Canadá

Vice-PM do Canadá será fundamental para a unidade do país

A ex-chefe da diplomacia canadiana Chrystia Freeland foi na quarta-feira (20) “promovida” a vice-primeira-ministra, assumindo um papel “muito importante para a unidade do país”, disse à Lusa a politóloga Ana Cristina Marques.

“Chrystia Freeland terá um papel importante para concluir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte e de trazer unidade e compreensão às províncias do Canadá”, afirmou Ana Cristina Marques.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, apresentou na quarta-feira (20) os seus novos 36 ministros, numa cerimónia que teve lugar no Rideau Hall, em Otava, apontando como prioridades “a unidade do país, as mudanças climáticas e uma melhor qualidade de vida para a classe média”.

Foi atribuído à ex-jornalista de 51 anos e deputada pelo distrito eleitoral do Centro de Toronto o cargo de vice-primeira-ministra, responsável pelas relações entre as várias províncias canadianas, numa altura em que cresce um movimento separatista no oeste do país.

Freeland terá também a responsabilidade de renegociar um novo acordo NAFTA com os Estados Unidos e com o México.

O cargo de vice-primeiro-ministro foi criado pelo pai de Justin Trudeau, Pierre Trudeau, em 1977, uma pasta que não tem sido muito utilizada pelos sucessivos governos. A última vez que ocorreu foi em 2006, por Anne McLellan (liberal).

A politóloga sublinhou que Freeland, através desta promoção, “terá a responsabilidade de se pronunciar em quase todas as pastas”. “É muito forte em várias pastas”, afirmou.

Outro dos destaques do novo Governo vai para Jonathan Wilkinson, o novo ministro do Ambiente, eleito pelo Norte de Vancouver (Colúmbia Britânica), região com muita oposição ao projeto do oleoduto da Trans Mountain, mas com raízes na província do Saskatchewan.

Terá pela frente o desafio de responder ao descontentamento do plano liberal de cumprir as metas climáticas de Paris (emissões líquidas de zero até 2050).

A nova equipa de Trudeau, de 36 ministros, conta com 19 do sexo feminino, o que para Ana Cristina Marques representa a existência de uma “igualdade de género prometida”, com “mulheres muito competentes” para estas funções.

Nas eleições gerais de 21 de outubro, os liberais elegeram 157 mandatos, os conservadores 121, o Bloc Québécois 32, o NDP 24, os verdes dois, sendo eleito ainda um independente.

Sem uma coligação oficial, o Governo de Justin Trudeau terá que procurar o apoio do NDP em “acordos pontuais”, em questões relacionadas com o Quebeque, o “Bloc também poderá apoiar”, e até mesmo os conservadores “que não estão preparados para novas eleições”, considerou.

“Julgo que esta equipa vai conseguir governar mais de meio termo. Há garantias que pode mesmo atingir os quatro anos de mandato”, concluiu.

Deste novo elenco apresentado, destaque para o ex-ministro do Comércio Internacional Francois-Philippe Champagne, que vai substituir Freeland na pasta dos Negócios Estrangeiros, enquanto que Catherine McKenna, a ex-ministra do Ambiente, passa para as Infraestruturas. Marc Miller é a nova cara dos Serviços Indígenas. Bill Morneau continua com a pasta das Finanças. O deputado eleito por Eglinton – Lawrence (Toronto) Marco Mendicino, é o novo ministro da Imigração, Refugiados e da Cidadania.

O líder do partido conservador Andrew Scheer denominou este Governo de uma versão “maior daquela que ajudou a criar uma crise na habitação a preços acessíveis para as famílias canadianas, atacou o setor da energia e desempregou milhares de canadianos, e criou uma crise de unidade nacional”.

RTP/MS

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