Comunidade

Clubes elogiam organização da Parada de Portugal em Toronto

A Parada de Portugal juntou este ano 23 carros alegóricos. Foram muitos os portugueses e luso-canadianos que se juntaram na área do Little Portugal para assistir a esta manifestação cultural.

Kátia Caramujo, presidente da Comissão ad-hoc, responsável pela organização das comemorações do Dia de Portugal, agradeceu aos membros da ACAPO e às centenas de voluntários que fazem com que as comemorações da Semana de Portugal fiquem na história e no coração dos portugueses que aqui vivem.

A propósito da Parada, o Milénio Stadium ouviu esta semana alguns presidentes de clubes portugueses. A maioria defende que as maiores comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades no estrangeiro continuam a manter a sua essência, apesar da redução de investimento.

Linda Correia é presidente dos Poveiros Community Centre e participa há várias décadas na organização da Parada. “Acho que correu tudo bem. O José Eustáquio e o Fernando Rio foram verdadeiras âncoras, aliás, como sempre. Acho que todos nós demos o nosso melhor para que a Parada fosse um sucesso”, disse.

A presidente dos Poveiros Community Centre referiu ainda que este ano o desfilar dos carros alegóricos “foi mais rápido” e deixou algumas críticas à cidade. “Passei na Dundas e vi alguns carros estacionados. As pessoas e a própria cidade podiam ter sido mais sensíveis para com a nossa cultura”, sustentou.

Linda elogiou ainda o Rancho do Clube Cultural Português de Vaughan, que é um dos menos envelhecidos da comunidade portuguesa, e assegurou que “a Parada não vai desaparecer”. Sobre o vazio de poder na ACAPO, Correia explica que não é fácil substituir Eustáquio. “Sem ele vai ser mais difícil, neste momento não vejo ninguém que possa dar continuidade ao seu trabalho”, afirmou.

Correia adianta que a ACAPO deveria apostar em artistas locais para as festividades. “Sempre defendi isso nas nossas reuniões, é muito caro trazer um grupo de Portugal. Temos artistas locais muito bons que poderiam assegurar as comemorações”, sugeriu. A presidente dos Poveiros Community Centre gostava de ver o presidente da República de Portugal nas comemorações em Toronto. “O Marcelo Rebelo de Sousa esteve este ano a assinalar a data nos Açores e nos EUA. Acho que seria muito motivador para nós tê-lo cá na nossa Parada no próximo ano”, apontou.

Augusto Bandeira, presidente da Associação Cultural do Minho de Toronto, reconhece que a organização “esteve bem” mas disse que “podia ter sido ainda melhor se tivessem mais voluntários”. Bandeira “gostava de ter visto mais carros alegóricos na Parada” e sublinhou que para manter o nível das comemorações, os bilhetes não podem ser gratuitos. “A nossa comunidade está mal habituada, por isso é que os GNR foram cancelados. Temos que pagar bilhetes, ainda que seja um valor simbólico”, avançou.

O presidente da Associação Cultural do Minho de Toronto lamentou a falta de união da comunidade. “Todos querem protagonismo mas o meu avô costumava dizer que num galinheiro só há espaço para um galo. A Casa das Beiras e outros empresários organizaram um Arraial à portuguesa no sábado e no domingo. Não quero ofender ninguém mas acho que devíamos trabalhar mais em conjunto e não uns contra os outros”, sublinhou.

Vítor Santos é presidente do Associação Migrante de Barcelos e apesar de estar há pouco tempo no Canadá, ficou satisfeito com o resultado final. “Esta é a minha segunda Parada mas tive feedback muito positivo. As pessoas adoraram o nosso carro alegórico e o nosso sentido de humor. O Gil Vicente também esteve presente com os seus 96 jogadores”, apontou.

Santos gostava que a comunidade trabalhasse mais em conjunto e queria que o Barcelos tivesse uma tasca nas celebrações de Portugal. “Acho que a Casa das Beiras não esteve bem, eu não teria feito um evento sem envolver a ACAPO. Se tivéssemos uma tasca seria bom para promover a nossa gastronomia”, explicou.

José Mafra é presidente do Rancho Folclórico da Nazaré e também fez grandes elogios à organização. “Acho que a Parada teve o mesmo nível de outros anos. Só posso agradecer a todos os que contribuíram para que este evento fosse um sucesso”, afirmou.

Mafra não tem dúvidas de que “qualquer evento que coincida com as festividades da Semana e Portugal a prejudica” e faz votos de que a ACAPO continue com o seu trabalho. “A Aliança habituou-nos nos últimos anos a eventos de uma qualidade incomparável. Não sei se vamos conseguir encontrar alguém com as mesmas características do Eustáquio, mas o mundo é repleto de surpresas”, rematou.

Mafra vai esperar pelo DVD da Parada para ter uma opinião acerca dos carros alegóricos. “Sou um participante ativo da Parada e por isso não consegui observar os outros carros alegóricos. Mas a Nazaré esteve bem representada com as suas sete saias”, esclareceu.

A Casa das Beiras participa na Parada desde 1993. O carro alegórico envolve o trabalho de vários voluntários durante dois meses. Para Bernardino Nascimento, presidente da Casa das Beiras, o melhor carro alegórico deveria ser premiado. “Era uma forma de estimular a competição saudável. Podia ser um prémio financeiro para ajudar os clubes, por exemplo”, sugeriu.

Embora reconheça a capacidade do antigo presidente da ACAPO na captação de publicidade, Nascimento disse ao nosso jornal que seria mais económico fazer um espetáculo com artistas locais.

Sobre o arraial da Casa das Beiras, Bernardino assegurou que só o organizou porque a ACAPO não ia fazer nenhum evento. “Este assunto tem gerado alguns rumores e quero que fique claro que sempre apoiei a ACAPO. Quando aproximei a Aliança em maio, pouco depois das Bolsas Escolares, foi-me dito que não havia nenhum evento. No domingo recebemos vários políticos, a Julie Dzerowicz, MPP de Davenport; o mayor John Tory e os vereadores Ana Bailão e César Palácio”, referiu.

A Parada terminou com uma homenagem aos voluntários no jardim Trinity-Bellwoods e a LIUNA, o maior sindicato da América do Norte, foi uma vez mais o patrocinador oficial da Parada.

 

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