Liga dos Campeões: Dragão só soltou fogo quando não havia tempo
Golo espetacular de Taremi, já com o apito final à vista, deu aos portistas uma vitória insuficiente para virar a eliminatória com o Chelsea. Desvantagem da primeira mão foi decisiva para pôr fim ao sonho.
O golo que podia relançar a emoção na eliminatória surgiu demasiado tarde. No quarto minuto de descontos, mais precisamente. Uma “chilena” sensacional de Taremi pôs o F. C. Porto na frente do marcador, mas já se sabia que, para escalar a montanha de 0-2 trazida da primeira mão, era preciso outro e não se chegou a perceber se o Chelsea ainda podia tremer.
A campanha portista na Champions terminou nos quartos de final, de uma forma que espelhou tudo o que foi desde o princípio: litros de suor, crença interminável, vitórias históricas, mas também armas a menos e duelos desiguais. E sim, claro que o dinheiro ganha jogos nesta prova.
É um facto que, no segundo duelo entre portistas e “blues” em Sevilha, Sérgio Conceição levou demasiado à letra a expressão da “sede ao pote” que utilizou na antevisão da partida. Abdicou de um segundo avançado ao lado de Marega para reforçar o meio-campo, talvez à procura de controlar o jogo para depois arriscar quando já não houvesse nada a perder. O técnico portista fez isso na segunda parte, mas agora nunca ninguém vai saber o que poderia ter acontecido se as opções fossem outras.
Com uma vantagem boa para gerir, o Chelsea fez uma exibição parecida com a da semana passada. Seguros a defender, rápidos no ataque, mas sem aquele rasgo que um orçamento milionário devia transformar em futebol de qualidade, os londrinos deixaram correr o marfim, jogaram com o relógio, outra vez à espera de um erro portista que desse a estocada final na eliminatória.
O F. C. Porto respondeu com a garra habitual, mas sem poder de fogo. Na única vez em que fugiu à marcação na primeira parte, Jesús Corona controlou a bola com classe (tão diferente do que fizera no lance do segundo golo adversário na primeira mão…), mas não teve a calma suficiente para bater Mendy. Sob a batuta do “motorzinho” Kanté, o Chelsea criou (pouco) perigo com as arrancadas de Havertz e Mount, desta vez bem controlados pela defesa azul e branca.
O segundo tempo começou por ser mais do mesmo, mas o jogo mudou com as substituições portistas. Mal entrou, Taremi assustou os ingleses com um cabeceamento e Luis Díaz trouxe a velocidade que faltava ao flanco esquerdo. Depois de Pulisic falhar na cara de Marchesín, o assomo final do F. C. Porto trouxe a adrenalina que o jogo devia ter tido mais cedo. Mas talvez a manta portista não desse para tanto.
Mais
Vindos do banco portista, Nanu e Taremi construíram o golo magnífico do iraniano. Kanté foi a máquina habitual no meio-campo do Chelsea. Pepe e Mbemba bem.
Menos
Manafá e Zaidu não cometeram erros gritantes, mas mostraram limitações a atacar. Bem vigiados, Sérgio Oliveira e Otávio estiveram apagados. Marega não rematou.
Árbitro
Cartões só para um lado, num critério incompreensível. Evanilson teatralizou uma queda na área no fim.
JN/MS
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