Comunidade

Festival da UE em Toronto atrai 8 mil pessoas

Filme português esgotou

Durante mais de duas semanas foram muitos os cinéfilos que assistiram no Cinema Royal na College Street à 14.ª edição do Festival de Cinema da União Europeia em Toronto. Ao todo foram cerca de 28 filmes que estiveram em exibição e que revelarem a diversidade do velho continente através de vários géneros desde o drama ao suspense.

“Já faço isto há seis anos e é incrível ver as pessoas a aderirem ao festival. Vão ser exibidos 28 filmes, um de cada país membro. Temos muita diversidade desde documentário, drama, comédia, etc. Gostava de referir que 11 dos filmes foram produzidos por mulheres”, contou Jeremy Abessira, diretor do Festival de Cinema da União Europeia, ao nosso jornal.

No sábado foi a vez do cinema português ser exibido numa grande sala de Toronto. “A mãe é que sabe” é uma comédia de 2016 da autoria do realizador Nuno Rocha que agradou à maioria do público. A seleção dos filmes é muito exigente e a exibição do filme português teve o apoio do Instituto Camões em Toronto.

“A seleção é feita pelos institutos culturais e pelos consulados de cada país. No caso do filme português a mensagem é universal e intergeracional. Os pais tentam educar os filhos e nem sempre eles estão de acordo com as regras, isto é válido tanto para uma família portuguesa como canadiana”, disse Abessira.

O Milénio Stadium falou com vários portugueses que fizeram questão de ver o filme e que já estiveram na condição de filhos e que hoje são pais. “É uma filha que critica as regras da mãe e que quando cresce percebe que afinal ela estava certa. No meu caso também é assim, hoje sou mãe e reconheço que ela tinha razão. Algumas das deixas tocaram-me bastante porque era como se fosse eu a falar com a minha mãe ou com os meus filhos. É uma comédia que nos faz rir e chorar ao mesmo tempo”, explicou Helena Coito.

“Às vezes a educação dos portugueses é demasiado conservadora. Acho que devemos educar os nossos filhos de acordo com o que achamos que está certo, mas eles também precisam de aprender por eles próprios. E quando crescerem é óbvio que vão perceber a nossa posição como pais. Não há dúvida que a nossa mãe é que sabe. Tenho pena que alguns dos canadianos que assistiram não perceberam algumas das referências à cultura portuguesa”, argumentou Jorge Ribeiro.

“Gostei muito do título e acho que as mães têm um papel muito importante na educação dos filhos. Tenho uma filha com 40 anos que já é mãe e hoje ela compreende alguns dos meus ensinamentos. Nós viemos do Sul da Europa e trouxemos connosco os nossos valores e as nossas tradições. Não somos nem melhores nem piores que os canadianos, todos nós queremos transmitir aos nossos filhos um pouco do que aprendemos com os nossos pais. Mas também aprendemos com os nossos filhos”, avançou Manuela Marujo.

António Monteiro veio os Festival de Cinema da União Europeia e trouxe a mãe. “Vim com a minha minha mãe porque achei que ela ia gostar do filme. Quando somos pequenos criticamos os nossos pais e dizemos que vamos fazer tudo diferente. Depois crescemos e hoje com 41 anos percebo que sou igualzinho ao meu pai”, admitiu ao nosso jornal.

Pelo festival passaram cerca de 8 mil pessoas e no próximo ano a organização quer manter o formato. “Quero continuar a apostar na qualidade e na diversidade. Espero que o Festival de Cinema da União Europeia em Toronto seja um ponto de passagem obrigatório para quem aprecia cinema e acima de tudo, que as pessoas se divirtam”, antecipou Abessira.

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