2017: o ano em que os bancos despediram 4000 trabalhadores
Só nos cinco maiores bancos fecharam 350 balcões. Juros negativos e internet obrigaram a profunda reestruturação. Neste ano há mais
Sexta-feira, 11 de março de 2017. Um funcionário do Banco BPI suicida-se com um tiro de caçadeira no gabinete do chefe, no edifício do banco na Rua Braamcamp em Lisboa. Tinha 51 anos. O BPI garantiu que não existia nenhum conflito entre o trabalhador e o banco.
Este caso trágico espelha o pior ano da banca em Portugal, na sequência de agressivas planos de reestruturação, motivados pela deterioração da margem de lucro em resultado das queda das taxas de juro para valores negativos, da perda de clientes nos balcões devido ao boom do internet banking e ao fenómeno das fintech. Os trabalhadores relatam situações que configuram assédio moral e pressão psicológica, bullying. Alguns aceitaram propostas para sair este ano e no início de 2018, abandonando o emprego que pensavam ser para toda a vida.
Entre rescisões e saídas para a reforma e pré-reforma, em 2017 deverão ter abandonado a banca cerca de 4000 trabalhadores. As contas são do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e incluem quadros de sociedades ligadas a bancos que foram alvo de resolução, como o BES e o Banif.
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