Unifor & FCA não mudam modelo de negócio face ao plano da GM

Os trabalhadores da indústria automobilística em Windsor reagiram à notícia de que a GM Canada planeava investir $170 milhões na sua localização de Oshawa, Ontário, para fazer a transição da fabricação de veículos para stamping, submontagem e testes de veículos autónomos.

Segundo o presidente da GM Canada, Travis Hester, a mudança vai economizar 300 dos 2.600 postos de trabalho sindicais na fábrica. Mas para Jerry Dias, presidente da Unifor National, o anúncio da GM não mudará a forma como o sindicato pretende negociar com a Fiat Chrysler Automobiles, depois de ter sido anunciado que cerca de 1.500 funcionários ficarão sem trabalho a partir de 30 de setembro devido ao término do terceiro turno da fábrica de Windsor.

“Eu hoje não estou a comemorar. Entendo que estamos num lugar melhor agora do que estávamos, mas ainda é terrível”, disse Dias. “Estou preocupado com a forma como fazemos o melhor que podemos pelos nossos membros, que estão a perder os seus empregos, não apenas pelo trabalho direto da General Motors em Oshawa, mas também pela base de fornecedores”.

Kathy McKay, operadora de linha na fábrica de Windsor há mais de três décadas, concorda com Dias, defendendo que o anúncio da GM não deve ter qualquer “relevância” na decisão da FCA em relação ao corte do terceiro turno.
“Ainda estamos a conversar”, disse ela, referindo-se à Unifor e à FCA. “Depois disso, a GM esteve meses meses sem falar, e foi por isso que tivemos o protesto em janeiro em frente à sede da GM durante a assembleia de acionistas.”

Ela acrescenta ainda que as conversas continuam a acontecer entre o presidente da Unifor Local 444, Dave Cassidy, e a FCA, e é por isso que os trabalhadores da indústria automobilística de Windsor não tiveram que se manifestar com protestos. “Cumprimos as nossas promessas. É apenas uma questão de economia agora. Há altos e baixos”, disse McKay. “Eu não quero ver a perda do terceiro turno”.

Enquanto isso, o Unifor Local 195 disse que o anúncio da GM está a mover a indústria automobilística na direção certa. “Pelo menos neste momento há algum compromisso com a GM”, disse o vice-presidente Emile Nabbout. “Espero que isso se possa traduzir nos negócios futuros neste país e talvez possa ajudar a nossa fábrica aqui em Windsor também.”

CBC/MS