Açores

Corvo não é abastecido por via marítima há 49 dias

Há quase meia centena de dias que a ilha do Corvo não é abastecida com mantimentos por via marítima, o que está a provocar a ruptura de muitos bens essenciais na mais pequena ilha do arquipélago.

Vários comerciantes já se queixaram publicamente da falta de mantimentos e da incompreensão relativamente à ida de um barco àquela ilha, nos dias em que o mar esteve bom, como aconteceu com o rebocador, que foi descarregar combustível.

Ontem foi o deputado do PPM, Paulo Estêvão, que em conferência de imprensa classificou a situação como “um escândalo”.

“Os poucos bens que nos chegaram – que não representam nem 10% das necessidades habituais da ilha – foram transportados pelos aviões da SATA e da Força Aérea”, disse o parlamentar, acrescentando que “é falso que as condições do estado do mar tenham permanecido adversas ao longo dos últimos 49 dias. É falso! A melhor prova disso é a vinda à ilha do Corvo, no dia 17 de janeiro de 2019, do rebocador que efectuou o abastecimento de combustível com êxito”.

E sublinha: “Não vale a pena voltar a interpelar a Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas a respeito deste assunto. Já percebi que não quer ou não consegue resolver a questão do abastecimento da ilha do Corvo. Assim, decidi chamar à Comissão de Economia, para dar explicações, o próprio Presidente do Governo Regional. Vou também provocar, na reunião plenária do mês de fevereiro do Parlamento dos Açores, uma sessão de perguntas. Vou voltar a pressionar o Governo Regional a respeito dos pagamentos efetuados e das condições contratuais estabelecidas com a empresa responsável pela realização das ligações marítimas entre as ilhas do Corvo e do Faial”.

Entretanto, o deputado do PPM apresentou uma nova iniciativa no parlamento dos Açores que recomenda ao Governo Regional o fretamento de um navio com capacidade para realizar o transporte de mercadorias para a ilha do Corvo, algo que o “Malena” já assegura para a ilha das Flores.

“O que está a acontecer é inaceitável e está a ser feito com a complacência das diversas entidades oficias e a cumplicidade dos mais altos representantes da Região e do Estado. Exijo ao Governo Regional a rápida resolução desta questão”, conclui Paulo Estêvão.

O Governo Regional emitiu uma nota sobre este assunto, explicando que, “através do Fundo Regional de Coesão, tendo em conta que, devido ao estado do mar, não tem sido possível efetuar o abastecimento por via marítima, tem assegurado o transporte por via área para o Corvo de farinha, fruta, legumes, entre outros bens essenciais, em função das informações que empresários e entidades da ilha têm transmitido”.

Segundo a mesma nota, quarta-feira foram transportados para o Corvo, por via aérea, 10 sacos de farinha com 25 quilos cada, para assegurar o fabrico de pão, sendo que, na quarta-feira da semana passada, tinha sido transportada idêntica quantidade.

“Desde o início desta semana, a Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas tem vindo a acompanhar o evoluir do estado do tempo e das previsões para os próximos dias, sendo que a melhoria das condições é essencial para que se concretize a viagem do navio ‘Lusitânia’, que carregou mercadoria no Porto da Horta com destino ao Corvo”, acrescenta.

À espera do bom tempo

“Esta viagem ainda não se realizou porque o Porto da Casa, no Corvo, foi encerrado à navegação pela Capitania do Porto de Santa Cruz das Flores devido às condições do tempo, principalmente do estado do mar”, afirma o governo.

Da mesma forma, o Porto de Santa Cruz das Flores está actualmente encerrado à navegação, segundo a nota governamental, pelo que a Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas, através da Direcção Regional dos Transportes e do Fundo Regional de Coesão, “continua a acompanhar a situação e, caso seja necessário, acionará os meios possíveis para garantir que não exista rutura de bens essenciais na ilha do Corvo”.

Diário dos Açores

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Diário dos Açores

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