Açores

Indústria da carne está a crescer

Na fileira do leite as coisas não vão bem, todavia no que respeita à carne as perspectivas são melhores, registando-se um crescimento significativo, nos últimos dez anos, relativamente ao gado abatido nos Açores, quer para abastecimento local quer para exportação em carcaça ou em peça, proporcionando um maior Valor Acrescentado Bruto (VAB).

Só que o crescimento no VAB no sector da carne não tem sido suficiente para compensar a perca no total das indústrias transformadoras que, de 2010 para 2016, registou um decréscimo de 6%. Em 2018, foram abatidas cerca de 73 mil cabeças de gado nos matadouros dos Açores, que correspondem 16,2 mil toneladas, sobretudo gado entre os 8 meses e os 2 anos e foram exportadas vivas aproximadamente 10 mil cabeças.

Antes de serem construídos os novos matadouros nos Açores – uma das medidas estruturantes de maior alcance da governação açoriana – os bovinos dos Açores, eram enviados para o continente, vivos, de barco, em difíceis condições e perdendo peso e qualidade.

Esse gado era normalmente colocado em parques durante algum tempo para recuperar da viagem, com alimentação apropriada, de modo a recuperar o peso e a apresentação, antes de ser vendido. Depois dos matadouros, a carne passou a ser enviada em contentores frigoríficos, em carcaça ou em peças embaladas em vácuo, directamente para os distribuidores. Assim, é efectivamente carne dos Açores.

O total de animais destinados a carne não se alterou substancialmente, continuam a abater-se e a enviar-se em vivo uma média de 76 mil cabeças, tendo-se registado um ligeiro aumento nos últimos anos, o que representa um maior rendimento para a Região. Segundo os especialistas, a fileira da carne tem ainda um espaço de crescimento, sobretudo se aproveitada a forte tendência de procura de produtos naturais.

“Vacas Felizes”

O anúncio que tem surgido na televisão “das vacas felizes que produzem leite à base de erva fresca” foi dos anúncios mais eficazes alguma vez feitos e não só projecta a qualidade do leite dos Açores, como a carne e até por extensão outros produtos – até o turismo.

Projecta uma Marca Açores de qualidade ambiental, que é presentemente uma dos melhores atributos para vender. Todavia, é preciso algum cuidado, para que não se caia na tentação de produzir leite e carne de vacas estabuladas ou na própria produção de leite uma excessiva utilização de ração – porque essas não são vacas felizes criadas no meio da erva verde.

Quem está ligado a este sector diz que é importante falar directo, sem pensar nos calendários eleitorais, porque nestas matérias, pode adiar-se por algum tempo algumas situações, mas basta saber ler para se perceber que o que se passa noutros locais, mais cedo ou mais tarde, também nos atinge. Rendimento da indústria está a descer.

Apesar da exportação da carne ser agora feita em carcaça ou em peça, o que coloca o produto já na área da indústria, em termos da classificação das actividades económicas, não se vê reflexos no Valor Acrescentado Bruto.

De 2010 para 2016, o VAB relativo à indústria desceu 6 pontos percentuais, o que poderá dizer que o aumento da indústria da carne não tem sido suficiente para compensar a perca que se regista nas restantes indústrias transformadoras, designadamente a indústria dos lacticínios, provavelmente porque o cujo valor acrescentado, cada vez mais, fica fora da Região.

Redes Sociais - Comentários

Fonte
Diário dos Açores

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER