Desporto

Rio Ave, esse gigante que afundou o Benfica

Taça de Portugal: Rio Ave, 3 – Benfica, 2. Ap

Depois de eliminar o Sp. Braga, o Rio Ave, esse gigante, afunda o Benfica, que já tinha tropeçado nos Arcos na 4ª jornada da Liga.
Uma semana depois de consumar o adeus à Europa, o Benfica cambaleia e cai nos oitavos de final da Taça de Portugal, após 120 minutos de muito e bom futebol e de emoção a transbordar nos Arcos.
Foi uma noite de génios, de camisolas 10. De arte dos pés à cabeça. A noite de Jonas, de um lado, e de Rúben Ribeiro, do outro.
Duvidam? Vejam, pois, a raquetada de Jonas, que de primeira à entrada da área pôs o Benfica em vantagem aos 36’, estabelecendo as diferenças ao intervalo. E a seguir vejam o nó e o respetivo petardo de Rúben Ribeiro, que entre três defesas encarnados descobriu o caminho para a reviravolta rioavista, no 2-1 aos 62’ – tudo isto já depois de Lionn igualar o marcador (aos 47’) no regresso dos balneários.
A noite, fria e chuvosa, foi dos 10, certamente, mas também dos 12. Do chamado 12.º jogador, que nas bancadas de Vila do Conde empurrou Benfica e Rio Ave. E também do camisola 12 do Rio Ave: Francisco Geraldes. Chamem-lhe Chico, se quiserem sentir intimidade com os craques. É dele o passe magistral para o primeiro golo, tal como para o segundo.
Geraldes é talento e inteligência em movimento, como o futebol alegre de Miguel Cardoso pede. Se há pecado neste Rio Ave é a demasiada descontração, desconcentração até, na zona central defensiva. Pelé na zona intermediária demorava demasiado a soltar a bola e foi surpreendido um par de vezes. E quando não era ele eram os centrais: Monte e Marcelo a tremerem. Monte sobretudo, que não se deu bem com Jonas: falhou uma marcação mais apertada no 1-0 do Benfica e fez penálti sobre o brasileiro já perto do fim. Do meio-campo para a frente, este Rio Ave é todo certeza de passe e qualidade técnica. Chico Geraldes, João Novais e Rúben Ribeiro: é neste trio de artistas que deambulam nas costas de Guedes que assenta a qualidade ofensiva desta equipa.
Além disso, houve Cássio. Um punhado de grandes defesas, até à apoteose de defender o penálti que Jonas conquistou e desperdiçou aos 84’.
Se o Rio Ave revela alegria, o Benfica mostra angústia. Os vila-condenses são uma equipa desconfortável, com um futebol aflito, que nem o mais adequado 4-3-3 a classe de Jonas ou o talento de Krovinovic disfarçam. Depois de ter feito o mais difícil e, numa primeira parte dividida, ter alcançado a vantagem, a equipa de Rui Vitória abana a cada encontrão. Mas, mesmo abanando, resiste, numa garra personificada por Luisão.
Foi o capitão que aos 86’, dois minutos de Jonas falhar o penálti, teve coração (coxa e pé) para chegar à igualdade, empurrando a bola para o fundo da baliza já na pequena área.
A má notícia para o Benfica viria logo a seguir, com o capitão a ter de sair com uma lesão muscular em cima do tempo regulamentar. Já com as três substituições feitas (Zivkovic, Seferovic e Jiménez entraram quando era preciso procurar o empate), os encarnados tiveram de jogar o prolongamento com dez, com Salvio e Zivkovic – imagine-se – a laterais.
Não demorou o Rio Ave a dar o golpe de misericórdia, por Guedes, que com quatro minutos de prolongamento fez o 3-2 que afasta o detentor da Taça.
Sem discernimento, o Benfica quebrou quando deixou de ter o que, além do imenso talento de Jonas, o tem mantido vivo nas competições internas: a alma de campeão de Luisão. E exausto o Benfica tombou ao fim de 120 minutos de uma longa e dura batalha.
No relvado de Vila do Conde ficou a dúvida: terá o tetracampeão forças para se erguer e discutir o campeonato? Jogo disputado no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde.

Rio Ave – Benfica, 2-2 (3-2 ap). Ao intervalo: 0-1.
No final do tempo regulamentar: 2-2.
No final da primeira parte do prolongamento: 3-2.
Marcadores:
0-1, Jonas, 36.
1-1, Lionn, 47.
2-1, Rúben Ribeiro, 62.
2-2, Luisão, 86.
3-2, Guedes, 94.
Equipas: – Rio Ave: Cássio, Lionn (Nadjak, 80), Marcelo, Nelson Monte, Yuri Ribeiro, Pelé, Tarantini, Rúben Ribeiro, Francisco Geraldes (Leandrinho, 102), João Novais (Barreto, 76) e Guedes.
(Suplentes: Rui Vieira, Nadjak, Marcão, Leandrinho, Nuno Santos, Barreto e Yazalde).
Treinador: Miguel Cardoso.
– Benfica: Bruno Varela, André Almeida, Luisão, Jardel, Grimaldo (Seferovic, 85), Pizzi (Raúl Jiménez, 69), Fejsa, Krovinovic, Salvio, Jonas e Cervi (Zivkovic, 74).
(Suplentes: Svilar, Lisandro, Felipe Augusto, Samaris, Zivkovic, Seferovic e Raúl Jiménez).
Treinador: Rui Vitória.
Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Luisão (29), Marcelo (31), André Almeida (43), Rúben Ribeiro (56), Tarantini (59), Nélson Monte (83), Zivkovic, 89) e Cássio (120).
Assistência: Cerca de 6.000 espetadores.

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