Mundo

Novos riscos digitais com a bitcoin e evolução “hacker”

Especialistas alertam para possível repetição do “WannaCry” em 2018.

O final de 2017 fica marcado pelo anúncio do fim na neutralidade da Internet e pela crescente mediatização da bitcoin. Este também foi o ano em que o vírus “WannaCry” assustou milhares de pessoas e deixou empresas sem saber como se proteger dos “hackers”. Com a entrada num novo ano, quais são as principais ameaças que chegam da Internet?

A 12 de maio, quando o país se preparava para a vitória de Salvador Sobral na Eurovisão e para a chegada do Papa a Fátima, o “WannaCry” roubou atenção a estes dois acontecimentos. Mais de 12 mil computadores foram atingidos em Portugal. Os EUA já acusaram a Coreia do Norte de ser responsável pelo ciberataque, que, segundo Bruno Castro, da Vision Ware, pode ter réplicas em 2018. “Por ter tido tanto sucesso, a comunidade hacker irá continuar a investigar novas formas de ataques assentes no mesmo conceito: larga escala, com forte mobilidade que permitam obter benefícios monetários”, explica o especialista em cibersegurança.

O ano de 2018 também pode ficar marcado por casos de “espionagem e roube de informação”, através de grupos de “hackers” “patrocinados por estados” com interesses geopolíticos e estratégicos, precisa Bruno Castro.

O perigoso jogo da nova moeda Nos últimos meses do ano transato, a bitcoin foi notícia um pouco por todo o Mundo. A criptomoeda atingiu recordes de valorização em dezembro e chamou a atenção de investidores. Apesar de parecer aliciante, Ricardo Silva, informático português a trabalhar para a Schibsted, em Londres, alerta para os riscos de um universo ainda desconhecido e que tem captado a atenção de muitas pessoas. “Como ainda não existem entidades reguladoras, o utilizador pode facilmente ser burlado”, explica.

Depois de alguém ser atacado, descobrir o responsável é uma tarefa praticamente impossível, já que o sistema se baseia no anonimato dos utilizadores. Por outro lado, o CEO da Vision Ware recorda os avisos do Banco de Portugal, que dão conta da falta de supervisão dos sites de criptomoedas. “Há registos de sites que prometiam estes serviços, mas desapareceram, levando com eles as moedas digitais que tinham guardadas, provocando perdas totais aos investidores”, diz.

O fim da neutralidade

A neutralidade da Internet, não sendo um ataque informático, pode trazer problemas para os utilizadores. Com a decisão da entidade reguladora norte-americana, “as empresas de telecomunicações podem fazer parcerias com aplicações, limitando o acesso a outras”, refere Ricardo Silva, que usa o exemplo de Portugal para explicar a forma como o fim da neutralidade da Internet pode afetar os utilizadores: “Já há operadoras portuguesas que praticam alguns pacotes de Internet que oferecem tráfego ilimitado para certas aplicações em detrimento de outras”, lembra.

Prevenção para evitar riscos

Bruno Castro acredita que o cidadão comum continua vulnerável aos riscos de uma sociedade cada vez mais digital. Nesse sentido, aconselha a menor utilização das “redes de Wi-Fi públicas, a alteração de passwords com regularidade e a instalação de antivírus”.

No caso de um ataque sério, o especialista recomenda o não pagamento de qualquer tipo de resgate pedido: “Estamos a lidar com criminosos, não existindo qualquer garantia de que resolvam o problema”.

 

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER