Desporto

Jogar ou não jogar… eis a questão!

Foi no passado dia 30 de abril que o Governo português anunciou a retoma da I Liga e ainda deu luz verde para se realizar a partida que irá revelar o vencedor da Taça de Portugal. No entanto, esta decisão ficou dependente da aprovação da Direção-Geral da Saúde (DGS) – ora, mais recentemente, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, alertou que no caso de se verificarem muitos casos positivos de Covid-19 entre os diversos clubes que compõem o principal escalão do futebol português, esta retoma terá de ser sujeita a uma “avaliação de risco” já que “é uma situação muito complexa, conciliar o retorno da atividade do futebol com regras sanitárias e de segurança. É difícil definir linhas vermelhas”, afirmou a diretora.

E as primeiras ameaças já começaram a surgir: até fecho desta edição, contavam-se 11 casos positivos de Covid-19 na I Liga portuguesa – três jogadores do Vitória de Guimarães, um do Moreirense, quatro atletas e dois membros da estrutura do Famalicão e ainda um atleta do Benfica. O clube encarnado informou, em comunicado, que se trata do jovem David Tavares, que se estreou em 2019/20 na Liga dos Campeões frente ao RB Leipzig e que, na mesma época,  jogou frente ao Vitória de Setúbal na  Taça da Liga.

Ainda assim, e nas palavras da ministra da Saúde, Marta Temido, “mantém-se a intenção do Governo de avaliar a possibilidade que temos para a retoma das competições no final deste mês”, salientando que o nosso país pode “aprender” com outros países, como a Alemanha, que retomará a Bundesliga já amanhã (16).

No passado domingo (10), a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recebeu o parecer técnico da DGS onde são reveladas as condições para o regresso da Liga NOS e da Taça de Portugal. Entre diversas medidas, salientam-se que a “FPF, a Liga Portugal, os clubes participantes na Liga NOS e os atletas assumem, em todas as fases das competições e treinos, o risco existente de infeção por SARS-CoV-2 e de COVID-19, bem como a responsabilidade de todas as eventuais consequências clínicas da doença e do risco para a Saúde Pública”.

Para além disso, os atletas e seus coabitantes, os membros do clube (que devem ser reduzidos ao mínimo indispensável), as equipas técnicas e os árbitros devem “manter-se em recolhimento domiciliário desde a data do início da retoma dos treinos para as competições oficiais até ao final da temporada de todas as competições”. A DGS recomenda ainda que os clubes apoiem “os atletas e as suas famílias”, recorrendo a “entregas domiciliárias de bens e serviços”.

Finalmente, a FPF deve elaborar um documento onde constem as Recomendações e Regras para a retoma das competições oficiais da 1.ª Liga de Futebol e da Taça de Portugal e que inclua diversas descrições, tais como o dever de elaboração de um Plano de Contingência por cada clube de futebol, de um plano de acompanhamento clínico e monitorização de sintomas dos atletas e equipa técnicas, das condições de higiene e segurança dos locais de treino, a seleção dos estádios para as competições oficiais (relembrando que as competições devem ser realizados no menor número de estádios possível), entre outros. Ora, tendo em conta esta última medida, existe a possibilidade dos clubes insulares – Marítimo e Santa Clara – necessitarem de se fixarem no continente – e até já há uma boa solução para isso! É que a FPF disponibilizou o seu “refúgio” – a Cidade do Futebol-, à Liga. Nada mau!

Os estádios devem ainda ser aprovados pela Autoridade de Saúde Regional e ter “condições que permitam a implementação de medidas de prevenção e controlo de infeção de forma sustentada”. Como já se sabia, nenhuma partida “ pode ocorrer com público no interior dos estádios, até ao final da temporada” e “no exterior e imediações dos estádios, a circulação de pessoas deve ser limitada e condicionada, não estando autorizada a concentração de pessoas em número superior a 10”.

Os departamentos médicos dos clubes são responsáveis por garantir uma avaliação clínica e registos diários para que possam “identificar precocemente qualquer sintoma sugestivo de COVID-19” e  “a FPF, a Liga Portugal e os clubes devem implementar uma estratégia de testes aos atletas, equipas técnicas e árbitros e demais intervenientes que permita a identificação precoce de casos positivos para SARS-CoV-2”. Mais vale prevenir que remediar…

O documento refere ainda que terão de ser realizados dois testes à covid-19 antes de cada jogo – um 48 horas antes e outro o mais próximo possível da hora da partida.

O Código de Conduta proposto pela DGS foi mal recebido por três jogadores do F.C. Porto (Danilo Pereira, Soares e Zé Luís), que contestaram, nas  redes sociais, a responsabilização dos próprios por qualquer consequência da covid-19. Quem sacudiu imediatamente a àgua do capote foi Pinto da Costa, presidente do clube, que declarou que esta é «uma posição que é individual». Parece que entretanto estes atletas foram elucidados e, qual truque de magia, passaram a aceitar este Código.

Perante tudo isto parece que o regresso à competição vai ser tudo menos fácil… Valerá, sequer, a pena e o risco? Eis a questão!

Inês Barbosa/MS

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