Futebol

Trocas e baldrocas

Não podemos olhar “para o lado” que os meninos da I Liga tratam logo de virar tudo do avesso! Nas quatro semanas que dedicámos este espaço à análise dos acontecimentos relativos à Taça da Liga, aos 700 golos de Cristiano Ronaldo e à terceira ronda e posterior sorteio da Taça de Portugal muito se passou: o trono, por exemplo, já mudou de “dono” duas vezes.

Longe vão os tempos áureos do promissor Famalicão. A equipa de João Pedro Sousa abandonou o primeiro lugar depois de, na oitava jornada, visitar a casa dos dragões e de lá sair derrotado por 3-0. Nessa ronda, os azuis e brancos acabaram mesmo por assumir a liderança, em igualdade pontual com o Benfica, justificada pela diferença de golos para o rival encarnado.

Pois na nona jornada tudo levou novo rumo: de visita à Madeira, o Futebol Clube do Porto escorregou e deixou-se empatar (1-1) frente ao Marítimo. Quem não deixou escapar esta oportunidade de escalar até ao primeiro posto foram as águias: em casa, golearam o Portimonense com quatro golos sem resposta.

E foi assim que chegámos à décima jornada: Benfica em primeiro (24 pontos), F.C. Porto e Famalicão em igualdade pontual (22) em segundo e terceiro, respetivamente, e o Sporting num desolador quarto lugar com 17 pontos.

O que aconteceu? Na realidade, todos estes lugares se mantiveram mas agora com “ligeiras” alterações. Vamos por partes.

O jogo inaugural desta jornada aconteceu no Estádio da Luz, onde os da casa venceram o Rio Ave por duas bolas a zero, com golos de Rúben Dias (31’) e Pizzi (51’). É a sétima vitória consecutiva na Liga e a 27ª vitória de Lage na prova em 29 jogos.

Este foi um jogo onde os primeiros 20 minutos mostraram um Rio Ave com a lição bem estudada – muita qualidade técnica mas… pouca eficácia. O cabeceamento letal de Rúben Dias, aos 31’, fez o Benfica crescer e os vila-condenses não mais conseguiram voltar a tomar as rédeas da partida. Missão concluída com êxito pelos encarnados e pressão lançada para os “de trás”.

Também a jogar em casa, o Porto estava obrigado a recuperar do deslize da jornada anterior. E apesar de muito provavelmente esta ter sido uma das piores exibições da turma de Sérgio Conceição o que é certo é que cumpriram: 1-0 frente ao Desportivo das Aves, com golo de primeira de Marcano aos 13’, após bom cruzamento de Otávio. Nota para a marcação de grande penalidade e posterior anulação após consulta do VAR, aos 24’ e, ainda antes do intervalo, novo pedido de penálti por suposta bola no braço de Mehremic, cujo pedido foi negado por Hélder Malheiro, árbitro da partida. Os avenses bem precisavam de pontos mas nem com a falta de inspiração portista lá chegaram – assim, apesar de sem cor, a partida terminou com merecida vitória azul e branca.

Empatado terminou o encontro entre Moreirense e Vitória Sport Clube, com um golo para cada lado: Edmond Tapsoba marcou aos 49’, a partir da marca dos onze metros, e Steven Vitória empatou o dérbi concelhio aos 56’. Quarto jogo sem perder e o terceiro empate consecutivo para o Moreirense que é agora 13º, com 10 pontos. Já o Vitória ocupa o quinto lugar, com 16.

Com o mesmo resultado terminou o Portimonense – Santa Clara – Jadson marcou pela equipa da casa aos 20’ e Rodrigo Freitas marcou na própria baliza já fora de horas, aos 90+7’. Uma noite para esquecer para o brasileiro.

Também os famalicenses se deslocaram a Braga com o intuito de trazer de lá os três pontos, para continuarem na corrida ao título. Dois ficaram pelo caminho, já que a partida terminou empatada a duas bolas – Galeno bisou pelo Braga (77’ e 78’) e Toni Martínez (47’) e Anderson (89’) marcaram pelo Famalicão. Um resultado provavelmente condicionado pela expulsão de Roderick Miranda aos 34’. O Famalicão está agora a dois pontos do Porto e a quatro do líder Benfica. O Braga é 10º, com 12 pontos.

Quem regressou às vitórias (já não vencia desde a primeira jornada) foi o Gil Vicente que, na receção ao Marítimo, construiu a vitória com um bis de Sandro Lima – o primeiro de grande penalidade, aos 77’, e o segundo aos 83’. O Marítimo, por seu lado, somou o terceiro jogo sem vencer.

Belenenses e Vitória de Setúbal venceram, pela margem mínima, o Paços de Ferreira e o Boavista, respetivamente. Mateo Cassierra marcou pelos azuis aos 96’ e Marlon, com um autogolo aos 77’, deu a vitória aos sadinos. O Belenenses voou para o 11.º lugar, o Paços de Ferreira é penúltimo, o Vitória de Setúbal (que deu por terminada a invencibilidade do Boavista na Liga) é 11º, enquanto que os axadrezados perderam a oportunidade de conquistarem o quarto lugar: mantêm-se em sexto, com 15 pontos.

Terminamos com estrondo: o ciclo positivo que os leões viviam sob o comando de Silas (vinham de três vitórias consecutivas) foi interrompido pelo Tondela, sétimo classificado, que conquistou a primeira vitória em casa nesta edição da Liga, por 1-0, com um golo do defesa Bruno Wilson, aos 88’.

Bruno Fernandes, Miguel Luís e Vietto bem tentaram a sua sorte mas a pontaria parecia não querer nada com os leões neste dia… E como “quem não marca, sofre” o pior dos cenários (e injusto, diga-se) acabou mesmo por acontecer. Um momento de desatenção defensiva valeu o golo que deu a vitória ao Tondela, sendo que este foi o segundo jogo consecutivo em que os leões sofreram um golo de bola parada – a equipa de Silas ocupa o quarto lugar, agora a 10 pontos do primeiro.

Inês Barbosa

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