Comunidade

Açorianidade vivida em Toronto

Amor da Pátria fez 48 anos

O clube açoriano mais antigo de Toronto fez 48 anos. Em noite de festa a decoração do Amor da Pátria, que está sedeado na Casa dos Açores de Ontário, foi inspirada nas cores do clube, o azul e o branco, e o Milénio Stadium esteve lá.

Maria Manuela Goulart faz parte do núcleo de fundadores do clube e já ocupou vários cargos na direção. “O Amor da Pátria foi criado a 1 de fevereiro de 1971 por um grupo de açorianos que tinha saudades da sua terra. Nós eramos sobretudo das ilhas do Triângulo – Faial, Pico e São Jorge e queríamos manter a nossa cultura viva. Eu e o meu marido somos os sócios número 99 e eu já fui presidente, vice-presidente, já estive na Assembleia Geral e agora sou coordenadora de eventos”, disse ao nosso jornal.

Apesar da longevidade, o clube nunca teve uma sede própria, o que não preocupa a direção. “Nunca angariamos dinheiro para isso, as direções estavam sempre a mudar e a oportunidade acabou por não surgir. Hoje talvez fosse possível, mas é claro que os jovens também têm os seus compromissos e é preciso organizar eventos todos os fins-de-semana. Mas estamos muito bem aqui na Casa dos Açores porque afinal de contas também fazemos parte dela”, contou-nos.

Há dois anos Valerie da Silva decidiu abraçar a presidência do clube e preservar o que sobra da cultura açoriana em Toronto. A jovem presidente tem 39 anos e fala com a voz trémula sobre a açorianidade de Vitorino Nemésio. “Quando era pequenina participava no grupo folclórico e fiz grandes amizades neste clube. Já fiz parte de várias direções e há dois anos chegou a minha vez de ser presidente. A minha missão é tentar preservar a herança açoriana para as próximas gerações. É difícil definir a nossa cultura, mas somos apaixonados pelo mar e pela terra, é essa simplicidade que temos nos nossos corações”, explicou.

A presidente quer atrair jovens ao Amor da Pátria e uma das formas de fazê-lo é através da chamarrita, uma dança popular típica dos Açores que faz parte do património cultural da região.

“Acho que é importante continuarmos a organizar as célebres noites de chamarrita para que os jovens aprendam as nossas tradições e possam mais tarde mantê-las vivas. Eu própria tenho dois filhos e embora eles sejam muito novos, estou a tentar transmitir-lhes um pouco das minhas raízes”, sublinhou.

A festa contou com a presença de alguns convidados ilustres, foi o caso da deputada que representa a área da University-Rosedale e do novo Cônsul-Geral de Portugal em Toronto. Jessica Bell falou sobre a sua experiência de imigrante e elogiou a capacidade dos portugueses para se inserirem na sociedade canadiana e ao mesmo tempo terem as suas próprias tradições. Por sua vez, Rui Gomes deixou uma mensagem de esperança ao Amor da Pátria. “48 anos é a idade que, se tudo correr bem, irei celebrar dentro de alguns meses, portanto como eu me considero jovem este clube também é muito jovem (risos). Fico feliz por observar que temos cá bastantes jovens e aproveito para desejar as maiores felicidades a esta associação que espero que assinale muitos mais aniversários”, referiu.

Antes do jantar foi feito um minuto de silêncio em homenagem aos sócios desaparecidos e no corte do bolo era visível alguma emoção nos rostos dos membros da direção do clube. A noite terminou com dança ao som do grupo musical Brazza.

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