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Liberais podem perder Ontário ao fim de 15 anos

O que se dizia antes do dia 7

O ciclo de 15 anos de governo liberal no Ontário parece estar a terminar e até a primeira-ministra da província canadiana antecipa uma derrota eleitoral.
Na altura em que este artigo foi escrito o Milénio Stadium ainda não tinha conhecimento do resultado eleitoral mas no passado sábado Kathleen Wynne reconheceu que vai perder as eleições. Wynne apelou aos eleitores para votarem nos candidatos liberais para que nem o Partido Progressivo Conservador (PC) nem o Partido dos Novos Democratas (NDP) tenham maioria absoluta. A primeira-ministra de Ontário falava sábado aos jornalistas depois de ter visitado o Dundas West Fest, um festival de rua que decorre todos os anos na área do Little Portugal em Toronto.

Para Cristina Martins, recandidata ao bairro de Davenport, a atitude de Kathleen Wynne revela carácter. “Fiquei em choque com as suas declarações mas a primeira-ministra revelou muita coragem. Admiro-a por ter eliminado o ruído que existia em torno dela”, referiu Cristina Martins ao Milénio Stadium.

A candidata luso-canadiana a Davenport diz que tem ouvido em campanha que “as pessoas têm medo de um governo conservador liderado por Doug Ford e não têm confiança no NDP liderado por Andrea Horwath”. Ao nosso jornal, Martins avançou que “as pessoas têm muito receio que seja eleito um governo conservador. O NDP promete dar tudo de graça a toda a gente e muitos dos eleitores não acham isto justo porque tiveram que trabalhar para adquirir aquilo que têm hoje”, adiantou.

A candidata e a primeira-ministra percorreram sábado as ruas de Toronto desde a Dundas Street West até ao escritório da luso-canadiana na Bloor Street West e sentiram-se apoiadas pelos eleitores. “Nós avançámos muito nos últimos 15 anos. Temos a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 20 anos. Aumentámos o salário mínimo e somos uma economia forte. Com a mudança de governo há um risco de retrocesso”, confessou Martins.

Os liberais estão no poder desde 2003 mas no último ano a popularidade de Kathleen Wynne tem caído a pique ao ponto de as sondagens apontarem os liberais como a terceira força política em Ontário.

Cristina Martins apelou ao voto da comunidade luso-canadiana e garantiu que continua a acreditar na vitória. “Acho que as declarações da premier não fragilizaram a campanha, antes pelo contrário, as sondagens até revelam que os liberais têm subido nos últimos dias. Mas claro que só no dia das eleições é que vamos saber”.
Em declarações ao Milénio Stadium, Charles Sousa, candidato a Mississauga-Lakeshore, garante que, apesar das declarações de Kathleen Wynne, “está a concorrer para ganhar”. Sousa sente que tem o apoio da comunidade e defende que estas declarações não atrapalham a campanha. “Tenho ouvido para votarem em mim apesar das sondagens do partido liberal por causa do que tenho feito em Mississauga para proteger o Waterfront, pela expansão do seguro de saúde para jovens até aos 25 anos e para idosos a partir dos 65 anos”, disse.

O luso-canadiano reitera que “não tem ideia como os conservadores esperam recuperar o equilíbrio orçamental” e acredita que “o NDP vai aumentar os impostos dramaticamente, 28% para as empresas”.

Nesta última legislatura sentaram-se no Parlamento Provincial três deputados luso- canadianos, Charles Sousa (Mississauga – Lakeshore) e Cristina Martins (Davenport), pelo Partido Liberal, e Teresa Armstrong (London – Fanshawe) pelo NDP.
Este ano o número de distritos eleitorais aumentou de 107 para 124, e para alcançar a maioria absoluta um partido tem de eleger pelo menos 63 deputados.

Joana Leal

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