Açores

Somos os piores do país nos salários

Açores é a região do país que enfrenta maior risco de pobreza, 31,6%, seguindo-se a Madeira, com 27,5%. No entanto, a maioria das pessoas em risco de pobreza vivia nas regiões Norte e Centro, 664 mil e 415 mil, respectivamente.

Os números foram divulgados ontem no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, que é publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O relatório do INE revela que o rendimento mediano em Portugal em 2017 foi de 9346 euros anuais. Em Lisboa, chegou quase aos 11 mil euros por ano (10.943).

Esse valor é “significativamente mais elevado” na Área Metropolitana da capital, sublinha o organismo público no relatório de apresentação deste inquérito. Em sentido contrário, o rendimento é “mais baixo nas regiões autónomas”, lê-se no mesmo documento. Na Madeira, o rendimento mediano ficou 1020 euros abaixo da média nacional. Os Açores têm o pior registo de todas as regiões nacionais.

O rendimento monetário líquido foi de 7517 euros, em 2017, menos 1829 do que a mediana do país – e 3426 euros abaixo do que quem vive na Grande Lisboa. Em 2017, a Área Metropolitana de Lisboa foi a única região com um rendimento mediano superior à mediana nacional. As diferenças nas restantes regiões são, porém, menos pronunciadas do que nas ilhas.

É no Alentejo que existem os rendimentos mais baixos – a mediana é de 8880 euros anuais. O rendimento monetário líquido equivalente considera os proveitos do trabalho, de outros rendimentos privados (como rendimentos de capital ou de propriedade, das pensões e outras transferências sociais), após dedução dos impostos e contribuições para a Segurança Social.

A mediana corresponde ao centro da distribuição dos diferentes valores de uma amostra. Ou seja, é o valor que separa a metade superior da metade inferior dos rendimentos. Ao contrário da média, esta não é afectada pelos valores extremos – sejam muito altos ou muito baixos – e é por isso o indicador preferencialmente usado em estatísticas sobre rendimentos.

Os 9346 euros de rendimento monetário líquido equivalente apurado pelo Inquérito às Condições de Vida e Rendimento correspondem a um limiar de pobreza de 5607 euros anuais, ou seja, 467 euros por mês. Isto significa uma subida de 3% face ao ano anterior.

Estes resultados confirmam que quase 1,8 milhões de pessoas (17,3% dos residentes) estavam em risco de pobreza em 2017, um número que já tinha sido avançado em Novembro quando foram conhecidos os dados preliminares deste inquérito conduzido pelo INE. Esse resultado significa uma queda de um ponto percentual no número de pessoas em risco de pobreza face ao ano anterior. Nunca houve tão poucos pobres no país.

Em consonância com os resultados apurados para os rendimentos, o Inquérito demonstra também que os residentes nas regiões autónomas enfrentavam riscos de pobreza mais elevados: 31,6% nos Açores e 27,5% na Madeira.

Intensidade laboral é mais elevada nos Açores

Em 2017, existiam três regiões em que a taxa de intensidade laboral per capita muito reduzida era inferior à média nacional, designadamente a Área Metropolitana de Lisboa (5,5%), o Algarve (6,6%) e a região Centro (6,8%). As proporções de pessoas com menos de 60 anos que viviam em situação de intensidade laboral per capita muito reduzida eram mais elevadas nas regiões autónomas: 10,4% na Madeira e 11,8% nos Açores.

Privação material é maior nos Açores

Em 2018, a região do Alentejo era aquela em que relativamente menos pessoas viviam em situação de privação material severa (32 mil pessoas, o que equivale a 4,5% dos residentes na região).

Apesar de ser nas regiões autónomas que a taxa de privação material severa foi mais elevada (12,0% nos Açores e 9,4% na Madeira), a maioria dos residentes em privação material severa encontravam-se na região Norte (229 mil) e na Área Metropolitana de Lisboa (164 mil).

Como verificado nos três indicadores de base – pobreza, privação material e intensidade laboral reduzida –, o risco de pobreza ou exclusão social era bastante mais elevado nas regiões autónomas dos Açores (36,4%) e da Madeira (31,9%).

Os resultados definitivos do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC), realizado em 2018 sobre rendimentos do ano anterior, indicam uma distribuição fortemente assimétrica, apesar dos principais indicadores de desigualdade se terem reduzido novamente em 2017.

Por região, verifica-se que a Região Autónoma dos Açores era aquela com um distanciamento maior entre o 8.º decil de rendimento e o 2.º decil de rendimento, o que é confirmado pelo valor regional do indicador S80/S20: 7,3, superior à média nacional de 5,2. O Alentejo era a região em que a distribuição dos rendimentos era menos desigual (4,4).

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Fonte
Diário dos Açores

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