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Pistas para o futuro

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Na semana passada o Milénio Stadium refletiu sobre o futuro da cultura portuguesa no Canadá. Todas as pessoas que responderam ao nosso desafio – traçar um rumo para o amanhã -, deram contributos muito importantes com as suas opiniões. Resolvemos que seria interessante resumir numa só página a essência do que foi dito – como se fossem pistas para descobrirmos em conjunto o caminho.

Madalena Balça

  • João da Câmara, Embaixador de Portugal no Canadá

Acredito efetivamente que a união faz a força e que a comunidade portuguesa no Canadá teria tudo a ganhar com instituições comunitárias mais sólidas e viáveis. A decisão sobre o modelo a seguir, seja uma Casa de Portugal ou outro, deverá, no entanto, caber sempre, em primeira linha, à comunidade portuguesa e às suas instituições.


  • Jorge Mouselo e Tony de Sousa, PCCM

Eu penso que há uma necessidade de mudança, uma maior liderança, mais força através da união de clubes, associações, rádios, televisões, etc. Para isso, nós portugueses teríamos de ser mais unidos e lutar em conjunto pela nossa cultura e pela nossa língua que está a fugir. Por vezes, preocupamo-nos demais em andar às turras uns com os outros.


  • Maria João Dodman, Presidente da Associação de Estudos Lusófonos da York Unniversity

Na minha perspetiva não faz sentido ser a Casa de Portugal, mas sim uma casa das comunidades emigrantes de países de língua portuguesa. Talvez há 50 anos fizesse sentido, mas hoje já não porque existe uma comunidade muito grande de origem brasileira, cabo-verdiana, etc. Partindo do princípio de que é um projeto para durar talvez uma Casa Lusófona fizesse mais sentido.


  • Frank Alvarez, Comendador da Ordem de Mérito

A Casa de Portugal teria de envolver toda a comunidade e os vários clubes e empresas. (…) A Lansdowne Avenue é uma área privilegiada, mas este projeto (Magellan) tal como uma Casa de Portugal terá de ser um projeto que envolva a comunidade. Na minha opinião fazia sentido o Magellan ser o ponto de encontro da comunidade numa Casa de Portugal. Mas a casa teria de ter capacidade para espetáculos, concertos, seria uma espécie de extensão da Magellan.


  • Daniel Bastos, historiador

Uma comunidade que se destaca hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico, que para salvaguardar o passado, e projetar o presente e futuro das suas associações, ou seja, da sua identidade cultural portuguesa, deve a médio prazo procurar adotar um modelo de “Casa de Portugal”, de portas sempre abertas às várias nacionalidades, através de parcerias com agremiações, escolas e universidades onde se ensina a língua portuguesa.


  • Suzanne Cunha, Casa dos Açores

Pode ser um bocadinho complicado por causa do bairrismo porque cada um puxa para o seu lado. Não sei quem pode liderar o processo, mas no meu caso, eu sou presidente da Casa dos Açores e nem açoriana sou porque já nasci no Canadá e os meus pais eram de ilhas diferentes. Na minha opinião julgo que a direção teria de incluir membros de todas as regiões, a nível de presidência não sei, mas é um cargo ambicioso.


  • Maria Correia

Acima de tudo está na altura de nos unirmos. Não interessa se é para formar a Casa de Portugal ou outra coisa. O que interessa é todos se juntarem, para já, porque caso isso não aconteça alguns clubes vão ficar para trás.


  • Mariana Vidal

Precisamos muito de algo assim, mas eu acho que isso não vai acontecer agora. Para isso acontecer precisamos que todos estejam dispostos a colaborar, mas nem todos estão.


  • José Pinto

Se houver uma Casa de Portugal acredito que ainda há oportunidade de salvar a cultura portuguesa nesse aspeto. Será o ponto de encontro. Porque daqui a 50 ou 60 anos não haverá o número de casas que temos agora. Quem vai ficar nessas casas? Depois de tantas lutas, finalmente vai haver uma unificação e um lugar onde todos possamos ir. Uma casa que não é de ninguém e de todos ao mesmo tempo.


