Desporto

Coronavírus – não há tática capaz de lhe fazer frente

Apesar de termos visto as ajudas direcionadas ao combate a esta pandemia, por parte de diversas entidades e personalidades do mundo do desporto, multiplicarem-se nos últimos dias, começa agora a perceber-se que tipo de impacto – economicamente falando – é que este vírus tem nas estruturas e na própria vida dos atletas.

O CIES (Centro Internacional de Estudos do Desporto) é uma organização independente localizada em Neuchâtel, na Suíça. Criado em 1995, resultou de uma parceria entre a Federação Internacional de Futebol (FIFA), a Universidade, a cidade e o estado de Neuchâtel. Este centro de estudos, utilizando uma abordagem multidisciplinar (direito, sociologia, geografia, história e administração), desenvolve pesquisas e fornece educação de alto nível e serviços de consultoria direcionados ao mundo do desporto.

Recentemente o CIES divulgou um estudo centrado nos campeonatos de Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França, onde afirma que o valor de transferência dos jogadores destes campeonatos cairá de 32,7 para 23,4 mil milhões de euros (perto de 28%) – isto no caso de não se disputarem mais jogos ou se não forem acordadas renovações até ao final do mês de junho.

Convém referir que as variáveis para estimar a percentagem de redução dividem-se em três grupos: variáveis relativas ao clube (nível desportivo e financeiro das equipas em que os jogadores jogavam antes da transferência, que é calculado com base nos resultados obtidos e na liga a que pertence. Por sua vez, o nível da liga é calculado com base nos resultados alcançados pelos clubes que representaram o país em questão em competições internacionais, nas economias dos mesmos e nos seus jogadores), à economia (o nível dos clubes, economicamente falando, é calculado com base nos investimentos recentes realizados em taxas de transferência. Tem-se ainda em conta os gastos com a aquisição de jogadores que atuam na mesma liga), e aos jogadores (que incluem a duração do contrato restante, a idade, o status internacional, a progressão na carreira e ainda o desempenho nas diferentes competições disputadas tanto por clubes quanto por seleções nacionais).

 

Assim, entre as principais competições europeias em análise, o Observatório de Futebol adianta que quem “sofrerá” mais, em proporção, será uma equipa da liga francesa – mais concretamente o Marselha, treinado pelo português André Villas-Boas. O atual segundo classificado da Ligue 1 conta com perdas a rondar os 38% (cerca de 97 milhões de euros). Já para o líder desta competição, o PSG, o CIES estima uma desvalorização na ordem dos 31,4% – cerca de 302 milhões de euros.

O “pódio” desta estimativa completa-se com duas equipas italianas – o Inter, comandado por Antonio Conte, e o Hellas Verona, onde alinha o português Miguel Veloso, com prejuízos de 35,7% (276 milhões de euros) e 34,3% (23 milhões de euros), respetivamente.

O Brest, da liga francesa, sofrerá a menor queda – 16% do valor antes da pandemia, cerca de 11 milhões de euros.

Na liga espanhola, os eternos rivais Barcelona e Real Madrid têm perdas estimadas na ordem dos 366 milhões de euros (-31,3%) e 350 milhões de euros (-31,8%), respetivamente.

Nos últimos dias têm sido noticiados diversas iniciativas de contenção de custos e até de cortes salariais em diversos clubes. Por exemplo: em Espanha, o Atlético Madrid avançou com um regime de trabalho temporário que incide sobre todos os elementos ligados ao clube e o Barcelona vai avançar com uma redução salarial de todos os trabalhadores do clube, de forma reduzir os efeitos económicos negativos provocado por esta pandemia – o capitão do bicampeão espanhol, Lionel Messi, confirmou entretanto que todo o plantel abdicou de 70% do salário durante o “período de alarme”, de forma a que os restantes funcionários possam receber os salários na totalidade.

Já em Itália, a Juventus, de Cristiano Ronaldo, anunciou em comunicado que chegou a acordo com jogadores e equipa técnica para a redução dos salários – ao todo, o clube de Turim estima uma poupança de 90 milhões de euros, admitindo, no entanto, compensar os jogadores com novos aumentos, caso as competições comecem mais cedo do que o atual prazo negociado.

Sabe-se ainda que diretores e funcionários do Tottenham, excluindo elementos da equipa de futebol treinada por José Mourinho, vão sofrer um corte salarial de 20%. Ainda assim, o presidente Daniel Levy adiantou que o treinador e os jogadores da equipa também estão disponíveis para acertarem cortes nos salários.

A quanto obrigas, coronavírus…

Inês Barbosa/MS

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