ComunidadePortugal

Portugal continua a arder… Quase 200 fogos ativos

Alexandre Franco
Diretor/Editor

Ando eu por este maravilhoso Portugal a testemunhar as cinzas que deixaram o cenário das nossas paisagens, num cinzento mortífero, triste e furioso.
Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades de Portugal para expressar tristeza e fúria pela incapacidade do governo de prevenir os incêndios que deixaram 100 mortos neste ano.
“Estamos aqui para prestar homenagem às vítimas. Que se faça justiça!”, disse uma moradora de Lisboa, de cerca de 50 anos, que participava junto a milhares de pessoas dessa “manifestação silenciosa” convocada pelo Facebook.
“Essa situação é inadmissível. Quem beneficia com os incêndios?”, questionou uma vítima, visivelmente comovida nessa manifestação na qual a multidão homenageou as vítimas com aplausos.
Portugal foi afetado neste ano pelos incêndios florestais mais mortíferos da sua história, com um saldo de 64 mortos em Pedrógão Grande, em junho, 100 km a norte de Lisboa, seguidos de 44 mortos esta semana, no norte e centro do país.
Na Galícia, Espanha, os incêndios causaram a morte de quatro pessoas.
No Terreiro do Paço, uma manifestação de cidadania onde a palavra de ordem foi “salvem a floresta” e “terminem com os fogos que matam”
“Salvem a floresta, não os bancos”, esta é uma das frases que se podem ler, nas dezenas de cartazes, que se mostraram no Terreiro do Paço, em Lisboa. Na manifestação o tom dominante foi de solidariedade com as vítimas dos incêndios deste verão e um apelo a que se criem políticas e medidas para que uma tragédia semelhante não volte a acontecer. “Hoje choro por quem morreu”, dizia um jovem, empunhando um cartaz com uma frase com esse dito. A sociedade civil veio à rua dizer: “basta”. “Este é o nosso destino? Não!”, lia-se num cartaz.
Muitas bandeiras de Portugal, vários cartazes de repúdio ao abandono das florestas, ao excesso de eucaliptos e ao chamados “negócios do fogo”; muitas famílias com crianças, alguns estrangeiros que vivem em Lisboa há anos. Cantou-se o hino, gritou-se Portugal e “Acorda Portugal”. Foi este o cenário visível no Terreiro do Paço, onde a Polícia disse estarem mais de três mil pessoas.
A manifestação, sob o lema “Portugal contra os incêndios” não teve cariz político, a única bandeira que se via foi a de Portugal, não havia bandeiras de partidos. O único incidente ocorreu, no início da manifestação, quando um grupo de jovens chegou com um cartaz de teor político, atribuindo a culpa da situação ao PS, PSD e CDS. Os manifestantes reagiram, mando-os embora e registou-se uma escaramuça que a polícia depressa resolveu.
“É a primeira manifestação a que venho. O que aconteceu com os incêndios este ano é inaceitável, tinha de vir, morreram em Pedrogão e nos incêndios de domingo mais de 100 pessoas.
É uma tragédia que não podia ter acontecido, nem pode voltar a acontecer. Não deveríamos sair da rua até as medidas de prevenção e combate sejam implementadas”, disse outra manifestante. Um sentimento semelhante, espelham as palavras de outro dos presentes. “É demasiado grave o que aconteceu. Já devíamos ter estado aqui há quatro meses, quando foi Pedrogão. Devíamos sair à rua sempre que há incêndios em Portugal”.
E é assim que se continua a ver Portugal a Arder. 193 fogos ainda a devastarem as florestas deste maravilhoso país. E os responsáveis continuam a fazer promessas, sem conseguirem cumpri-las.

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER