Parceiros sociais querem 870 milhões injectados na economia
A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA), a Federação Agrícola dos Açores (FAA), a União Geral dos Trabalhadores – Açores (UGT-A) e agora também com a adesão da AICOPA (Associação dos Industriais da Construção Civil) apresentaram ontem uma série de propostas para combater a actual crise económica derivada da pandemia.
Em conferência de imprensa ocorrida ontem à tarde, todas aquelas entidades consideraram que “as estimativas da recessão que nos ameaça variam entre 5% de quebra da economia só em 2020, nos cenários mais optimistas, que se vão rapidamente desvanecendo, e mais de 20% para os cenários mais negros e que se vão, infelizmente, tornando cada vez mais prováveis. Depois das medidas arrojadas para salvaguarda da saúde pública são imprescindíveis as medidas arrojadas para a recuperação da economia e do rendimento através do trabalho”.
Mais endividamento
Acrescentam que, “qualquer que seja o cenário que se considere, desta crise vai emergir um Estado, e por consequência uma Região, muito mais endividado e muito menos capacitado para, só por si, com os instrumentos que utilizou no passado, liderar qualquer processo de retoma ou, tão pouco, de crescimento”.
Em 2019, a referida Parceria entendeu que as perspectivas económicas para o futuro assentavam:
– numa actividade agrícola exposta a grandes desafios externos e à necessidade imperiosa de continuidade da sua modernização, com a consequente absorção de menos mão-de-obra;
– num sector das pescas sempre sujeito à aleatoriedade natural das capturas e ao rareamento dos “stocks” de algumas espécies;
– num sector do turismo que, desde 2015, revolucionava a economia dos Açores, proporcionando uma melhor diversificação.
Considerou, ainda, que a utilização do sector público para a geração de mais empregos não era opção aceitável porque exigia mais receitas fiscais para suportar orçamentos mais elevados e obrigava a que as carreiras fossem mal remuneradas, em face dos limites financeiros.
Hecatombe no Turismo
“Se a generalidade dos pressupostos se mantém similares nesta nova conjuntura, o pressuposto para o turismo assume uma configuração completamente diferente em face da hecatombe resultante do isolamento social imposto a nível mundial, nacional e regional”, afirmam os parceiros sociais daquele grupo, adiantando que “o novo pilar da economia dos Açores, assente na indústria de hospitalidade é crucial para a manutenção de postos de trabalho e para impedir um novo êxodo de população dos Açores”.
Para abordar os desafios da nova actualidade, a Parceria defende que “são precisos novos paradigmas de sustentabilidade, não só em face dos parcos resultados das políticas encetadas nos últimos anos, na educação, na pobreza, na formação e no emprego como também em face da mais do que certa recessão provocada pelas medidas de saúde pública para lidar com a doença Covid-19”.
Diário dos Açores
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