Portugal

Ministério Público investiga rede de adoções ilegais da IURD

TVI revela que o líder da IURD está envolvido na rede e que os netos foram roubados de um lar em Portugal

O Ministério Público abriu um inquérito sobre uma alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), revelou esta segunda-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Existe um inquérito relacionado com essa matéria, tendo o mesmo sido remetido ao DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa] para investigação”, acrescentou a PGR, citada pela Lusa.

Uma investigação da TVI revela que Edir Macedo, líder máximo da IURD, está envolvido numa rede internacional de adoções ilegais de crianças e que os seus próprios “netos” são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja.

Segundo a reportagem intitulada “O Segredo dos Deuses”, que começa a ser transmitida na TVI esta segunda-feira, a IURD tinha, na década de 90, um lar ilegal de crianças, em Lisboa, de onde foram levados vários menores, à revelia das suas mães.

As crianças eram entregues diretamente no lar, à margem dos tribunais, por famílias em dificuldades e acabavam no estrangeiro, adotadas por bispos e pastores da igreja de forma irregular e sem direito de contraditório às famílias, adianta a investigação das jornalistas Alexandra Borges e Judite França.

A TVI descobriu que Edir Macedo “está envolvido nesta rede internacional de adoções ilegais de crianças, e que os seus próprios ‘netos’ são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja”.

Segundo um comunicado da TVI relativo à investigação, “um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido à mãe na maternidade e a registá-lo diretamente como seu filho biológico”.

“Isto aconteceu debaixo dos nossos olhos e retrata o esquema que estava montado num lar ilegal”, disse o diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, no final da apresentação da reportagem à imprensa.

A situação “atinge a cúpula da IURD”, adiantou, sublinhando que “as crianças foram levadas sem que os tribunais ouvissem as famílias das crianças”.

“O Estado não esteve completamente bem aqui, mas nunca é tarde para repor a verdade”, disse Sérgio Figueiredo.

O lar abriu em 1994 em Lisboa e foi legalizado em 2001. A IURD acabou por encerrá-lo em 2011, alegando como motivo a crise.

Esta é a primeira série informativa da televisão portuguesa e será revelada em dez episódios, sendo o primeiro transmitido hoje a seguir ao “Jornal das 8”.

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