Madeira

Um em cada dois madeirenses absteve-se nas últimas eleições regionais

Sabia que a Madeira equivale a cerca de 1% do território nacional e aqui reside 2,5% da população do país? E que também estamos cada vez mais envelhecidos, que tínhamos até ao ano passado o maior número de desempregados de longa duração do país e que somos os que reciclam mais em Portugal?

Esta é uma pequena amostra do ‘Retrato da Região’ em 2019, que a Pordata, a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, actualizou a propósito das próximas eleições regionais da Madeira.

O documento apresenta mais de uma centena de indicadores, que traduzem a evolução da Região nas mais diversas áreas da sociedade (como a População, Rendimento e condições de vida, Educação; Saúde; Emprego e mercado de trabalho, Protecção social, Participação eleitoral, etc).

‘BI’ da Região

De destacar ao nível da participação eleitoral que, comparativamente às eleições de 1975/76, as taxas de abstenção das últimas eleições para a Assembleia da República, Assembleia Legislativa Regional, Autarquias Locais e Presidência da República, foram sempre superiores, salvo nas eleições autárquicas nos municípios de Funchal, Santa Cruz e Ribeira Brava.

Realçar ainda, no que toca às regionais que se avizinham a 22 de Setembro, um em cada dois madeirenses absteve-se nas últimas eleições.

Eis algumas das principais conclusões do ‘Retrato de Madeira – Edição 2019’ :

População

Segundo a Pordata, de 2001 a 2018, todos os municípios da Madeira envelheceram.

Vejamos, em primeiro lugar, os nascimentos registados em 2018 (1.919) são menos que uma quarta parte dos verificados em 1960 (ano em que foram registados 8.822 nascimentos).

Por outro lado, no que toca ao índice fecundidade (número médio de crianças nascidas por cada mulher entre os 15 e os 49 anos de idade), em nenhum município está assegurada a substituição de gerações. Para que tal aconteça, é preciso que cada mulher tenha em média 2,1 filhos.

Note-se que em todos os municípios, com excepção de Santana (1,43), o número médio de filhos por mulher é inferior à média nacional (1,41).

A isto acresce que a esperança de vida à nascença, embora inferior à média nacional (de 80,8 anos), aumentou cinco anos entre 2001 e 2016 (passando de 73,3 anos para 78,2 anos).

Apenas em três dos 11 municípios – Santa Cruz, Câmara de Lobos e Porto Santo – o número de jovens é superior ao número de pessoas com 65 ou mais anos.

No Porto Moniz, Santana e São Vicente, o número de idosos já é mais do dobro do número de jovens.

Educação e emprego

Há 20 anos, o ‘atraso da Madeira em relação ao país no que respeita à Educação era evidente: ¼ da população da Região não tinha qualquer nível de escolaridade.

Não obstante, e apesar do aumento geral de habilitações nas últimas duas décadas, em 2018, quase duas em cada três pessoas com 15 e mais anos tinham, no máximo, o 9.º ano de escolaridade.

A melhoria das qualificações também não se reflectiu ao nível do emprego. Embora o número de desempregados de curta duração, em 2018, seja inferior ao nacional (41,2 comparativamente a 48,9)

No ano transacto, havia mais desempregados de longa duração (um ou mais anos), no total de desempregados (59,7), comparativamente ao registado a nível nacional (51,1).

Destacar ainda que, em 1983 quase metade da população inactiva era doméstica (46 em cada 100 inactivos), enquanto em 2018, são os reformados que representam a maior fatia dos inactivos (34 em cada 100 inactivos).

Participação Eleitoral

Comparativamente às eleições de 1975/76, as taxas de abstenção continuam a crescer em todos os actos eleitorais.

Nas últimas eleições para a Assembleia da República, Assembleia Legislativa Regional, Autarquias Locais e Presidência da República, foram sempre superiores, salvo nas eleições autárquicas nos municípios de Funchal, Santa Cruz e Ribeira Brava.

Em relação às últimas eleições regionais, um em cada dois eleitores madeirenses absteve-se.

Porto Moniz, Santa Cruz, Santana e Porto Santo constituem as excepções pela positiva, já que são os únicos municípios com uma taxa de abstenção inferior a 50%.

Recorde-se também que desde as primeiras eleições regionais, em 1976, que o PPD-PSD é o partido que conquista maior número de deputados. Até 2011, aproximadamente dois em cada três deputados pertencia a este partido.

Nas últimas duas eleições, O PPD-PSD consegue assegurar apenas metade dos assentos parlamentos, passando o CDS-PP a segunda força partidária, suplantando o PS.

As perspectivas em termos de participação eleitoral para 6 de Outubro não são mais animadoras, já que nas últimas eleições legislativas, as taxas de abstenção, a nível municipal, foram superiores à registada a nível nacional. Com excepção de Porto Moniz, Santa Cruz e Funchal, pelo menos metade dos eleitores não foi votar.

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