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“A fé salva-nos”

A fé que move multidões voltou a Marylake no passado dia 18 de maio. Muitas são as razões que levam os fiéis a mostrar a sua devoção, todos os anos, nesta celebração em honra de Nossa Senhora de Fátima. O dia começa cedo e só termina à luz das velas.

“Estamos no mês de Maria, no mês de Nossa Senhora de Fátima. As festividades de Marylake este ano passaram para o dia 18 de maio e eu como faço parte do grupo coral Mariano vim cá cantar. Foi muito bonito – o Padre Williams fez uma cerimónia muito bonita. E acho que as pessoas vão daqui com o coração mais cheio.”, partilhou connosco Vitor Santos.

O Padre Williams Rapozo, responsável pelas cerimónias daquele dia, explicou que o dia é longo e que a homenagem a Nossa Senhora de Fátima acontece durante vários e diferentes momentos – “Todas as nossas atividades começaram bem cedo: eram 9 da manhã, tivemos a oração do rosário, adoração eucarística, confissões, a missa, entretanto a Via-Sacra, a contemplação dos mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus. É a nossa homenagem a Nossa Senhora de Fátima”.

Há também quem entenda que a fé e a religião passam pela ajuda ao próximo e que faça dessa crença o seu “destino” – assim o diz Maria Melo, que desde que estas celebrações são feitas em Marylake, faz questão de estar presente para receber os peregrinos, lavando-lhes e massajando-lhes os pés. “Eu pergunto sempre às pessoas quantas horas caminharam – muitas dizem que andaram durante sete horas, outras oito. Eu digo-lhes sempre que fizeram essa caminhada e tiveram a força da Nossa Senhora para os acompanhar durante a viagem. Porque às vezes vamos a uma loja qualquer e passado uma hora ficamos cansados! Estas pessoas saem de casa, muitas delas lá de Toronto, do Dufferin Mall por exemplo, e chegam aqui com um sorriso tão bonito – como se nada tivesse acontecido”, conta-nos Maria.

O grupo coral Mariano tem um papel fundamental na criação de um ambiente harmonioso e onde todos se sintam bem. Lurdes Dias, membro do grupo, partilhou a sua alegria por fazer parte de momentos como este – “Hoje para mim é um dia maravilhoso. Eu canto no grupo coral e adoro. Faço parte também de um grupo de peregrinação, somos 20 pessoas e viemos de Maple. Eu vim a cantar e a rezar o tempo todo! E a minha voz não se cansa. Adoro cantar, adoro rezar, adoro a Nossa Senhora de Fátima.” Também Fernando Faria, ensaiador e coordenador do grupo coral, nos falou da felicidade que sente ao trabalhar com pessoas que se entregam de forma tão sincera a estas celebrações – “Adoro o grupo Mariano, é um grupo muito bom, é um grupo coral que está sempre com muita atenção. Muito fáceis de ensinar. Além de sermos um grupo coral, somos também missionários de Maria – com os nossos cânticos estamos a levar a palavra de Maria ao mundo, a todos aqueles que nos escutam, e é essa a nossa missão.”

São muitos aqueles que decidem caminhar até Marylake neste dia. Amélia Tomás é uma das muitas peregrinas que, ao fim do dia, sente que o caminho da fé que há muitos anos percorre, e que a leva tanto a Marylake, como a Fátima em Portugal, lhe traz a paz que precisa – “Eu esta noite senti-me muito emocionada. Muito! Senti-me muito feliz aqui, ao lado da Nossa Senhora de Fátima. Quando vou a Portugal, vou sempre ter com ela. Mas quando fazem aqui a festa em maio e depois em outubro eu venho sempre. A pé! Faço isto há muitos, muitos anos. Faço sete horas a pé. Quando chegamos, a sensação é incrível – faz-nos chorar, olhar para a Nossa Senhora de Fátima e agradecer por mais um ano para fazermos esta caminhada.”

Apesar do sacrifício, Padre Williams acredita que a recompensa será sempre maior – “Tudo aquilo que nós fazemos com amor, com fé, para a Nossa Senhora, retorna a cada um de nós com bênçãos, com certeza. Eu sei que muitas pessoas aqui vieram pedir uma graça – quero deixar uma bênção muito especial a todos aqueles que, com muita fé, muita devoção, vieram até ao santuário neste dia. Todos nós somos peregrinos e o nosso destino final é o céu.”

E porque, para quem acredita, “a fé salva-nos”, Vitor Santos deixa-nos com a crença de que, assim, tudo é mais simples -“Acreditem. Nunca desistam, tenham muita fé. Às vezes na vida devemos entregar as coisas na mão de Deus, na mão de Nossa Senhora. Quando nos vemos mais atrapalhados é isso que devemos fazer – foi isso que eu fiz um dia e as coisas têm corrido bem. A fé salva-nos. Rezem, vivam em paz, em amor, em harmonia – somos assim todos mais felizes e conseguimos caminhar no nosso dia a dia de uma forma muito mais fácil.”

Catarina Balça

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