Portugal

Número de mortos nos incêndios sobe para 36. Há sete desaparecidos

Há registo de de 63 feridos, 16 em estado grave. Bebé de um mês entre as vítimas mortais

O número de vítimas mortais na sequência dos incêndios que deflagraram no domingo subiu para 36. Morreu o ferido grave que estava internado no hospital de Viseu.

O número oficial de vítimas mortais foi atualizado esta tarde pela adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, que deu conta da existência ainda de sete pessoas desaparecidas. Há registo de 63 feiros, 16 em estado grave, um deles bombeiro.

De acordo com o presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Cílio Correia, a mais recente vítima é um homem de 48 anos – que se encontrava com queimaduras em 80% a 90% do corpo — e que acabou por morrer durante a tarde.

A Proteção Civil indicou que foram ainda assistidas nos locais junto dos incêndios 40 pessoas.

Horas antes, o número de mortos nos incêndios que lavram desde domingo no país tinha subido para 35 após se confirmar a vítima mortal de Coja (Coimbra), e mais três em Albitelhe, concelho de Vouzela, São Joaninho, Santa Comba Dão, e Couço, Oliveira de Frades.

As vítimas mortais registaram-se nos concelhos de Viseu (19), Coimbra (14), Guarda (2) e Castelo Branco (1).

Entre os mortos, confirmou a responsável, conta-se o bebé de um mês que estava desaparecido em Tábua.

O primeiro-ministro, António Costa, falará ao país na noite desta segunda-feira às 20:00.

No balanço da situação operacional às 16:00, Patrícia Gaspar adiantou que desde o início do dia de hoje se registaram 163 ocorrências de incêndios florestais, com 50 ainda “em curso”, que concentravam 3.762 operacionais, apoiados por 1.148 meios terrestres e apenas dois meios aéreos.

Segundo a responsável, mantém-se “a dificuldade de empenhamento” de aeronaves devido “à inexistência de condições para poderem operar”.

Durante a tarde eram esperados dois aviões Canadair, oriundos de Itália, para ajudar ao combate às chamas nos incêndios ainda ativos, dos quais 31 eram considerados como “importantes” devido à sua dimensão e meios mobilizados no combate.

Marcelo fala ao país quando estiver fechado “balanço da tragédia”

O Presidente da República vai falar ao País após fazer o “balanço da tragédia” dos incêndios, informou Marcelo Rebelo de Sousa, em notapublicada no site da Presidência da República, visitando em seguida os locais afetados.

Num comunicado intitulado “Presidente da República reafirma urgência de agir”, Belém dá conta de que “tal como ontem, o Presidente da República está a acompanhar a situação dos incêndios em todo o Continente”.

A mesma nota acrescenta que “o Chefe de Estado espera a rápida estabilização dos fogos e o balanço da tragédia, e falará depois ao País, bem como irá visitar, ao longo dos dias seguintes, as principais áreas ardidas, cancelando a agenda programada esta semana e ponderando, se for caso disso, adiar também a visita aos Açores na próxima”. Sabe o DN que a comunicação de Marcelo não deverá já realizar-se esta segunda-feira.

Não é o momento para a demissão. É o momento para a ação”

Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, recusou esta manhã responder se tem condições para continuar no cargo. “Senhor jornalista, estou empenhada a trabalhar, trata-se de uma situação absolutamente extraordinária”, disse a partir da sede da Autoridade Nacional da Proteção Civil, realçando o empenhamento dos envolvidos no combate aos incêndios.

“Não é o momento para a demissão. É o momento para a ação”, disse a ministra da Administração Interna. “Ia-me embora, ia ter as férias que não tive”, acrescentou Constança Urbano de Sousa voltando a defender que demitir-se seria o “mais fácil”.

“Está todo o apoio no terreno e naturalmente o Governo dará todo o apoio às vítimas afetadas”, disse ministra da Administração Interna.

Comissão Europeia pronta a ajudar

O comissário europeu Christos Stylianides disse esta segunda-feira que o Mecanismo Europeu de Proteção Civil está pronto a ajudar Portugal e Espanha no combate aos fogos florestais.

A Comissão expressou ainda solidariedade a Portugal e Espanha devido aos incêndios que afetam os dois países desde o fim de semana.

“Profundo pesar e solidariedade para com Portugal e Espanha pelos novos fogos florestais. O Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia está a monitorizar de perto e em contacto constante”, pode ler-se numa mensagem publicada no Twitter do Comissário Europeu da Ajuda Humanitária e Gestão de Crises.

Na mesma mensagem, Stylianides acrescentou que o “#EUCivPro está pronto para ajudar”, referindo-se ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que Portugal acionou na noite de domingo.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram mais de 30 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Em atualização

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