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Kátia Mesel: “Demorei 10 anos para realizar este filme”

Cineasta brasileira esteve no programa radiofónico “Camões em
Toronto” para falar sobre o documentário “O Rochedo e a Estrela”

A cineasta e artista gráfica brasileira Kátia Mesel, participou no programa radiofónico “Camões em Toronto”, onde teve oportunidade de falar sobre “O Rochedo e a Estrela”, um documentário de 84 minutos em português, de 2011, que apresenta um conjunto de atores menos conhecidos do público.
Este filme, a primeira longa-metragem da realizadora Kátia Mesel, responsável por curtas premiadas, como “Recife de dentro pra fora”, de 1997, filme inspirado em poema de João Cabral de Melo Neto, e na sua vida no Capibaribe, integrava a lista de 12 filmes participantes na 11ª edição do Brazil Film Fest Toronto, realizada entre os dias 3-5 de novembro, na TIFF Bell Lightbox.
Sob o tema “Grandes filmes com um sabor tropical”, o programa deste ano pretendia refletir a diversidade e riqueza cultural do Brasil.
Acompanha por Sérgio Xocolate, ator brasileiro a viver em Toronto, a cineasta pernambucana explicou o processo de produção deste documentário que aborda a expansão do judaísmo em Pernambuco, no século XVII.
“Demorei 10 anos para realizar este filme”, diz a cineasta, que antes de realizar o roteiro, passou quatro anos a fazer pesquisa, viajando por Portugal, Espanha, Holanda, EUA, e França, um pouco, em busca de mais registos históricos e pictóricos que ajudassem a reconstituir o mais fielmente possível o período da época, ainda que com algum metaforismo à mistura.
“Historicamente, este filme é um retrato de grande importância para a memória natural do Brasil, para a memória natural de Pernambuco”, sublinhou Sérgio Xocolate, que também participou na banda sonora de “O Rochedo e a Estrela”. O filme enfoca principalmente o período holandês e como Maurício de Nassau favoreceu a liberdade religiosa, o que permitiu a existência de uma comunidade judaica e a fundação no Recife da primeira sinagoga das Américas, a Zur Israel.
Narra também como a expulsão de holandeses e judeus em 1654 culminou com a fundação da primeira colónia judaica da América do Norte, em Nova Amsterdão (Nova York), por judeus que tiveram que deixar Pernambuco. Mostra ainda a grande mistura étnica nordestina, que junta Portugueses, africanos, índios, judeus, holandeses.
Agora, diz Kátia Mesel, o “O Rochedo e a Estrela” vai ganhar expressão mediática no Carnaval do Rio de Janeiro, considerado o maior carnaval do mundo pelo Livro de Recordes (Guinness World Records), visto que o enredo da escola de samba campeã do ano passado (Portela) para 2018 vai estar relacionado com o filme.
O trabalho de Kátia Mesel, a primeira realizadora a participar num Festival de Cinema no Brasil, é marcado pelo registo da cultura popular pernambucana, sobre a qual realizou mais de 300 obras audiovisuais, em diversos géneros desde as décadas de 60 até ao momento.

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