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Sandro Pinto, Director Executivo do Centro de Formação da LiUNA – Local 183: Formação em Aprendizagem, Formação em Competências e Formação em Saúde e Segurança

Por: Carmo Monteiro (Revista Amar)

Na indústria da construção desde os finais dos anos 90, Sandro Pinto aventurou-se por este setor ainda enquanto jovem estudante universitário, aproveitando o período de verão para trabalhar em part-time. Uma experiência gratificante, aliada a um bom relacionamento e ambiente com os trabalhadores no terreno, cria as condições ideais para “agarrar” uma oportunidade num dos sindicatos locais da LiUNA. Em 2002, é contratado para o centro de formação como primeiro coordenador de aprendizagem.

Hoje, Sandro Pinto assume o papel de Diretor Executivo do Centro de Formação da LiUNA Local 183, que oferece aos membros, principalmente, Formação em Aprendizagem, Formação em Competências de Construção e Formação em Saúde e Segurança em cinco campus principais: Vaughan, Cobourg, Toronto, Barrie e Kingston. O objetivo é proporcionar a todos os formandos o mais alto padrão de competências e formação de segurança.

À medida que uma nova era começa para o Centro de Formação da LiUNA Local 183, este grande sindicato da construção vai adotando novas tecnologias e métodos de formação, incluindo o uso de novos materiais, ferramentas e técnicas que estão a ser aplicadas nos locais de trabalho, ou já estão presentes no dia-a-dia do trabalho que os seus membros realizam.

A sua formação prática visa simular uma configuração verdadeira do setor de construção para garantir que os empreiteiros recebem trabalhadores competentes e produtivos.

Através dos seus programas de aprendizagem, recrutam e formam a força de trabalho futura para os seus parceiros da indústria. O sindicato orgulha-se ainda de oferecer os mais extensos cursos de saúde e segurança para garantir a segurança de todos e cada um dos seus formandos e membros.

 

O Sandro Pinto está nesta indústria desde os finais dos anos 90, salvo erro. O que o motivou a entrar neste ramo?

“Tenho estado no setor da construção desde o final da adolescência, como estudante de verão num part-time, enquanto estava na universidade. Portanto, eu tirava tempo, durante o período de verão, para trabalhar com uma companhia que me aceitasse. O meu pai foi um executivo sindical aqui por vários anos. 

Adorei o facto de estar no terreno, o pagamento era bom, o relacionamento e ambiente com os outros trabalhadores era bom e divertido (…). Depois entrei para o campo da saúde e segurança no centro de formação. Por isso, tornei-me um steward no terreno – o Jack era o meu representante -; tomei uma outra posição de trabalho de verão, num dos sindicatos locais da LIUNA. Fiquei lá, ao longo de ano e meio,  fui contratado para o centro de formação como primeiro coordenador de aprendizagem, em 2002.

Foi assim que eu cheguei ao centro de formação. Estou aqui desde 2002.”

 

Com o passar dos anos, as responsabilidades foram aumentando. Hoje, o Sandro é o diretor executivo do centro de formação da Local 183. Num resumo, quais são as suas principais funções e tarefas diárias?

“Sou responsável por toda a operação do centro de formação da Local 183. Por toda a parte administrativa (staff), todos os seus instrutores, todos os seus campus – desde Cobourg, Barrie, Vaughan, Kingston -, estão todos sob a minha supervisão, diariamente. Apenas faço o relatório ao conselho de administradores e corpo governativo do centro de formação. 

Qualquer interação governamental, quaisquer oportunidades de financiamento, quaisquer novos (e atuais) programas de formação, comités provinciais e da indústria, tudo isso faz parte da minha responsabilidade.”

 

Como perspetiva o seu futuro próximo nesta indústria?

“Sou relativamente jovem. E estou aqui há já algum tempo. Já vi muitas coisas acontecerem, mas o futuro está em aberto, Gosto muito de estar no centro de formação. Há muitas coisas que ainda podemos fazer. Há um conjunto de coisas em que estamos a trabalhar. O nosso conselho de administração é muito proativo e apoiante de novas iniciativas, seja abrir novos centros de formação, ou expandir a nossa área geográfica.

A formação é uma parte fundamental da indústria da construção. Por isso, o crescimento registado e o meu papel, como parte desse crescimento, são realmente … o céu é o limite, para ser sincero. Podemos avançar para muitas diferentes áreas. Continuamos a crescer e a expandir, novos programas. E expandir o centro de formação de diferentes maneiras é algo do qual sinto entusiasmo e espero fazer parte, por certo.”

 

A Local 183 promove o Industry Awareness Event. Qual é o principal objetivo desta iniciativa anual?

“É uma forma de nós termos juntos os nossos parceiros da indústria, as Locais ‘irmãs’, os executivos, dentro da LiUNA. Sempre que promovemos o evento, procuramos atualizar a indústria e o que estamos a fazer enquanto organização, seja a compra de um novo veículo de formação móvel, ou para apresentar as instalações de formação em Vaughan e Couborg  (…). Mostrar às pessoas o que estamos a fazer e quais as novas iniciativas em que estamos a trabalhar. É também uma forma para estabelecer contactos governamentais e para os políticos saírem e falarem sobre algumas das coisas em que a província está a trabalhar e de que forma a LiUNA Local 183 pode fazer parte disso.”

 

Nos últimos anos, tem havido uma clara aposta nas novas tecnologias. Era importante preparar o sindicato e, no caso, o centro de formação para o futuro?

