Comunidade

Concurso de Maios na Galeria dos Pioneiros Portugueses

Humberta Araujo
Curadora

Guardar a história dos pioneiros portugueses e dar a conhecer as tradições lusas aos mais novos, são algumas das metas a atingir pela Galeria dos Pioneiros Portugueses. Neste sentido, a galeria está a programar para o mês de maio, um concurso de Maios nas suas instalações, e convida as coletividades e escolas a participarem nesta iniciativa.
Recorde-se que em algumas ilhas dos Açores e em diversas regiões do continente português, no primeiro dia de maio, se pode encontrar nas portas ou janelas, reminiscências desta tradição, que assume aspetos diferentes, dependendo da localidade onde o costume encontra-se ainda vivo. Por exemplo, no Alto-Minho, a tradição dita, um pequeno ramo de giesta a enfeitar o exterior das casas. Esta, segundo a sabedoria popular, é uma antiga reminiscência, que se relaciona com a lenda do rei Herodes, e cujo objetivo seria o de afastar as “forças do mal”. Quando Herodes soube que a Sagrada Família, na fuga para o Egito, iria passar a noite numa certa aldeia, decidiu mandar matar todas as crianças do sexo masculino. Perante tal morticínio, alguém o informou não ser necessário tão grande sacrifício, já que colocaria um ramo de giesta florida, na casa onde Jesus pernoitasse. Contudo, e como conta a história, todas as casas da aldeia apareceram na manhã seguinte enfeitadas com o ramo de giesta florida.
Em Ponte de Lima, na freguesia de Calheiros, diz-se que na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, o diabo anda à solta, e que não entra onde haja o Maio. Muitas destas antigas celebrações, terão como origem antigos ritos e cultos agrícolas, com o objetivo de marcar o fim do Inverno e a chegada da Primavera. No Alto Alentejo, «deitava-se a maia», ou seja, os rapazes atiravam um ramalhete de flores pelas aberturas das casas das namoradas, testemunhando o seu amor. Ainda no continente português, os «maios», na configuração de bonecos vestidos, continuam a encontrar-se um pouco por todo o País, embora mais acentuadamente no Sul. Nos Açores, particularmente em algumas ilhas como S. Miguel, São Jorge, Graciosa, Terceira e Santa Maria é cada vez mais comum encontrar-se Maios, expostos em diversas encenações nas ruas, à porta das casas, as janelas ou nos muros.
Mas nem tudo foram sempre flores para os maios e as maias. Esta tradição popular, chegou mesmo a ser proibida temporariamente em Lisboa, por carta régia, em 1402, e substituída por «procissões muito devotas», cujo objetivo, era proteger a religião cristã». As comemorações do primeiro de maio eram «vistas como rituais pagãos». Numa carta de 1385, o rei D. João I, dizia mesmo que eram «um costume diabólico e um crime de idolatria».
Para os/as interessadas em participar neste concurso, pode telefonar para o 647 994 5840, ou enviar mensagem, através do endereço: [email protected].

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