Açores

Hospitais da região devem a fornecedores mais de 120 milhões de euros

Os três hospitais dos Açores agravaram a sua situação financeira em 26,3 milhões de euros entre Setembro do ano passado e Março deste ano.

Numa análise que o nosso jornal fez às contas dos três hospitais, conforme documentos enviados pelo governo ao parlamento regional, é possível constatar que, daquele valor, 3,2 milhões de euros são de aumento de dívidas a fornecedores.

Com efeito, a situação de dívida para com os fornecedores agravou-se consideravelmente naquele período, não sendo possível saber quais as contas do último trimestre do ano passado, já que foram disponibilizadas, até agora, apenas as contas de janeiro a setembro e o primeiro trimestre deste ano.

O stock de dívida a fornecedores, nos hospitais, já vai nos 121,5 milhões de euros.

Outro dado curioso é o facto de os três hospitais deverem cerca de 15 milhões de euros ao Estado, desde Setembro de 2017, sendo o Hospital de Ponta Delgada responsável por 13,4 milhões, o de Angra por 1,1 milhões e o da Horta por 0,5 milhões.

Com dívidas ao Estado (presume- se que ao fisco e à Segurança Social) estas instituições já nem poderiam receber verbas de contratos públicos.

As dívidas aos fornecedores têm causado graves problemas de tesouraria a muitas empresas, conforme denúncia das mesmas, que chegaram mesmo a ameaçar com o corte no fornecimento de medicamentos e outros equipamentos aos hospitais.

Só o Hospital de Ponta Delgada tem, até Setembro, uma dívida a fornecedores da ordem dos 72 milhões de euros, tendo arrecadado proveitos de 79 milhões de euros – 91%. Isto é, um atraso médio de pagamento de quase um ano.

Em Março deste ano a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada denunciou atrasos, alguns superiores a um ano, no pagamento a fornecedores dos hospitais a nível de “produtos farmacêuticos, dispositivos médicos, equipamentos e outros bens de consumo”.

Para as empresas do sector “não é possível manter esta situação, que está a provocar significativas dificuldades ao seu funcionamento e gestão, colocando-as em risco, tendo designadamente em atenção que estas necessitam de meios financeiros para cumprirem as suas obrigações” para com os seus próprios fornecedores, o Estado, “que é implacável quando os privados se atrasam, e para com os seus trabalhadores”.

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