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34% das crianças com menos de 17 anos têm acesso à canábis

O governo promoveu terça-feira (13 de março) uma sessão pública de esclarecimento sobre a liberalização da canábis. O encontro foi no Joseph J. Piccininni Community Centre na St. Clair Ave West e durou cerca de duas horas. A legalização arranca entre 1 e 15 de julho.
Julie Dzerowicz, deputada federal eleita por Davenport, foi a moderadora da sessão e o convidado especial foi Bill Blair, membro do Parlamento de Scarborough Southwest e secretário parlamentar do Ministro da Justiça e do Ministro da Saúde.

Em declarações ao Milénio Stadium, Bill Blair disse que “estas reuniões, juntamente com o trabalho da Task Force sobre Legalização e Regulação da canábis e as consultas on-line vão ajudar a criar legislação que deverá ser introduzida no Parlamento esta primavera”.
Blair sublinhou várias vezes no encontro que o objectivo do Governo não é promover o uso desta droga, “antes pelo contrário, queremos apenas regulamentar o mercado e se o fizermos agora depois será mais fácil. 34% das crianças com menos de 17 anos têm acesso à canábis”, avançou.

A fiscalização vai ser apertada e a multas são pesadas. Quem promover o consumo do produto junto dos jovens, através de rótulos apelativos, entre outras formas, incorre numa multa que pode chegar aos 5 mil milhões de dólares ou até três anos de prisão. Dar ou vender canábis directamente a um jovem pode representar 14 anos de prisão. A idade mínima para consumir é 18 anos e o governo compromete-se a desenvolver várias campanhas de sensibilização para os riscos da substância.
Vai ser proibido conduzir duas horas depois de ingerir a substância, quem o fizer sujeita-se a uma multa de 1000 dólares ou a detenção imediata, consoante o nível de droga detetado no sangue. “A polícia está a ser treinada para identificar os sintomas de alguém que está a conduzir sobre o efeito da canábis”, explica Blair.

Cada pessoa vai poder ter até quatro plantas de canábis em casa e pode ter na sua posse até 30 gramas da droga. A substância está autorizada sob três formas – seca, fresca ou sob a forma de óleo. Os níveis de THC (tetrahidrocanabinol) vão ser testados pelo governo federal e cabe a cada uma das províncias reduzir a idade mínima para consumo, se assim o entender, tal como restringir os locais públicos para o consumo da substância.

Questionada pelo Milénio Stadium, Dzerowicz sublinha que a maioria das receitas vão ser distribuídas pelas províncias. “Não sei quando o governo espera arrecadar em impostos com a venda das canábis mas 75% das receitas geradas vão ser entregues às províncias que vão poder investi-los em educação e saúde”, avançou a deputada federal.

Julie D. garante que a legalização não aconteceu de forma rápida. “Acho que o prazo é ambicioso mas nós fizemos muitas consultas, durante quase um ano ouvimos doutores, professores e polícias. Se me perguntares se vai correr tudo bem em julho a minha resposta é não. Mas nós estamos preparados”, explicou Dzerowicz.
Nas lojas a tabela de preços da canábis varia entre cinco e 12 dólares. A média é de sete dólares por grama. No caso dos óleos os valores são bem diferentes, oscilam entre os 100 e 250 dólares, de acordo com a dosagem e com a quantidade.
A legalização da canábis poderá ser boa para a economia. O Canadá está a tornar-se no líder mundial de produção de canábis e estima-se que a substância gere cinco mil milhões de dólares para a economia.

Joana Leal

Reportagem por Joana Leal

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