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Fafá de Belém Do Tamanho Certo para o Meu Sorriso

Fafá de Belém tem no seu sorriso uma das suas marcas registradas. A cantora espalha talento, simpatia e felicidade há quatro décadas. A sua dimensão é enorme e a música brasileira e o Brasil devem muito a esta Diva.

Fafá de Belém, Fafá de Lisboa ou Fafá do Mundo?

Eu sou um misto. Eu sou uma cantora popular. Digo sempre que sou uma mulher brasileira que gosta de cantar e gosto de conhecer lugares. Gosto de ser acarinhada, em especial toda a comunidade lusófona que me recebe com muito carinho seja onde quer que eu vá. É quase como eu estivesse em casa. Estive á pouco tempo em Toronto e senti-me completamente em casa, apesar de estar muito gripada e pensei não estender o espectáculo mas…fiquei quase 3 horas no palco. Foi maravilhoso e lindo.

É uma psicóloga em forma de artista?

Eu acho que todo o artista é um pouco psicólogo. Nós quando falamos de coisas nossas, de dor, de alegrias, de encontro, com sinceridade sem nos preocuparmos, sem uma linguagem muito rabuscada, sem aquela imagem de intelectual, estamos a ser psicólogos connosco e com o público. Existe pessoas que querem fazer do palco um concerto para amigos. Eu tenho meus amigos, os meus fãs e tenho o que gosto de cantar. Entendo que a música é uma terapia. Quando eu em criança comecei a cantar, eu sentia cada palavra que cantava e a partir daí escolhi a opção de ser uma cantora romântica. Até nas coisas que eu não entendia eu sentia. Acho que a psicologia da canção ajuda muito principalmente porque cantamos os gritos sem dizer que somos nós.

Nesses gritos, preciso emoção, arrepio e não se render a modas para sentir a música?

Sim claro. A linguagem da canção tem que ter sinceridade e sentir emoção cada vez que canto. Não tenho obrigação nenhuma em gravar discos, nunca fui obrigada a fazer nada. Este novo disco «Do tamanho certo para o meu sorriso», vem quase 8 anos depois da última entrada em estúdio. Foi uma opção minha e vendo bem já edito através do meu selo a Caiapó desde 2000. Nesse tempo a música e as editoras foram tomando rumos onde se coloca outras coisas á frente, o marketing o departamento comercial…então optei por fazer através do meu selo e depois negociar a distribuição. Quando eu comecei á 42 anos atrás, tínhamos a liberdade de fazer e não a obrigação de vender. Acho qua agora essa coisa da venda imediata foi tomando um corpo e criando guetos e isso dominou o mercado e isso não foi a minha escolha. É sempre uma música só que me leva para dentro do estúdio, nunca é a dita obrigação. Desta vez foi o tema «Meu Coração é Brega». Senti a emoção e o tal arrepio desse Brega que é um sentimento popular, o que não é cool.

Gosta muito de Portugal. Sentiu necessidade em Janeiro de 2013, de solicitar dupla cidadania?

Não. Na realidade eu tenho uma família portuguesa. A minha costela portuguesa é muito forte, a minha avó era de Castelo de Paiva, o meu avô de Vouzela e o meu pai criado em Leça da Palmeira e a minha mãe era de S. Miguel nos Açores. Por isto tudo, Portugal esteve sempre muito presente na minha vida até que chegou um dia em que pensei ter a cidadania portuguesa. Registei o casamento da minha mãe, fui em busca dos documentos dos meus avós e até já tenho uma neta portuguesa.

Muitas músicas são feitas para a Fafá . Sente que os temas que são compostos, a música tem lá o seu ser e a marca? Temas de ícones como Milton Nascimento, Chico Buarque, Suely Costa, Ivan Lins.

Escolhe sempre coisas que se pareçam comigo ou que me falem naquele momento fortemente senão não canto. O que fala hoje pode ser o que não fala amanha não sigo uma regra. Não faço planos para novos trabalhos. Não sei se será guitarrada se será daqui a 4 ou 5 anos. Estou muito feliz com este trabalho é uma ousadia porque sempre tive 13, 14 e até 30 músicos em cena e agora fazer um trabalho com 2 músicos e um computador é um salto muito grande e muito mais para alguém com 61 anos de idade. Para mim é uma novidade enorme, fiquei muito preocupada mas o tamanho da música não depende de quantos músicos tenha. O importante é a execução e ter o sentimento principalmente da minha amazónia.

Dor e amor são sempre os temas das suas letras?

De todas nós.
Qualquer mulher que não canta isso não viveu.

É o povo que ensina ao artista o que ele tem de cantar ou é o artista que deve ensinar ao povo o que ele tem de ouvir?

Acho que temos que ouvir o que bate no nosso coração e o que tem sintonia. Quando monto um espectáculo com luz precisa, com direcção, troca de figurinos etc, eu sinto a plateia. Ás vezes as pessoas estão tímidas eu até começo a cantar de costas. Aos poucos o público vai se envolvendo até que entra no espectáculo. Eu não ensino nada ao meu público, eu quero que ele ouça e que sintam que existe uma sonoridade que não é o samba, que não é o Xé que não é o sertanejo que não é o pagode, mas sim uma sonoridade muito brasileira, indígena amazónica num misto de alegria, felicidade, vontade de dançar e de beijar na boca.

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