Editorial

Filho de uma Mãe

Uma criança chegou no outro dia

Veio ao mundo da maneira habitual

Mas tinha aviões para apanhar e contas para pagar

Aprendeu a ir embora… Harry Chapin 

À  medida que a pandemia avança, as mães, na sua maioria, tornaram-se as cuidadoras das suas crianças. O ensino online e a falta de vagas disponíveis nas creches resultaram em métodos parentais não contemplados antes da pandemia. As mães tornaram-se professoras, organizadoras, nutridoras, e tudo o que inclui o lar, a custo das suas vidas pessoais e profissionais, que têm vindo a ser planeadas ao longo de vários anos. Antes da pandemia e numa sociedade moderna em que os encargos financeiros pesam sobre os casais, a mulher viu-se obrigada a entrar no mercado de trabalho em níveis recorde. Agora, estão a ser forçadas a sair do mercado de trabalho para enfrentar a realidade da vida e cuidar da família. O recente programa de cuidados infantis, com dimensão nacional, introduzido pelo Governo Liberal Federal, demorará vários anos até ser implementado e depende das negociações individuais com as províncias.  Será este o impulso para as mulheres regressarem ao mercado de trabalho, ou será apenas mais uma fantasia como muitas outras promessas do passado? A criação dos filhos, principalmente durante a infância, é fundamental para o desenvolvimento da criança.

Filho de uma Mãe-editorial-mileniostadium
Cartoon by Stella Jurgen

O armazenamento de crianças em centros durante várias horas por dia, sem a influência dos pais, resulta em implicações que afetam tanto a criança como os pais para toda a vida. Qual será o resultado da separação pais/criança socialmente? Se analisarmos os millenials e as gerações mais jovens vemos as mudanças sociais em evidência. Embora estas gerações sejam mais experientes tecnologicamente, as suas capacidades de comunicação ficam aquém porque os computadores e smartphones eram os seus cuidadores. O desafio de criar uma criança “normal” será a melhor forma de proporcionar integração numa sociedade obcecada com comunicação. As mudanças psicológicas que se devem à separação mental irão tornar-se em desafios sociais nos anos que se seguem. A culpa será atribuída à forma como os pais educam as suas crianças. Este domingo (9) é o Dia da Mãe, uma celebração anual obrigatória para honrar a mãe da família. Este dia celebra a maternidade, os laços maternais e a influência da mãe na sociedade.

A comercialização do Dia da Mãe e de outros dias deste género reduz o impacto dos sentimentos profundos que devemos expressar às nossas mães. Porquê esperar por aquele dia específico para dizer às nossas mães o quão importantes são nas nossas vidas? Pode-se argumentar que, devido às pressões diárias, assistimos à diluição dos aspetos sentimentais que criam um vazio na forma como nos comunicamos uns com os outros, incluindo com as nossas mães. São feitos mais telefonemas no Dia da Mãe do que em qualquer outro dia do ano. Será porque no resto do ano ignoramos as nossas mães? Em vez de flores e chocolates, que são símbolos temporários, motivados pelo sentimento de culpa, devemos expressar a nossa estima pelas nossas mães com ações diárias que demonstrem o nosso amor. Dar só por culpa é um gesto vazio num dia do ano em que as mães só querem ouvir as palavras “amo-te”.

Os gatos saem do berço à procura de vida, com base nos seus instintos, adquiridos através das pessoas que os deram à luz e os criaram. Esses instintos são a fundação de uma vida a ser vivida. É uma responsabilidade imensa. A todas as mães, tenham o vosso dia, mas abracem-no com base na essência da realização espiritual pelo que criaram. À minha mãe, Leontina, apesar das dificuldades para criar a sua família, as suas ações providenciaram a fundação para que as suas crianças vivessem vidas independentes. Ao completar 90 anos, você continua a demonstrar a sua compaixão e preocupação com os desafios que os seus gatos enfrentam todos os dias. O seu amor silencioso é a motivação que precisamos. Obrigado por ter sido e continuar a ser uma inspiração para viver, independentemente dos obstáculos que os nossos espíritos enfrentam. 

Feliz Dia da Mãe para todas as mães. 

Fique bem. 

Manuel DaCosta/MS


Mother’s child

 

Filho de uma Mãe-editorial-mileniostadium
Cartoon by Stella Jurgen

A child arrived just the other day

He came to the world in the usual way

But there were planes to catch 

and bills to pay

He learned to walk away….Harry Chapin

As the pandemic rages on, mothers, for the most part, have become caregivers for their children. Online learning and the lack of available childcare spaces have resulted in parenting methods not contemplated before the pandemic. Moms have become teachers, organizers, nurturers, and embracers of all that is home at a cost to their personal and professional lives, which had been planned over many years. A modern society where financial burdens weigh heavily on couples forced women into the labor market at record levels before the pandemic. They are now leaving the same labor market forcefully to confront the reality of life and care for the family. The recently created national childcare program introduced by the Federal Liberal government is years away from full implementation and is dependent on negotiation with individual provinces. Will this be the impetus for women to return to work, or will the plan be a pipe dream like many other promised plans from the past? Child-rearing, mainly in infancy, is critical in a child’s development.

The warehousing of children in independent centers without the parent’s influence for many hours of the day results in implications that affect both the child and parents for a lifetime. What will be the result of child/parent separation socially? Examples of societal change are in evidence if we analyze the millennial and younger generations. While these generations are technically savvy, communication skills are suspect because computers or smartphones were their babysitters. The challenge of raising a “normal” child will be how the integration will happen in a society obsessed with communication. Phycological challenges due to mental separation will become a social challenge for years to come. It will be blamed on how parents are raising their children. This Sunday (9) is Mother’s Day which is the obligatory yearly celebration honoring the mother of the family. This particular day celebrates motherhood, maternal bonds, and the influence of mothers in society.

Commercialization of Mothers Day and other alike days reduces the impact of the deep feelings we should express to our mothers. Why wait for that one day to tell our mothers how important they are to our lives? It could be argued that the dilution of sentimental aspects in life due to daily pressures creates a void on how we communicate with each other, including our mothers. More phone calls are made on Mother’s Day than any other day of the year. Is it that the rest of the year, we ignore our mothers? Instead of flowers and chocolates, which are temporary tokens of guilt thinking, our mothers’ depth of appreciation should be expressed through daily actions that show our love. Giving because of guilt is a hollow gesture on the one day of the year when mothers may only want to hear the words “I love you.”

The cats leave the cradle to look for life based on instincts acquired from the people that gave birth and raised the child. Those instincts are the foundation for a life to be lived. That’s quite a responsibility. To all mothers, have your day but embrace it from the essence of spiritual fulfillment for what you have created. To my mother, Leontina, despite the hardships to raise your family, your actions provided a foundation for your children to go and live independent lives. As you turn 90 years old, you continue to show your compassion and worries for the challenges that your cats face each day. Your silent love is the motivation we need. Thank you for being and continuing to be an inspiration to live regardless of the obstacles to our spirits. 

Happy Mother’s day to all mothers.

Be well.

Manuel DaCosta/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER