Madeira

Arquitecto madeirense na Bienal Ibero-Americana

O arquitecto Paulo David sublinhou hoje a presença portuguesa na XI Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Urbanismo (XI BIAU), a decorrer desde domingo no Paraguai, pela oportunidade “interessante e enriquecedora” de partilha com arquitetos daqueles países.

Um júri da Bienal, que vai decorrer durante uma semana em Assunção, com a apresentação de projetos de 22 países, atribuiu o Prémio Ibero-americano de Arquitectura e Urbanismo, ex-aequo, aos arquitectos César Ortiz-Echagüe Rubio e Jorge Enrique Scrimaglio.

Contactado pela agência Lusa, o arquitecto Paulo David, que comissariou a selecção dos vinte projetos portugueses que competiram na Bienal, sublinhou a importância desta presença neste evento dedicado à arquitectura e ao urbanismo.

“Portugal e Espanha são os únicos países europeus que participam, e é importante esta presença além Atlântico, numa bienal com muitos países da América Latina”, vincou.

Sobre as afinidades da arquitectura portuguesa com a latino-americana, Paulo David comentou que “há uma maneira de fazer semelhante, com contenção e com uma relação forte ao lugar”.

“É uma certa forma de resposta a uma escassez própria de economias que não são tão pujantes”, disse o arquitecto que tem o seu atelier no Funchal, Madeira, e foi laureado em 2012 com a Medalha Alvar Aalto.

De acordo com a organização, serão apresentadas 210 obras seleccionadas entre as 997 que concorreram à bienal, este ano focada na forma de habitar da América Latina no quotidiano.

Destes, o júri premiou, com o prémio principal do evento – ao qual surgiram 38 propostas – o arquitecto espanhol César Ortiz-Echagüe Rubio, nascido em Madrid, em 1927, e o arquiteto argentino Jorge Enrique Scrimaglio, nascido em Rosario, em 1937.

O júri sustentou, para a escolha, o trabalho “sólido que se tornou uma referência na arquitectura ibero-americana ao longo dos anos, em circunstâncias de forte condição marginal e periférica”.

“Ambos permaneceram longe dos circuitos mediáticos, mas a sua arquitetura soube multiplicar o interesse ao longo do tempo, até se situar no centro do discurso contemporâneo”, lê-se na justificação.

Entre os projetos portugueses selecionados estão a Praça das Portas do Mar, que engloba o Campo das Cebolas, ou o lugar da antiga Ribeira Velha, de João Luís Carrilho da Graça, arquiteto, com Victor Beiramar Diniz, arquiteto paisagista, Casa em Alfama, de Pedro Maria Afonso de Matos Gameiro, Casa na Costa do Castelo, de Ricardo Bak Gordon, e o Terminal de Cruzeiros de Lisboa, também de João Luís Carrilho da Graça, assim como a Praça “Fonte Nova”, em Benfica, de José Adrião Arquitetos.

A estes juntam-se o Centro de Convívio de Grândola de Manuel e Francisco Aires Mateus, o Centro Interpretativo do Vale do Tua, de Pedro Filipe Santos Azevedo e Susana Andreia Costa Rosmaninho, e as Estufas Tropicais do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, de João Mendes Ribeiro.

Durante a bienal são também atribuídos prémios nas categorias de publicações, textos de pesquisa e trabalhos académicos.

Entre os países participantes contam-se ainda o Brasil, Espanha, Argentina, Bolívia, Caribe e Centro-América, Colômbia, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

A Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Urbanismo – que conta dez edições – é uma iniciativa do Governo da Espanha em colaboração com instituições ibero-americanas.

O objectivo do evento é fazer o ponto da situação e divulgar a arquitectura e o urbanismo na comunidade ibero-americana.

As actividades da bienal vão girar em torno do reconhecimento e difusão das trajetórias profissionais mais relevantes e das obras mais significativas da arquitectura e do urbanismo.

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