mulher tem que ser mais valorizada e isso, entre outras coisas, implica que também se valorize a si própria.

Catarina Balça

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