Comunidade

LiUNA representada em peso no Dia do Trabalhador

Vários sindicatos desfilaram segunda-feira pelas ruas da cidade e invocaram mensagens alusivas aos direitos dos trabalhadores. Por volta das 7h30 da manhã alguns dos carros já estavam preparados para a parada do Dia do Trabalhador que começou por volta das 9h30.

Em declarações ao Milénio Stadium, John Tory, presidente da Câmara de Toronto, agradeceu a todos os trabalhadores o seu contributo na construção daquela que é a quarta maior cidade do mundo a nível de população.

“Eu respeito o Acordo Coletivo de Trabalho, acho que é uma forma importante e eficiente de lidar com os problemas. E tenho que referir que a maior parte do tempo as negociações são feitas de uma forma pacífica. Os trabalhadores sindicalizados fazem um excelente trabalho em Ontário e é por isso que temos uma economia forte. Num dia como hoje só me resta agradecer todo o vosso trabalho árduo”, disse.

De acordo com a enciclopédia canadiana, a luta pelos direitos dos trabalhadores neste país remonta ao ano de 1872. Nessa altura cada trabalhador era obrigado a fazer 12 horas de trabalho diárias, uma jornada que um grupo de gráficos queria que fosse reduzida para nove. O movimento “nine hour” nasceu em Toronto e depressa se espalhou pelas outras províncias.

Organizada pelo Toronto & York Region Labour Council, um comité que representa 150 sindicatos e mais de 200 mil trabalhadores, esta é a maior parada do dia do trabalhador da América do Norte e o tema deste ano foi “mobiliza-te por justiça”.

Marcada por um coro de vozes que se opõem às políticas de Doug Ford, esta organização defende o aumento do salário mínimo, o fim das privatizações e sublinha que os sindicatos têm o dever de denunciar abusos no trabalho e de lutar coletivamente para que os trabalhadores tenham férias pagas e proteção na doença, na maternidade e na reforma.

Artistas, músicos, professores e funcionários públicos foram apenas algumas das profissões que sairam à rua para defender os seus direitos e lutar por melhores condições de trabalho, salários mais competitivos, mais benefícios na saúde e na aposentação.

Os trabalhadores da construção civil estiveram representados através da LiUNA, a maior força sindical da América do Norte, que pressiona diariamente o poder para que os trabalhadores tenham mais direitos. “Estamos no melhor país do mundo, mas às vezes os governos não nos dão ouvidos e demora anos até conseguirmos conquistar mais direitos para os trabalhadores”, contou Jack Oliveira.

O business manager da LiUNA local 183 é uma das vozes portuguesas mais influentes no movimento sindical do Canadá. O luso-canadiano não tem dúvidas de que a 183 tem um dos melhores pacotes de benefícios do país, que é renovado a cada três anos, e deixa uma mensagem de união aos membros. “Espero que continuemos unidos e a trabalhar coletivamente para conseguir o que é preciso para a nossa classe trabalhadora e para os seus familiares”, vaticinou.

A LIUNA local 183 tem atualmente mais de 57 mil membros, um número que apesar de tudo continua a ser pequeno para este homem que começou a trabalhar aos 17 anos numa fábrica de ferro.

No meio da parada encontrámos José Ferreira, um dos portugueses que tem ajudado a construir a cidade e que veio ao desfile pela primeira vez. “Sou membro da 183 há mais de 30 anos e antes de me reformar era pedreiro, é um trabalho duro. Agora vou aproveitar para descansar e para matar saudades de Portugal”, afirmou.

“We build communities” é o slogan do sindicato que que representa mais de 100 mil membros no Canadá. A local 506 é uma das filiais do grupo, com cerca de 8 mil membros da construção industrial, comercial e institucional de Toronto. Para Carmen Principato, business manager da LiUNA local 506, o mais importante é trabalhar em segurança. “Hoje distribuímos coletes refletores, é importante que sigam os procedimentos de segurança e que regressem a casa bem. Tenho orgulho em dizer-vos que todos os nossos membros estão atualmente a trabalhar”, avançou.

A parada começou na intersecção da Queen St. com a University Ave. e terminou, pela primeira vez, no Lamport stadium, uma homenagem aos trabalhadores que montam palcos e que têm os salários e os benefícios em risco.

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