“Essa é uma boa pergunta. Nós trabalhamos com o governo num conjunto de novas iniciativas que saíram ou estão para sair (…). Tudo isso, desde maquinaria que continuamos a comprar, formação móvel, online, que continuamos a introduzir. Os govermos estão a apostar na formação em baixo carborno, rehabilitações urbanas e energia verde (…). Vamos estar fortemente envolvidos na produção de formação que gira em torno de pessoas que fazem esse tipo de trabalho. Isso vai ser uma grande parte da província do Ontário nos próximos 25-30 anos. Estamos sempre ‘atentos’ relativamente a novas tecnologias que estão a chegar à indústria. É uma parte importante do nosso mandato.”

 

Ainda assim, quais são os principais desafios que a indústria da contrução enfrenta?

“Há muitos estudos que falam da escassez de mão-de-obra qualificada. A nossa função no centro de formação é envolver e formar os atuais membros e pô-los ao corrente da formação em saúde e segurança e formação de competências. E também recrutar novos membros e novos trabalhadores da construção, disponibilizando-lhe uma formação introdutória ou formação específica para eles irem trabalhar.

É muito importante. Quando se trata de escassez de mão de obra qualificada, nos próximos 20 anos, quando vemos os membros ir para a reforma, o centro de formação desempenha um papel importante na substituição dessas pessoas. Isso é muito difícil. 

Aqueles que estão agora a reformar-se, nos seus quase 60 anos, eram trabalhadores muito produtivos na indústria. E tentar trazer jovens – entre os 19-26 anos de idade – e ver essas pessoas fazer o que esses trabalhadores faziam é impossível. Isso leva tempo (…). Esta é uma das principais funções do centro de formação – recrutar novas pessoas para fazer face à escassez de pessoal qualificado.”

 

Tem havido a preocupação de alargar a oferta de novos cursos de formação?

“Estamos sempre dispostos a abrir novos programas (…). Desde 2011, introduzimos entre 9-13 novos programas.”

 

O centro de formação é apenas para os trabalhadores do sindicato Local 183 ou abre as portas a outros formandos?

“Primariamente, o mandato é para nós formarmos os membros da Local 183 (…). Eles são os beneficiários deste centro de formação. Mas fazemos formação de aprendizagem com grupos indígenas, trabalhamos com diferentes direções escolares (…). Temos um conjunto de parceiros aos quais disponibilizamos formação ao longo dos anos.”

 

Que estratégias foram adotadas nos últimos anos para atrair os jovens para esta indústria da construção?

“Somos um dos poucos centros de formação, na indústria, que tem uma pessoa de divulgação dedicada e essa posição e o que a pessoa faz é entrar em contacto com as direções escolares, providenciar visitas aos nossos campus de formação; seja para aconselhamento dos estudantes, pais, diretores, abrimos a porta a todos, para que eles venham até nós e vejam o que fazemos. Além disso, temos feiras de emprego (…).”

 

O centro de formação disponibiliza formação em mais do que uma língua de forma a ajudar os que não dominam o inglês, por exemplo?

“O conjunto dos membros é muito diversificado. Temos pessoas com diferentes passados culturais e étnicos que tiram cursos nos centros de formação. O centro de Vaughan é, sem dúvida, onde existe mais diversidade. Os nossos cursos são disponibilizados e ensinados na língua inglesa (…). Temos instrutores que falam mais do que uma língua que não o inglês. Mas há a ‘linguagem de construção’ que é universal.”

 

Recentemente foi feito o lançamento oficial do novo website, com uma imagem online renovada, intuitiva e de fácil navegação. Esta nova ferramenta online tem ajudado aos vossos propósitos?

(…) “A estrutura da LIUNA Local 183 … estipulou o objetivo de atrair o mais possível a juventude. A tecnologia faz parte disso (…). Ter um novo website, torná-lo dinâmico, de modo a poder continuar com uma nova postura, adicionar novos programas, mudar as cores, mudar o ecrã. Temos de atrair a atenção dos jovens.

Fizemos isso com o website e, até ao momento, tem funcionado muito bem. Estamos a introduzir um novo portal ao website, nos próximos seis meses, o que vai ser diretamente dirigido aos jovens que integram os nossos programas, para que se mantenham em contacto connosco. E estamos a considerar um conjunto de outras opções, como o Instagram, Twitter, Facebook … para alargar (esse raio de ação). Creio que é um caminho inevitável face à demografia que queremos atingir. Temos que seguir nesse caminho, mas fazê-lo da forma mais correcta.”

 

O executivo da Local 506 está a ampliar o seu centro de formação, num investimento de vários milhões de dólares. Quais são os planos da parte da Local 183 quanto a uma renovação ou ampliação dos espaços existentes?

(…) “Não há planos sólidos para construir um novo centro de formação. Mas foi algo que já discutimos. Já houve lugar a algumas discussões sobre o que poderá ser mais útil para o novo terreno do centro de formação. Mas nada foi decidido ainda.”

 

Algum pedido ou mensagem final para a comunidade?

“Para os membros atuais, que possam vir a ler o artigo, se tiverem filhos/netos, outros familiares, amigos que estejam dispostos a entrar numa carreira viável, uma carreira duradoura (…), vejam o nosso website, telefonem e interajam connosco, porque não há melhores referências do que as que vêm da parte dos nossos membros.”

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