Editorial

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Editorial

A confusão que está a ser criada no setor da educação devido às várias entidades responsáveis pela sua implementação nunca vai ter os resultados esperados. Daqui a um mês, os estudantes deverão regressar à escola e o mundo parecerá ter voltado ao normal. Mas será que estará? Estão a ser implementados planos pelo Governo de Ontário que, de acordo com Doug Ford, são os melhores planos criados no Canadá, estando o resto do país numa correria para nos imitar. Os professores, os sindicatos, a direção escolar e os pais discordam do Premier, levantando a questão “Quem sabe melhor?”. Torna-se aparente que apesar de todo o oratório bombástico de todos os lados, no final são os pais que sabem melhor. 

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Cartoon by Stella Jurgen

 

Ao longo da pandemia da Covid-19, a seguinte mensagem tem sido constante: “estamos todos juntos nisto”. Este sentimento reconfortante assegura um caminho de esperança e de que melhores tempos virão enquanto batalhamos as emoções aceleradas, a raiva, o medo e a depressão. As crianças e os animais de estimação foram vistos como distrações positivas e muitos sugerem que o tempo que passaram juntos garantiu uma maior união familiar. Presumi que com o início escolar, os pais iriam querer as crianças fora de casa para reaver alguma sanidade, mas não, parece que nem os melhores planos do mundo serão suficientes para atenuar os medos da Covid-19. Para onde quer que olhe nos meios de comunicação e até nas redes sociais vê a ofensa e o ridículo de tudo o que tem vindo a ser anunciado na educação. Então quem sabe melhor? Será que alguém sabe? São gastos milhões de dólares em especialistas para criarem planos, no entanto, ninguém pára para pensar e perceber que para os novos conceitos de educação funcionarem, a mensagem tem que ser modificada. As pessoas estão visivelmente a queixarem-se de que este modelo não funcionará para as suas famílias. A guerra de palavras nas redes sociais, os emails para o Governo e para os diretores das escolas são o mantra do “estamos todos juntos nisto”. A sério? O que poderá ser mais prejudicial para o futuro das nossas crianças do que adultos em guerra que são educados, mas não têm educação?

Educação é um processo de facilitar a aprendizagem ou a aquisição de conhecimento, habilidades, valores, crenças e hábitos. Quando, em 1796, Orace Mann decidiu tornar-se no primeiro professor, criou um sistema onde as palavras e a presença de um indivíduo poderiam mudar a vida de um jovem. Com a mudança dos tempos, os sindicatos doutrinaram a boca dos professores para se tornarem porta-vozes políticos e criaram sistemas que são mais benéficos para eles próprios do que para os alunos. 

Porquê tantos desentendimentos no que diz respeito à educação?  Talvez devêssemos voltar ao quadro de desenhar e aceitar a provisão de conhecimentos baseados em factos, verdades, leis, princípios, ideias e história, entregues com integridade-serviria para educar em qualquer momento da história. Consegue imaginar esta simples sugestão “Não consigo ensinar nada a ninguém, apenas consigo fazê-los pensar”. E Eric Hofler disse: “A principal tarefa da educação é criar uma vontade e facilitar a aprendizagem; deveria produzir não pessoas aprendidas, mas aprendizes. A verdadeira sociedade humana é uma sociedade em aprendizagem, onde os avós, os pais e as crianças são todos estudantes”. 

Na minha opinião, os estudantes deveriam ser aqueles que não conseguem perceber o que é melhor para as crianças. 

Já chega de hipérboles! 


Editorial in English

The education mess being created by various entities responsible for its implementation will never achieve the desired result. In a month from now, students should return to school and the world will once again seem right. But will it be? Plans are being implemented by the Government of Ontario which according to Doug Ford are the best laid plans in Canada which the rest of the country is rushing to imitate. The teachers, unions, school boards and parents beg to disagree with the Premier, raising the question “Who knows best?”. It’s becoming apparent that despite all the oratory bombast from all sides, parents in the end will know best. 

 

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Cartoon by Stella Jurgen

 

Throughout the Covid-19 pandemic, one consistent message has been that “we are all in this together”. This comforting sentiment provided an avenue for hope and better times ahead as we battled accelerated emotions, anger, fear and depression. Children and pets were seen as positive distractions with many suggesting that spending time brought families together. I had assumed with the school starting, parents would want the rug rats out of the house so they could regain some sanity, but no, it does not appear that the best laid plans in the world will be sufficient to allay the fears of Covid-19. Everywhere you look on mainstream or social media you hear the outrage and ridicule of everything that has been announced in education. Who then knows best? Does anyone? Millions of dollars are spent on experts to come up with plans, but no one is pausing to think and trust that if the altered concepts for education are to work, the messaging has to be modified. People are complaining loudly that it will not work for their family. The war of words on social media, emails to the government and school officials are the mantra of “we are in this together”. Really? What can be more detrimental to the future of our children than warring adults who are educated but have no education? 

Education is a process of facilitating learning or the acquisition of knowledge, skills, values, beliefs and habits. When in 1796, Orace Mann decided to become the first teacher he created a system where the words and presence of an individual could change a young person’s life. How time have changed where unions have indoctrinated teacher’s mouths to become political mouthpieces and created systems which are more beneficial to themselves than for students. 

Why so many disagreements about the purpose of education? Perhaps going back to the drawing board and accepting that provision of knowledge based on facts, truths, laws, principles, ideas and history delivered with integrity would serve to educate at any moment in history. Can you imagine this simple suggestion “I cannot teach anybody anything, I can only make them think” And Eric Hofler said “The central task of education is to impact a will and facility for learning; it should produce not learned but learning people. The truly human society is a learning society, where grandparents, parents and children are students together”. 

In my view the students should be those who can’t figure out what’s best for the children. 

Enough hyperbole already! 

Manuel DaCosta/MS

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