Comunidade

Contribuintes apresentam propostas para próximo orçamento federal

MP de Davenport reuniu com população

Os moradores de Davenport tiveram a oportunidade de apresentar as suas ideias para o próximo orçamento federal. A sessão pública foi quinta-feira na New Horizons Tower na Bloor Street West e apesar do frio alguns não perderam a oportunidade para mandar recados a Otava.

“O nosso Ministro das Finanças enviou um e-mail a cada um dos meus colegas a dizer que era muito importante ter feedback dos nossos eleitores. Sabemos que as casas acessíveis são um problema para os canadianos. Sabemos que os idosos merecem uma reforma justa. Sabemos que a inteligência artificial está a mudar rapidamente o mercado de trabalho. Queremos trabalhar para encontrar soluções para todos estes problemas”, disse Julie Dzerowicz, MP de Davenport.

Peter Love era advogado antes de se aposentar e mora na área de Davenport. Em declarações ao Milénio Stadium, Love elogiou a abertura do governo para ouvir as queixas da população. “Acho que é absolutamente essencial termos uma democracia saudável. Os políticos precisam de comunicar connosco e ouvir as nossas propostas. A Julie já faz isto há muito tempo e ela fá-lo muito bem”, contou.

Durante duas horas os contribuintes fizeram propostas variadas que vão desde o trânsito até à alimentação. Em matéria de saúde, há quem defenda que o programa nacional de saúde oral deveria ser implementado e que o seguro de saúde deveria ser mais abrangente e cobrir fisioterapeuta, psicólogo e ambulância.

Os moradores queixam-se ainda do preço da habitação que atingiu valores muito elevados, sobretudo nos últimos anos, e do aumento do custo de vida em Toronto. O governo tem de investir mais em habitação acessível e tem de trabalhar com a banca para conseguir juros mais baixos para que os casais possam comprar a sua própria casa.

“Ficaria feliz se os impostos descessem, mas também não quero que a qualidade dos serviços públicos diminua ou seja afectada por isso. Toronto está a ficar uma cidade muito cara, mas acho que a nossa qualidade de vida é proporcional”, explicou Sarah Scott, gerente do restaurante Lisbon By Night.

“Gostava de ver mais investimento em casas acessíveis. É muito difícil os jovens conseguirem em Toronto um espaço até para arrendar quanto mais comprar. Quando eu era jovem nós podíamos comprar uma casa se tivéssemos um bom trabalho”, explicou Peter Love.

Em relação ao mercado de trabalho há ainda quem defenda que os idosos que apresentam boas condições físicas e mentais deveriam ter a possibilidade de trabalhar depois dos 65 anos e que deveria haver uma maior articulação entre a oferta de cursos universitários e as verdadeiras necessidades do mercado de trabalho. Há também quem lamente o preço das creches e defenda a criação de um plano para ajudar os pais com os custos. Os canadianos criticam ainda o preço das tarifas de telemóvel, que é uma das mais elevadas do mundo e querem mais acesso a alimentos saudáveis no dia-a-dia na sua área de residência. “A creche é um dos grandes assuntos do momento e sabemos que os conservadores não vão fazer nada por isso. Ainda não tenho filhos, mas gostava que o governo criasse uma estratégia nacional para ajudar as famílias”, sugeriu Sarah Scott.

Os contribuintes também querem mais educação financeira nas escolas para que as famílias não entrem em endividamento e argumentam que é preciso investir mais em inovação e tecnologia.

Outra das grandes preocupações é o aquecimento global e as mudanças climáticas do planeta. Os canadianos sustentam que o governo deve incentivar as pessoas a adotarem novos hábitos e que um bom exemplo disso seria a criação de um imposto sob os sacos de plástico. Os torontonianos estão também preocupados com os tiroteios que têm assolado a cidade nos últimos meses e com os problemas de trânsito.

“A taxa de carbono que o governo federal anunciou é a melhor maneira de lidar com isto. Precisamos de tomar medidas em relação ao aquecimento global. Tivemos agora os incêndios mais trágicos da Califórnia, nos EUA, temos furacões, tudo isto são fenómenos que resultam disso e o Canadá como país rico precisa de ser um exemplo para o resto do mundo. Acho que devíamos banir as armas por completo, só os polícias é que precisam de armas”, sugeriu Peter Love.

“Eu tenho um restaurante e o trânsito afecta o meu negócio. Eu pessoalmente detesto conduzir na baixa da cidade. Gostava de ver mais eficiência nos gastos com transportes públicos”, advertiu Sarah Scott.

Os avanços da tecnologia estão a ameaçar o emprego de alguns canadianos e os contribuintes querem que o governo invista na formação destas pessoas de forma a que elas possam voltar a ser absorvidas pelo mercado. “Para as próximas gerações não vai ser fácil porque alguns postos de trabalho vão ser eliminados pela tecnologia. Já não existem trabalhos estáveis, tudo pode mudar de um dia para o outro”, lamentou Peter Love.

Outro dos assuntos sensíveis foi a relação do país com os povos indígenas. Os moradores querem que o governo faça mais por este pequeno grupo e que crie programas para compensá-los dos danos que sofreram com más decisões políticas.

As propostas para o próximo orçamento federal podem ser enviadas para o e-mail [email protected] e as eleições federais são a 21 de outubro de 2019.

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