  • Telma Pinguelo, Camões Rádio

Gostaria de ver uma comunidade estrategicamente organizada, movida por um motor que coordena diferentes órgãos. Uma comunidade com órgãos que trabalham em parceria. Precisamos de criar novos projetos e revitalizar outros que estão em risco de acabar. Criar um grupo dedicado particularmente aos jovens, encontros de networking, abraçar os grupos folclóricos num único movimento de danças tradicionais com diferentes valências, formar um grupo de cultura contemporânea, formar um grupo responsável pelo marketing da comunidade (que faz muita falta!), entre outros. Funcionaria essencialmente como um sistema descentralizado em que todos os envolvidos têm liberdade para criar projetos, respeitando sempre os regulamentos de um organismo principal que garante o bom funcionamento, boa gestão financeira, evita conflitos e redundâncias. Este sistema poderia chamar-se Casa de Portugal? Certamente.


  • Carlos Sousa, Casa do Alentejo

Julgo que a Casa de Portugal é a melhor solução, mas com a carolice é muito difícil, sobretudo para os fundadores dos clubes. Já auscultei alguns sócios sobre essa ideia e os mais velhos não concordam. A maioria diz que seria um grande desgosto deixar de ter um clube com o nome da Casa do Alentejo e perder o legado da casa. Pessoalmente não vejo outra saída, uma Casa de Portugal com um cantinho dedicado a todas as regiões tal como existe no Brasil ou na Venezuela.


  • Kelly Alves, Luso-Can Tuna

Para muitos é importante saber de onde vêm os seus pais e avós. Conhecer e visitar um país lindo que é Portugal, é sem dúvida uma das melhores experiências para um lusodescendente. Se eu não tivesse sido introduzida à cultura portuguesa eu não saberia, por exemplo, o quão boa é a cozinha portuguesa ou o quão divertido é dançar ao som das músicas portuguesas.


  • Carlos Neves

A Casa de Portugal já devia ter surgido há 10 anos. Podíamos ter tido uma associação portuguesa com escola, museu, day care, juntar associações como o Abrigo, entre outras, e responder a todas as necessidades da comunidade. Mas infelizmente as glórias que muitos presidentes pensam que ganham impossibilitam que se pense num bem maior. Penso que o projeto Magellan será o mais aproximado à Casa de Portugal.


  • José Mária Eustáquio

A minha visão e esperança é que nos próximos anos elevem a ACAPO e muitas outras organizações a atingir a harmonia, a trabalhar de forma eficiente, segundo modelos operacionais, criando uma programação dinâmica de qualidade e promoção da participação dos mais jovens. Enquanto trabalhando em conjunto para aumentar a consciencialização para a nossa maior necessidade, o Magellan Community Care Centre & Casa de Portugal.


  • Augusto Bandeira

Meus caros amigos, só assim se vai conseguir sobreviver e não venham atirar areia aos olhos do povo porque empresas a patrocinar festinhas como no passado acabou. Ou se tem qualidade em grande ou então muito rápido se vai sentir um fracasso. É a altura de se unir forças e trabalhar em prol da Casa de Portugal para o bem da nossa cultura e de todos. Se tudo for bem organizado e com apresentação de um projeto com objetivos qualitativos o Governo português tem o dever de ajudar para a continuidade da adesão da juventude no meio cultural.


  • Cristina Da Costa

Não há capacidade para tanto clube na nossa comunidade. Não há mesmo. Não há tempo para tanto Ego na nossa comunidade. Não há mesmo. A União faz a força. Creio que há soluções. Ceder lideranças, ensinar os mais jovens e deixá-los inovar. Trazer uma nova roupagem. Deixar os títulos e os clubismos de parte. Já é tempo…


  • Manuel DaCosta

Existem muitas pessoas e organizações que trabalham arduamente sob circunstâncias difíceis para continuar a sua perceção de valorização cultural. Devem ser aplaudidos e ajudados, mas o sustento destas pessoas e instituições deve girar em torno de áreas de cooperação mútua para o bem maior de uma comunidade. Uma instituição centralizada que represente a totalidade de Portugal, usada para promover programas financeiros estáveis e credíveis seria uma grande ajuda para proteger a nossa cultura.

 

 

 

 

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