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O amor em tempos de pandemia

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Crédito: DR.

O Dia de São Valentim deste ano tem tudo para ser inesquecível. Afinal, será o primeiro a ser celebrado em meio a pandemia de Covid-19 em uma realidade bem diferente do que estávamos acostumados. O comércio está encerrado em muitas regiões, portanto nada de jantares em restaurantes, idas ao cinema ou passeios pelos centros comerciais em busca de presentes. A ideia é usar a criatividade, e gastar menos, já que durante o ano muitos perderam ou tiveram horas reduzidas nos empregos. Foi isso o que mostrou uma pesquisa feita pela Hellosafe.ca que apontou que os canadianos pretendem gastar em média $74 dólares no Dia de São Valentim deste ano, 20% a menos do que foi gasto em 2020, quando o total chegou a $94 dólares. Apesar da realidade de crise econômica, muitos fazem questão de manter a tradição, e não dispensam os presentes e comemorações com a pessoa amada. Segundo a mesma pesquisa os maiores gastos tendem a ser em jantares, presentes e flores.

Uma boa notícia para o setor florista que, apesar dos pesares, tem nessa data uma das melhores do ano em termos de vendas. Será um alívio para muitos comerciantes desse ramo, que dependem dessas vendas para equilibrar as suas contas e sobreviverem pelos próximos meses.

E quem não abre mão de homenagear a pessoa amada, e respeitar a recomendação do Governo de ficar em casa, pode garantir a compra das rosas, lírios, tulipas e companhia, de maneira online. O empresário, Cesário Ginjo, que está há 20 anos à frente da “Flowers Canada”, negócio pioneiro de vendas online de flores, e também é um dos proprietários da “Dolce Chocolate”, uma loja online especializada em chocolates belgas, está otimista com as vendas dos últimos dias e fala que muitas pessoas estão a fazer encomendas. “Esse ano, diante da situação atual, esperamos ter um dos melhores Valentine’s Day dos últimos tempos, as vendas aumentaram 300%, são 400 encomendas nesses dias que antecedem e no dia 14 de fevereiro em si”. Rosas e chocolates, afinal, parecem o combo perfeito para tocar o coração dos apaixonados.

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Cesário Ginjo, proprietário do Flowers Canada.

Neste ano atípico o empresário fala que que foi necessário muito planejamento para dar conta de todos os pedidos. As rosas, que estão sempre entre as campeãs de vendas, são o tipo de flor em particular, que quem não se adiantou, pode ter dificuldades em encontrar. Isso porque o setor florista foi afetado diretamente pela pandemia, já que muitas fazendas locais e internacionais cortaram ou fecharam totalmente a produção de flores, e apesar de algumas terem sido retomadas, o ritmo de produção foi afetado.  Além disso, com a redução de voos internacionais o abastecimento de flores vindas de outros países foi comprometido. Apesar dessas questões, a aposta é alta e a expectativa de ter um bom faturamento nessa época fundamental para o setor.

“Nós não vendemos flores, vendemos emoções e sentimentos”. A frase, muito usada por Cesário, revela que apesar de tempos de economia mais retraída, acredita que as pessoas precisam de um alívio e de momentos de felicidade, como apreciar um ramo de flores enviado por alguém especial. Confira uma entrevista com o empresário, que mesmo em ano de pandemia acha que os moradores de Toronto vão manter o romantismo em alta. Se ainda não comprou as flores para a sua cara metade, ainda vai a tempo e se preferir pode fazê-lo online, do conforto de sua casa.

Milénio Stadium: Este ano tem sido um ano atípico em diversos setores comerciais. De que maneira o setor de flores/chocolates, sentiu o efeito da pandemia? Houve diminuição ou aumento das vendas?

Cesário Ginjo: Este ano tem sido difícil por dois lados: a falta de produtos (inventário), provocada pelo cancelamento e restrição de voos internacionais, que interferiu diretamente no nosso abastecimento, já que 80% das flores vêm de outros países, e também a questão interna de manter os funcionários, com o “abre e fecha” do comércio imposto pelo Governo.

MS: O seu negócio já nasceu online, numa época em que as vendas pela Internet, ainda não eram tão populares como agora. Que tipo de vantagens considera que tem em relação a outros floristas, ou negócios, que por causa da pandemia se viram obrigados a vender online?

CG:  Com certeza nós temos vantagem porque afinal são 20 anos de experiência nesse mercado de venda online. Temos o entendimento desse mercado e sabemos quais as melhores estratégias para aumentar o número de clientes e vendas. Mas como eu digo sempre: “nós temos que nos educar, porque estamos a aprender todos os dias”. No ramo de venda de flores há muita competição, por isso é preciso saber o que o cliente quer, como entregar esse produto e qual o preço mais atrativo.

MS: O Dia de São Valentim costuma ser uma das melhores datas do ano em termos de faturamento/ comercialização de produtos para o setor florista. Este ano qual a expectativa? As vendas permanecem em alta ou haverá redução, quando comprada a anos anteriores?

CG: A expectativa é muito boa. Acho que este será um dos melhores Dia de São Valentim dos últimos anos. As nossas encomendas cresceram na ordem de 300%. Para já temos 400 pedidos relacionados a data. E neste ano acho que teremos um aumento de vendas devido a dois fatores: muitos clientes não vão querer comprar flores nos supermercados devido à espera nas filas, e também o facto das pessoas estarem fechadas em casa durante um longo período de tempo, e precisarem de um pouco de alegria. É como eu costumo dizer: “Nós não vendemos flores, vendemos emoções e sentimentos”, e isso é o que faz a diferença e é o que leva as pessoas a escolherem o nosso serviço.

MS: Percebeu algum tipo de mudança na forma de comprar do consumidor? Em um ano de dificuldades econômicas para muitos, houve redução nos valores dos arranjos de flores, ou kits de chocolates, comprados?

CG:  Com todas as restrições impostas pela pandemia, as pessoas estão mais fechadas em casa e não fazem tantas atividades quanto antes, portanto os clientes este ano estão mais atentos aos detalhes e têm mais tempo para pesquisar e comparar preços, prazos de entrega, todas essas questões antes de efetuarem a compra, de facto.

MS: Quais são as flores/chocolates campeões de vendas neste ano para a data de São Valentim?

CG: Esse ano parece que as campeãs de vendas serão as rosas vermelhas. Aliás, o que é uma mudança face a anos anteriores porque a maioria dos clientes preferia os ramos coloridos e com flores variadas.

Lizandra Ongaratto/MS

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