Aumento de resíduos urbanos em 2017
A produção de resíduos urbanos (RU) nos Açores aumentou 4,28% no ano passado, relativamente ao ano 2016.
A informação é avançada no relatório referente à produção e gestão de resíduos urbanos no ano passado, que foi ontem apresentado.
“Em 2017, produção de RU na RAA [Região Autónoma dos Açroes] foi de 137.339 toneladas, mais 5.635 toneladas do que no ano anterior (131.704 toneladas), o que representa um aumento da produção de 4,28%, confirmando a inversão iniciada no ano anterior, depois de dois anos consecutivos de redução dos quantitativos produzi- dos (2014 e 2015)”, lê-se.
Região “em condições” para cumprir metas
Segundo o documento, nos últimos anos, a Região “progrediu significativamente” no tratamento de resíduos urbanos, “tendo valorizado, em 2017, mais de metade dos RU produzidos (51,3%), o que resulta do incremento da valorização material e orgânica e da valorização energética”.
“A evolução registada ao longo dos últimos anos permite inferir que a Região Autónoma dos Açores está em condições de cumprir com as metas do PEPGRA, desde que, até 2020, entrem em funcionamento as infraestruturas previstas para São Miguel”, frisa o relatório.
No ano passado, a taxa de preparação para a reutilização e reciclagem fixou- se em 35,9% (meta de 50% em 2020) e os resíduos urbanos biodegradáveis eliminados em aterro corresponderam a 63,02% da quantidade de referência, sendo a meta a alcançar em 2020 de 35%.
De acordo com o mesmo documento, a retirada de algumas embalagens do âmbito das novas licenças de SIGRE e a adaptação dos SGRU à implementação das mesmas e ao procedimento de alo- cação, condicionou a expedição de materiais para reciclagem, com prejuízo para a taxa de reutilização e reciclagem em 2017.
Flores, Corvo e Santa Maria com “aterro zero”
Destaque ainda para o facto de três ilhas do arquipélago, nomeadamente, Flores, Corvo e Santa Maria, terem atingido a valorização de 100% dos resíduos e o objectivo de “aterro zero”, em 2017, e de oito ilhas, com excepção de São Miguel, terem valorizado a maioria dos respectivos resíduos urbanos.
O relatório faz ainda referência às medidas para a redução do consumo de sacos de plásticos nos Açores, “as quais induziram uma mudança substancial nos hábitos dos consumidores na RAA, promovendo a substituição dos sacos de plástico descartáveis por meios alternativos e reutilizáveis”.
“Em 2016 e 2017, foram distribuídos menos 83,3 milhões de sacos de plástico do que em 2015, retirando do consumo, nesses dois anos, cerca de 541,5 toneladas de plástico”, diz o relatório.
Marta Guerreiro destaca sucesso da estratégia do Executivo
Na apresentação do documento, que decorreu ontem em Ponta Delgada, a Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo afirmou que “os Açores estão a implementar, com sucesso, uma estratégia baseada na prevenção e redução da produção de resíduos, acompanhada do incremento substancial da reciclagem”.
Marta Guerreiro considerou que a prevenção e a redução da produção de resíduos têm de “estar na linha da frente das políticas públicas”, salientando que este trabalho, “longe de concluído, tem já sido fundamental para a alteração de hábitos e para o aumento da consciencialização ambiental”.
A governante frisou ainda que, apesar do “sucesso” das medidas do executivo, ainda “há muito a fazer juntamente com o esforço de todos – Governo, municípios e cidadãos – numa mudança de paradigma que já permitiu concretizar uma das mais profundas reformas no que diz respeito à gestão dos resíduos”.
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