Canadá

Acordo de imigração deixa LiUNA às escuras

O PM de Portugal reuniu sexta-feira (4) com a comunidade portuguesa na LiUNA Local 183. O encontro ficou marcado por um corte de eletricidade que atingiu a cidade numa tarde em que se registaram rajadas de vento a 100 km/hora.

O episódio levou o corpo do serviço de segurança canadiano a desaconselhar a presença de Justin Trudeau no evento mas o chefe de Estado acabou por ignorar a ordem e fez questão de cumprimentar, beijar e abraçar dezenas de portugueses que estavam no local numa área com luz natural.

António Costa reuniu com representantes da comunidade e empresários locais à porta fechada mas em declarações ao Milénio Stadium o Business Manager da LiUNA Local 183 levantou a ponta do véu. “Falámos sobre a escassez de mão-de-obra que o sector da construção civil enfrenta aqui no Canadá. Dentro de oito ou dez anos há um grande número de trabalhadores que vai entrar na reforma e precisamos de começar a treinar jovens para que eles os possam substituir mais tarde”, disse Jack Oliveira.

Oliveira falou ainda sobre o projeto de lei 31 que afecta os trabalhadores da cofragem industrial ao sindicato dos carpinteiros. “Acho que este problema que o governo liberal criou não deveria ter sido resolvido no Queen’s Park mas no Labour Board. Mas é como se costuma dizer, a verdade vem sempre à tona da água”, referiu.

Questionado pelo Milénio Stadium sobre a possibilidade de o novo acordo de mobilidade para jovens assinado entre Portugal e o Canadá poder trazer alguns jovens para o sector da construção civil no Canadá, Oliveira garante que tal não vai acontecer. “De certeza que não é para o nosso ramo, aliás nós nem estávamos presentes”, assegurou.

No entanto o maior sindicato da América do Norte vai continuar a pressionar o Governo para que o problema da escassez de mão-de-obra não seja esquecido. “O nosso trabalho é pressionar e fazer lobby, nós não vamos desistir”, disse Jack Oliveira.

No seu discurso Joseph Mancinelli, vice-presidente da LiUNA, reconheceu que os portugueses são trabalhadores árduos e voltou a insistir na falta de mão-de-obra que o sector enfrenta.

Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional dos Açores, disse que esta visita do PM português tem um significado especial. “Quer dizer que a comunidade portuguesa aqui não está sozinha, tem um governo em Portugal que olha por ela e que cuida dela. Nós sabemos que esta comunidade enfrenta desafios – alguns já foram gritados aqui [indocumentados]- mas se há homens capazes de os resolverem são o Justin Trudeau, PM do Canadá e António Costa, PM de Portugal”, disse.

Este ano assinalam-se os 65 anos da chegada ao Canadá do primeiro grupo de imigrantes açorianos, que desembarcaram do navio “Saturnia”, a 13 de maio de 1953, em Halifax. Cordeiro questionou o futuro da comunidade que já vai na segunda e terceira gerações. “A resposta a esta pergunta está no exemplo da força e da determinação desta comunidade. Recai sobre as novas gerações o dever de levar o testemunho dos primeiros que cá chegaram”, sublinhou.

Calcula-se que residam no Canadá perto de meio milhão de portugueses e lusodescendentes, estando a maioria localizada na província do Ontário, sendo que cerca de 70% destes serão açorianos ou de descendência açoriana.

 

António Costa, PM de Portugal, falou sobre a alteração da lei da nacionalidade “que agora facilita aos netos dos portugueses para obterem a nacionalidade portuguesa” e a nova lei do recenseamento automático. “No Canadá esta lei vai aumentar o número de eleitores de 14 mil para 40 mil. Assim têm uma voz mais forte em Portugal e uma maior proteção social”, adiantou.

O encontro da LiUNA Local 183 terminou com Camané que se preparava para cantar duas músicas à capela quando a luz regressou. Em declarações ao Milénio Stadium Camané deixou uma mensagem à comunidade portuguesa. “Sejam muito felizes e continuem a receber com esta simpatia. Este miniconcerto, que acabou por ter três músicas, é a prova de que o fado não tem fronteiras”, afirmou.

 

 

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