Ana Bailão inaugurou escritório na St. Clair

Ana Bailão inaugurou sábado o seu novo escritório de campanha. As alterações nas fronteiras do bairro de Davenport obrigaram a uma relocalização do gabinete comunitário que passa da Bloor St. West para o 1226 da St. Clair West.

Em declarações ao Milénio Stadium, a luso-canadiana disse que esta era uma nova fase da campanha. “Temos vindo a espalhar a nossa mensagem pelos quatro cantos de Davenport, mas agora temos aqui um novo espaço. As campanhas não são sobre um candidato, são sobre comunidades, ideias e valores e espero que as pessoas se revejam no nosso projeto. Nos últimos oito anos tenho sido a voz da comunidade e é isso que quero continuar a ser”, disse.

O novo bairro 16 tem problemas para os quais Ana Bailão acredita ter uma solução concreta e executável. “Esta nova área está em transição. Diria que está na fase em que a minha área estava há dez anos e por isso é que acho que sou tão boa candidata. A Rogers, a St. Clair e o pequeno comércio precisam de ser revitalizados. Vamos ter novas estações do SmartTrack que vão ajudar a resolver o problema do congestionamento na St. Clair. Foram estas as reclamações que ouvi quando bati às portas”, avançou ao Milénio Stadium.

A luso-canadiana, que é vice-presidente na Câmara de Toronto, promete lutar por casas mais acessíveis, pela prevenção das inundações e pela revitalização do novo bairro e deixa uma mensagem especial para a comunidade portuguesa. “infelizmente não temos nenhum outro luso eleito pela autarquia de Toronto, temos que acabar com o que penso ser um mito, que os portugueses não votam. Em relação aos outros moradores espero que eles reconheçam o meu trabalho e me dêem o seu voto”, explicou.

Foram muitas as caras conhecidas que fizeram questão de apoiar Bailão neste dia e que se disponibilizaram para ajudar durante a campanha eleitoral. Como slogan de campanha, a candidata inspirou-se no pai. “A cidade, os locais e o nosso dia-a-dia estão sempre a mudar. A forma como gerimos o progresso, se traz ou não igualdade, é que é opcional”, justificou.

Apesar de ter nascido em Vila Franca de Xira, em Lisboa, Bailão emigrou com a família para o Canadá e estudou sociologia na Universidade de Toronto. Sempre morou na área onde está a concorrer a um terceiro mandato e cá encontrou uma cidade diferente pela qual garante que vai continuar a lutar. “Tinha 15 anos quando cheguei a Toronto. Nessa altura perguntei à minha mãe onde é que estavam as favelas e ela disse-me que não existiam. E isso foi suficiente para perceber que aqui toda a gente tem a oportunidade para ser bem-sucedido. Temos que lutar para que continue a ser assim”, disse.

Estava a pensar em continuar os estudos em assistência social quando foi convidada por Mário Silva para fazer parte da sua equipa. O antigo vereador não lhe poupa elogios e antecipa um futuro risonho. “A Ana trabalhou no meu gabinete e tenho muita confiança nela. Vim cá para demonstrar o meu apoio e acho que ela tem um grande futuro pela frente. Ela é competente, dinâmica e tem feito muito por Davenport. Acredito que ela vai ganhar e que um dia pode chegar a presidente da Câmara de Toronto”, admitiu.

Numa altura em que muito se fala sobre a representação feminina na política, os luso-canadianos acreditam que as mulheres enriquecem esta atividade. “A Ana é honesta, trabalhadora e está sempre a lutar pelos direitos dos portugueses. Além do mais as mulheres trazem uma perspetiva diferente à política”, sugeriu Lena Barreto, vice-presidente do Luso Canadian Charitable Society ao nosso jornal.

Adam Vaughan, membro do parlamento por Spadina- Fort York, fez questão de deixar um recado a Doug Ford. “É ótimo ver a democracia local em funcionamento. Temos tido dias difíceis, mas cabe a nós lutar para que depois das eleições tenhamos gente que saiba proteger as comunidades, construir cidades e resolver problemas porta a porta”, disse.

As eleições são no dia 22 de outubro e para além de Ana Bailão estão a concorrer ao bairro 16 três candidatos.