Açores

Confusão no primeiro dia da cercas sanitárias

O primeiro dia da cerca sanitária em S. Miguel gerou alguma confusão, sobretudo nas zonas de maior aglomerado de trânsito nas horas de ponta.

O caso mais complicado, com filas de espera com mais de duas horas, verificou-se junto à Rotunda do Marques, perto da Agriloja, na estrada que liga a Ribeira Grande a Ponta Delgada, onde apenas dois polícias tentavam, a todo o custo, fazer o seu trabalho perante uma extensa fila de viaturas a caminho do trabalho.

Alguns condutores excederam-se na paciência, mas mesmo debaixo de chuva os agentes lá iam cumprindo a sua missão. O certo é que, numa estrada que se percorre em 15 minutos, muita gente chegou ao trabalho mais de duas horas depois.

Algumas pessoas não possuíam a declaração da entidade patronal, porque, segundo criticavam, já tinham saído do trabalho anteontem quando foi anunciada a cerca e a documentação que era necessária para as excepções.

Muito criticada, igualmente, a falta de condições por parte dos agentes na abordagem aos condutores, sem luvas ou outro tipo de protecção, transitando papéis de mão em mão. Houve até uma viatura de bombeiros que parou para entregar um par de luvas aos agentes.

“Rompimento” da cerca

Na cerca da Ribeira Grande para Ponta Delgada havia ontem um “rompimento”. Enquanto se verificava longas filas de viaturas que circulavam pela estrada principal entre a Ribeira Gran- de e Ponta Delgada, junto à referida Rotunda do Marques, num outro acesso a Ponta Delgada, ali ao lado, pelo caminho velho do Pico da Pedra, via Zona Industrial Azores Park, não havia cerca nenhuma, para espanto de muitos condutores.

Noutros concelhos terá havido mais normalidade, como é o caso de Emanuel Sousa, que teve de ir de Vila Franca até “a essa rotunda mais à frente, para ir buscar um funcionário que está lá retido, porque não tem a declaração”.

Noutro dia qualquer, iria até Ponta Delgada sem problemas. Ontem teve de fazer um desvio até à fronteira com a Ribeira Grande.

“Já passei por dois concelhos. Tive de mostrar as declarações, mas correu bem”, dizia o trabalhador da construção civil, que se encontrava, ainda, no início da fila.

Sem documentação

Também no início da fila estava Sara Lima, uma professora da Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe, que não tinha uma declaração que justificasse a sua circulação, mas tinha a esperança de passar.

“Eu gostava muito de conseguir porque só soube deste cerco ontem e não tive tempo para vir trazer alguns alimentos a uma família que necessita. Gostava muito de passar, porque, agora vão ser 15 dias complicados para estas pessoas. É uma família de pescadores, que já não vai ao mar há um mês, e é muito complicado, porque têm crianças para alimentar”, explicou.

Sem justificação, vai tentar falar com o agente. “Se não conseguir, como há um agente da polícia de Rabo de Peixe que faz a intermediação entre professores e famílias, pode ser que consiga levar isto a esta família”, afirma.

Enquanto Sidónia Botelho e tantos outros tentavam chegar aos seus locais de trabalho, e Sara Lima tentava fazer chegar alimentos a quem deles precisa, Adelino Vieira tentava chegar a casa, em Rabo de Peixe, depois de um turno nocturno, que terminou às 8h30m.

“Concordo com estas medidas, mas não estou a concordar com isto assim. Não tem lógica. Uma pessoa sai às 8h30m, que ir para casa e está aqui”, desabafa o segurança.

O mesmo se passa com Maria Pedro, que trabalha “com idosos” e terminou a sua noite de trabalho às 8h00.

“Estou aqui há quase duas horas. Se for para o bem de nós todos, acho que sim, mas podia haver outro sistema. Ou mais zonas, ou mais pessoal”, aferiu.

A cerca sanitária, recorde-se, foi decretada na Quinta-feira, pelo Governo Regional dos Açores, para evitar o perigo de transmissão activa comunitária da Covid-19 na ilha de São Miguel.

Diário dos Açores

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Diário dos Açores

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