Açores

Santuário recebe 100 pessoas por dia

É com a inauguração da iluminação decorativa da fachada do Santuário e do Campo de São Francisco, às 21 horas desta sexta-feira, que se dá o arranque das festas deste ano em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

A azáfama em torno destas festividades começa cedo e tem sido visível ao longo das últimas semanas, com um “entra e sai” do convento da Esperança dos trabalhadores que colaboram na montagem das luzes e dos devotos que vão à roda dar um donativo em troca de uma lembrança, ou adquirir um círio para transportar durante as procissões de Sábado ou Domingo. A estes juntam- se também as voluntárias que, no claustro do convento, têm recebido e tratado das flores que vão ornamentar, durante a festa, o coro baixo, a Igreja de Nossa Senhora da Esperança e as áreas envolventes.

Considerada a maior manifestação religiosa do arquipélago dos Açores e das maiores do país, a festa reúne milhares de pessoas, desde locais, a açorianos das ilhas vizinhas, emigrantes e turistas, que movidos pela sua fé – ou pela curiosidade, no caso dos turistas -, aguardam para ver passar a imagem do “Ecce Homo”, coberta pela sua valiosa capa.

A escolha do manto do Santo Cristo gera sempre curiosidade pelo significado que “carrega”. São, geralmente, devotos que os mandam fazer e os oferecem ao Senhor, em forma de promessa ou agradecimento. A capa que cobrirá o Santo Cristo este ano será hoje apresentada ao público, em conferência de imprensa.

“Continuamos a sentir esta enorme devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres”, garante o reitor do Santuário, ao Diário dos Açores, destacando a fé que move os devotos que, “por estes dias ou constantemente”, se deslocam ao Santuário, a par dos peregrinos que “vêm em pagamento de promessas ou de acção de graças por algo já recebido pelo Santo Cristo dos Milagres”.

Em entrevista ao nosso jornal, que será publicada na íntegra, amanhã, num suplemento especial alusivo às festividades do Santo Cristo, o sacerdote afirma que, este ano, há mais um motivo para celebrar: os 60 anos de aniversário do santuário, que é um “lugar de passagem obrigatório” e recebe “uma média de cem pessoas por dia.

O tema deste ano das fesTas é uma frase de S. Paulo: “Ai de mim, se não evangelizar” e, segundo refere o reitor do santuário, é precisamente com um “espírito missionário, de levar Jesus Cristo aos outros, sobretudo àqueles que se encontram em situações de maior necessidade” que as festas devem ser vividas.

Uma das novidades deste ano é o acesso ao renovado coro alto do convento. Após cerca de nove meses de trabalhos de restauro, a população poderá,

nestas festas, ir visitar o espaço que con- tou com a intervenção de especialistas de vários países. Um precioso “museu” de retábulos e lampadários que poderá, agora, ser apreciado pelos devotos.

“Não matem” as festas populares

Apesar de ter na sua essência a par- te religiosa, a festa conta também com uma forte parte profana. Desde a Feira Lar, Campo e Mar, nas Portas do Mar, aos quiosques de pipocas, gelados e cachorros-quentes, aos tabuleiros com tremoços e rebuçados de açúcar, e às barracas de comes e bebes.

“A festa movimenta o comércio em geral, sobretudo a restauração, mas também as pequenas tasquinhas de comes e bebes que são típicas”, salienta o cónego Adriano Borges, que faz, aliás, um pedido às autoridades responsáveis pelas questões de higiene e segurança para que “não matem” a parte popular das festas e “não sejam mais rigorosos do que aquilo que a Lei exige”.

3500 lâmpadas LED no coreto

O arraial da festa começa amanhã com a inauguração das luzes e, a este propósito, destaque para a substituição integral da iluminação do coreto do Campo São Francisco por 3500 lâmpadas com tecnologia LED. Um investi- mento que rondou os10 mil euros e que teve o apoio do Governo Regional dos Açores.

“Um exemplo de que há um esforço comum de várias entidades na pro- moção de consumos energeticamente eficientes”, disse ontem a Secretária Regional da Energia, Marta Guerreiro, que destacou a intenção do executivo de “continuar a apoiar este movimento de mudança nos próximos anos”.

A titular da pasta da Energia explicou que “as lâmpadas LED são uma excelente alternativa à iluminação com lâmpadas incandescentes, por assegurarem melhor qualidade da iluminação com cerca de oito vezes menor consumo, para além de uma vida útil muito superior”.

Na ocasião, a Secretária Regional deu também nota do apoio adicional da Direcção Regional do Turismo, como vem acontecendo todos os anos, pelo facto de este ser “um dos principais eventos de captação do segmento de turismo religioso nos Açores, atraindo um elevado número de turistas que se enquadra neste tipo de produto, a par de muitos emigrantes que continuam a viver as nossas tradições e a difundi-las nos seus locais de residência”. Marta Guerreiro assegurou que o executivo açoriano “reconhece a importância destas festividades, que fazem parte da identidade dos Açores”. “É esta identidade que nos diferencia e nos faz ser cada vez mais procurados por visitantes com motivações, não só ambientais, mas também culturais e religiosas”, frisou a governante.

A par desta caminhada para uma maior eficiência energética, as festas adoptam igualmente medidas amigas do ambiente, com a substituição dos artigos de plástico por materiais biodegradáveis nos espaços de venda de comida e bebi- da, numa iniciativa levada a cabo pela autarquia de Ponta Delgada.

“Nos espaços de venda de comida e bebida concessionados pela organização das festas e dispostos na Avenida Kopke e no Largo Dr. Manuel Carreiro, vão ser utilizados apenas artigos de papel e biodegradáveis”, segundo avançou o município na semana passada.

Os habituais artigos de plástico de uso único vão, assim, dar lugar aos pra- tos de cana-de-açúcar biodegradáveis, facas, colheres, garfos e mexedores de café em madeira e copos de cartão biodegradáveis. A autarquia vai também dispor pelos espaços públicos contentores de separação de resíduos e, para os espaços de restauração, haverá contentores próprios e benefícios financeiros para os que consigam promover uma boa separação de resíduos.

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Fonte
Diário dos Açores

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