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Teorias da conspiração!

Luis Barreira

Quando era jovem e a partir do assassinato de John Kennedy e as suas mais elaboradas explicações, até às várias interpretações sobre o atentado contra as Torres Gémeas, passando pela possibilidade de termos sido visitados por extraterrestres, tenho seguido com algum interesse todas as especulações sobre muitos dos acontecimentos reais, que suscitam mais do que a explicação oficial.
Se explorar o contraditório é um exercício fundamental para quem se interroga, nem sempre essas chamadas “teorias da conspiração” possuem argumentos capazes de convencer os mais cépticos na procura da verdade. No entanto, muitas outras, lançam sérias dúvidas sobre as explicações contidas nos discursos públicos, cujos argumentos mais parecem destinados a simplificar a compreensão dos povos, retirando benefícios particulares dessa percepção.
Saltando do mundo em geral para o nosso pequeno rectângulo, vem isto a propósito dos recentes debates, entre todas as forças políticas portuguesas, sobre o Orçamento do Estado português para 2018.
As confederações patronais nacionais, associadas aos partidos políticos que lhes dão substância ideológica, queixam-se que o patronato não pode deixar aumentar o salário mínimo sem obter ganhos suficientes com uma baixa dos seus impostos, sob pena de começarem a falir muitas das empresas. Além disso, argumentam que o Governo tem vindo a beneficiar em muito os funcionários públicos, criando uma grande disparidade e antinomia com os “coitados” do privado.
Depois da grave situação que atingiu os trabalhadores portugueses no passado, este discurso do patronato capta alguma reflexão e compreensão pelo medo, entre aqueles que querem preservar o seu emprego, tão duramente abalado no passado recente. No entanto, a nossa economia tem crescido exponencialmente e, com ela, mais empresários muito ricos se têm reproduzido. Se tivermos em consideração algumas das referências e conselhos das instituições europeias, de que Portugal tem notavelmente subido o nível do emprego, mas que essa mão-de-obra é precária e mal paga, podemos tirar outras conclusões da argumentação patronal.
Como diria Pacheco Pereira (PSD):“O amor da direita pelo trabalho e pelos trabalhadores privados exerce-se em todos os sítios menos nas empresas e nas fábricas”!
Uma outra “teoria da conspiração”, muito mais elaborada, que podemos sujeitar à nossa especulação sobre o actual momento político português, é o propalado “novo ciclo” da actual governação, sujeito a cada vez mais problemas com o seu núcleo parlamentar de apoio, nomeadamente o Partido Comunista Português, que faz agora descer à rua a contestação dos sindicatos, sempre que o Governo não cede no parlamento. Além de que os compromissos, entre uns e outros, só são possíveis ao fim de longas horas de hesitação e negociação entre as partes.
Entre os partidos da oposição (PSD/CDS) e os habituais comentários anti-governo, uns dizem que acabou o “estado de graça” de António Costa, outros afirmam que o Primeiro-ministro perdeu autoridade e outros ainda, que a “geringonça” está no seu estertor.
Partindo do princípio que o actual Primeiro-ministro, considerado um hábil político, não sofreu nenhum acidente físico que o levasse a perder faculdades, podemos conjecturar outro tipo de motivos que tenham conduzido a este reerguer da contestação sindical!…
Até agora e em todas as sondagens, o PS, embora subindo de apoio, não conseguiu alcançar a maioria absoluta necessária a um futuro governo sem alianças, embora PSD e CDS estejam longe de obter essa maioria. E, como até às próximas eleições legislativas, é previsível que a economia nacional não evolua na mesma progressão como até agora, tal situação não vai permitir um aumento significativo da popularidade do Governo, pela distribuição da riqueza gerada. Logo, se o PS quiser voltar a ser governo, considerando os velhos e “futuros” anti-corpos que lhe excluem quaisquer alianças com o PSD e CDS, terá de manter os seus actuais aliados.
Como o PCP perdeu muitos votos nas últimas eleições autárquicas e a sua força reside na contestação sindical, para que ele se disponha a manter-se como aliado do PS é preciso que se recomponha da derrota que sofreu. Se ambas as partes ganharem com isso, o PS pode “fingir” alguma resistência às pretensões reivindicativas do PCP e sindicatos, atribuindo-lhes a vitória pelos resultados obtidos e, assim, manter um eventual parceiro.
Pode parecer uma teoria muito sucinta e rebuscada, mas não deixa de ser possível como tantas outras, ou seja, vale o que vale!…
Nota: Portugal com 94% do território em seca severa e 6% em seca extrema. Ainda não chove!

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