DesportoMundo

Sair com nódoas negras, mas a sorrir de um combate em Budapeste

Hungria, 0 – Portugal, 1

Houve «mortos», houve feridos, mas Portugal continua de pé e na luta com a Suíça pelo acesso direto ao Mundial 2018. Em Budapeste, a seleção nacional travou um verdadeiro combate, sobretudo no primeiro tempo, mas venceu-o com a inteligência de um campeão europeu no segundo.

A equipa das Quinas garantiu, para já, o play-off de apuramento. Tudo pode suceder nos próximos dois encontros (Andorra e Suíça), mas Portugal terá sempre uma segunda oportunidade para chegar à Rússia. O golo de André Silva permite à seleção ser dona do próprio destino. Em Budapeste, apesar da agressividade contrária, Portugal agarrou-o.

 

O onze, a lesão e o cartão vermelho

Havia a batalha de Nuremberga, no Mundial 2006, houve nesta noite a de Budapeste. A agressividade imposta pelos húngaros fez mossa na seleção. Na cara de Pepe, na de Cédric, nas pernas de André Silva e não só.

Fernando Santos tinha escolhido trocar quatro peças do último jogo para este, mas uma ficou danificada ainda antes da meia-hora de jogo: Fábio Coentrão saiu lesionado. Não por qualquer adversário, mas porque os músculos, parece, cederam. Foi a primeira vítima de um encontro descontrolado até então.

Portugal ainda deu a sensação, durante alguns minutos, de domínio. O esforço húngaro para lá do limite equilibrou as coisas.

Depois, Priskin foi expulso. O jogo parecia cair, em definitivo, para o lado lusitano. Ronaldo já tinha tentado o golo quando havia 11 para 11, Cédric desperdiçou ocasião ao rematar por cima, mas entre o cartão vermelho e o intervalo houve apenas uma oportunidade.

Porquê? Porque Portugal não se entendeu com a agressividade da Hungria. Foi no jogo húngaro, não trocou a bola como devia, não serenou o rival e deixou disputarem-se lances quando não havia necessidade para o fazer. Ainda assim, a oportunidade de André Silva a terminar o primeiro tempo era um prenúncio para a segunda parte.

João Mário e João Moutinho eram os mais esclarecidos da noite de Budapeste ao intervalo. Eram e foram no segundo também, diga-se. Por isso, o jogo desenrolou-se quase sempre pelo lado esquerdo do ataque. No direito, Gelson Martins esteve apagado. A bola preferiu quase sempre quem tinha mais brilho na noite. E esses estavam do outro lado.

Numa combinação entre João Mário e Moutinho surgiu Ronaldo lançado pela esquerda. O capitão cruzou e o valente André Silva resolveu a batalha de Budapeste com coragem: meteu a cabeça onde um húngaro foi com o pé e fez o 1-0.

 

Bernardo Silva, para esconder a bola

Apesar das nódoas negras, era Portugal quem se erguia no relvado. Fernando Santos decidiu: era altura de acabar com aquele clube de combate húngaro e meteu Bernardo Silva em campo.

Com o esquerdino do Manchester City, João Mário e Moutinho tiveram outro apoio. Portugal trocou a bola pacientemente e com inteligência. Sem riscos, sem pressas, sem desferir o golpe fatal. Pelo contrário, o 1-0 e o relógio eram suficientes para deixar a Hungria sangrar até à fatalidade de ficar eliminada do Mundial 2018.

O último lance do jogo foi apenas o último sinal de vida de uma esperança húngara, falecida agora porque não vai à Rússia. Já Portugal, jogo a jogo, seja ele uma metáfora bélica ou mera goleada futebolística, vai abrindo caminho até lá.

Falta tirar duas pedras do caminho, ainda. A mais leve Andorra e a mais pesada Suíça. Ainda assim, se a seleção falhar no objetivo, já sabe: tem sempre uma segunda oportunidade. Garantiu-a nesta noite.

 

Jogo na Groupama Arena, em Budapeste.

Hungria – Portugal, 0-1.

Ao intervalo: 0-0.

Marcador:

0-1, André Silva, 48 minutos.

 

Equipas:

– Hungria: Péter Gulácsi, Attila Fiola, Richárd Guzmics, Tamás Kádár, Mihály Korhut, Máté Pátkai, Ákos Elek (Ádám Pintér, 67), Gergö Lovrencsics (Roland Vara, 78), Balázs Dzsudzsák, Tamás Priskin e Márton Eppel (Dániel Böde, 61).

(Suplentes: Adam Kovácsik, Balász Megyeri, Szilveszter Hangya, Ádám Nagy, Dániel Nagy, Dániel Böde, Ádám Pintér, Roland Varga, Zoltán Stieber e Dávid Márkvart).

Selecionador: Bernd Storck (alemão).

– Portugal: Rui Patrício, Cédric, Bruno Alves, Pepe, Fábio Coentrão (Eliseu, 28), Danilo Pereira, João Mário, João Moutinho, Gelson Martins (Bernardo Silva, 63), Cristiano Ronaldo e André Silva (Ricardo Quaresma, 86).

(Suplentes: Bruno Varela, Beto, Ricardo Pereira, José Fonte, Eliseu, William Carvalho, André Gomes, Adrien Silva, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Ricardo Quaresma e Nelson Oliveira).

Selecionador: Fernando Santos.

 

Árbitro: Danny Nakkelie (Holanda).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Máté Pátkai (20), Ákos Elek (45+2), Balász Dzsudzsák (82), Cristiano Ronaldo (89) e Attila Fiola (89). Cartão vermelho direto para Tamás Priskin (30).

Assistência: Cerca de 23.000 espetadores.

 

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER