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As bicicletas, a saúde e a segurança em Toronto

A Cycle Toronto é uma organização sem fins lucrativos que tem vindo a desenvolver o seu trabalho no sentido de ajudar Toronto a tornar-se uma cidade mais amiga do ambiente, mais segura e saudável para todos, ciclistas e não ciclistas. No programa “Camões em Toronto”, Telma Pinguelo recebeu Liz Sutherland da Cycle Toronto e entre outros temas, falaram do cada vez maior número de roubos de bicicletas, que se tem registado nos últimos anos.

Camões Rádio: Em primeiro lugar gostávamos de saber mais sobre a Cycle Toronto. Qual é o papel desta organização?

Liz Sutherland: A Cycle Toronto promove uma cidade mais segura e ciclável. Relacionamo-nos com a Câmara Municipal e outras organizações da comunidade e promovemos atividades que incentivem e encorajem cada vez mais gente a utilizar a bicicleta, com segurança e com prazer.

CR: Há cada vez mais pessoas a usarem a bicicleta como meio de transporte?

LS: Na realidade temos vindo a assistir a um aumento de pessoas que conduzem a sua bicicleta em Toronto. Nos últimos anos houve um aumento muito significativo, especialmente na zona mais urbana.

CR: Para além de ser amiga do ambiente, que outros benefícios é que a bicicleta tem?

LS: É uma extraordinária maneira de fazer alguma atividade física. Muitos de nós passam muito tempo sentados nas suas secretárias, em frente a um ecrã de computador, por isso é uma boa forma de praticar exercício e é também uma forma muito “low cost” de chegar à baixa de Toronto. Depois de comprar a sua bicicleta o utilizador não tem mais gastos – não há custos com gasolina, seguro, passes de transporte público. Além disso em grande parte da cidade de Toronto é a maneira mais rápida de circular, por causa dos problemas de trânsito condicionado. E como referiu é também bom para o ambiente.

CR: Mas também há alguns problemas. Sabemos que tem havido muitos roubos de bicicletas. Porque é que isto tem vindo a acontecer com tanta frequência?

LS: Temos realmente um problema com o roubo de bicicletas em Toronto e várias outras cidades canadianas. Como é óbvio, quanto mais bicicletas circulam, maior é a probabilidade de aumentar o número de bicicletas roubadas. Em 2017 foram também roubadas muitas bicicletas que estavam em arrumos fechados de condomínios. Alguns roubos acontecem porque as bicicletas não estão devidamente bloqueadas, mas também não há muitos sítios para elas serem guardadas com segurança. Mas este é de facto um problema crescente. Muitos ciclistas ficam sem a sua bicicleta e não a conseguem recuperar nunca mais.

CR: Quando se compra uma bicicleta podemos registá-la?

LS: Temos um sistema de registo gerido pela polícia de Toronto. O registo pode ser feito online, no site da própria polícia. É fácil, é só descrever a bicicleta e anotar o número de série, mas o registo é chave. Nós também encorajamos as pessoas a tirarem uma fotografia da sua bicicleta porque, no caso de ser roubada, é mais fácil identificá-la e provar que é vossa. Aconselhamos também, naturalmente, que as pessoas usem cadeados bons e fortes. Isto é o que as pessoas podem fazer, mas a cidade também deve providenciar parques seguros para bicicletas. Ainda quanto ao registo, a Polícia também podia torná-lo mais userfriendly permitindo, por exemplo, a colocação de uma fotografia.

CR: Como é que funcionam os parques de estacionamento de bicicletas municipais?

LS: Bem, basicamente alugas o espaço, mas não há muitos disponíveis em Toronto.

CR: Na cidade há bicicletas para alugar. Do que conhece essas bicicletas são muito usadas também?

LS: O programa de partilha de bicicletas de Toronto é, na verdade, muito popular. Aliás, acabaram de anunciar uma expansão do programa e haverá mais pontos de recolha de bicicletas. Há realmente muita gente a usá-las.

CR: Outro tema que gostaria de abordar tem a ver com a forma como as pessoas que usam bicicleta lidam com as regras da estrada. Nem sempre da melhor maneira, não acha?

LS: Há de facto esta tensão permanente entre ciclistas e automobilistas. Parece que há uma falta de respeito e empatia. Todos temos que aprender a partilhar a estrada. Há certamente condutores que são terríveis, assim como há pessoas que, com as suas bicicletas, não usam a estrada como deve ser. E isso é realmente frustante para toda a gente. Há certamente muito para melhorar das duas partes. O que é fácil constatar é que quando há zonas com pistas próprias para bicicletas essa tensão baixa consideravelmente. É que aí há espaço para todos – automobilistas, peões e ciclistas.

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