Comunidade

Amigas de Toronto apoiam o Princess Margaret Cancer Centre

As Amigas de Toronto voltaram a juntar-se na LiUNA Local 183 e reuniram mais de $80 mil dólares para apoiar o Princess Margaret Cancer Centre, o maior centro do país no tratamento de cancro.

Em declarações ao Milénio Stadium, Angela Machado, presidente e fundadora das Amigas de Toronto, confessou que o objetivo era ambicioso. “Quando começámos este jantar anual só com mulheres achámos que contribuir para a investigação na área do cancro da mama podia ser uma boa causa. Infelizmente no salão não temos espaço para mais pessoas, mas eu gostava de ultrapassar o valor que juntámos no ano passado”, avançou.

Maria Conceição Amorim e Gabriela Pavão sobreviveram ao cancro da mama e provaram que a vida não acaba com o diagnóstico desta doença. A primeira foi diagnosticada há mais de 20 anos, numa altura em que se falava pouco de cancro. “Já lá vão 23 anos e naquele tempo não se falava muito da doença nem da prevenção. As mulheres têm que estar atentas às alterações do seu corpo, porque na hora de tratar faz toda a diferença. Lembro-me do processo inteiro, desde a biópsia até à quimioterapia. Perdi o cabelo e tive de usar peruca. Mas nunca senti vergonha, achei apenas que o mundo ia desabar debaixo dos meus pés”, recordou ao nosso jornal.

Gabriela Pavão recebeu o diagnóstico terminal e passados 10 anos ainda está viva. “Foi um pesadelo, tinha tido o meu quarto filho há pouco tempo e os médicos disseram que tinha que começar logo a quimioterapia. Só pedi a Deus que me desse mais alguns anos para conseguir criar os meus filhos. Sou enfermeira, não fumo e não tenho herança genética, sou um daqueles casos raros”, adiantou ao Milénio Stadium.

Gabriela retirou um dos peitos e hoje utiliza uma prótese. “Nunca achei que é o corpo que nos define enquanto pessoas, mas sendo mulher claro que afetou a minha autoestima. Mas o mais importante é viver um dia de cada vez e depois de ter tido uma segunda oportunidade agora digo sempre o que sinto pelas pessoas à minha volta. Sei que não estou curada, mas agradeço a Deus por cada dia e por poder ver os filhos crescerem”, contou.

A Canadian Cancer estima que um em cada dois canadianos vá desenvolver a doença durante a sua vida e os investigadores agradecem o apoio da comunidade para o desenvolvimento da investigação. Srikala Sridhar é investigadora no Princess Margaret Cancer Centre e é uma presença assídua neste evento. “Já há muitos anos que as Amigas de Toronto nos ajudam e estes fundos vão ser muito importantes para dar continuidade ao nosso trabalho, mas é claro que ainda há muito a fazer. Temos feito avanços significativos na área da imunoterapia com que fazem que os pacientes possam viver mais tempo e com mais qualidade de vida durante os tratamentos”, referiu.

Os cortes na saúde em Ontário estão a afetar a investigação que reclama mais verbas para testar novos medicamentos e para o tratamento ao domicílio. “Os cortes têm afetado vários setores, inclusive a saúde. Precisamos de mais financiamento para testar novos medicamentos. Este dinheiro também vai ser útil para que os pacientes possam recuperar-se em casa sem terem de se deslocar ao hospital, porque os nossos hospitais estão muito congestionados e assim os nossos pacientes também têm mais qualidade de vida”, informou a investigadora.

A noite terminou com o sorteio de uma viagem aos Açores, uma oferta da Azores Airlines, e com uma homenagem a Fátima Pereira, uma antiga colaboradora do grupo que não sobreviveu aos tratamentos.

Joana Leal/MS

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