Comunidade

Carnaval em pleno sucesso!

Avelino Teixeira

Aconteceu no domingo 11 de fevereiro no Saint John’s Hall organizado pela Primeira Irmandade do Divino E. Santo de Mississauga a cargo de Dinarte Teves, que com a sua direção recebeu onze danças do carnaval. O espetáculo era amplificado pelo Dj J.L. Audio, dos irmãos Lúcio e José Carlos, dois indivíduos muito simpáticos que fazem um bom trabalho em prol de quem os contrata.
Sob o olhar atento de Lúcia Teves preparavam-se várias iguarias que eram vendidas para angariar fundos para fins benéficos daquela organização que realiza no dia 24 de fevereiro a noite do abate suíno e no dia 1 de abril danças da Páscoa.
O Carnaval, derivado de uma festa pagã iniciada há centenas de anos na Itália que se propagou pela Europa e mais tarde foi levada para a América Latina, é uma prática desenvolvida pelos escravos após a sua liberação em 1836. Essa forma de “Teatro de Rua”, que possivelmente terá sido levada para a Ilha Terceira, nos Açores, pelos primeiros povoadores, é hoje uma diversão respeitada e admirada pelos terceirenses que teimam em preservá-la aonde quer que vivam. Este ano o Carnaval à moda da Terceira voltou em força a pisar os palcos dos seguintes salões; Casa dos Açores de Ontário, Igreja de Santa Helena, Casa do Alentejo de Toronto, Graciosa Community Centre, Igreja de S. José em Oakville, Centro Cultural Português de Mississauga e Saint John’s Hall.
Eis as danças, pela ordem de apresentação, que começaram às catorze horas e terminaram pelas vinte e quatro:
Bailinho da Banda do Senhor Santo Cristo – com 27 elementos, “Desapega-te” aborda um médico que tenta separar dois homens siameses. A música é da autoria do grupo.
Amigos do Carnaval de Toronto – em representação do Centro Comunitário Graciosense, com 26 elementos, representavam a história denominada “Quem será o pai das crianças?” A letra é de Hélio Costa.
Dança de Pandeiro dos Amigos da Terceira – com 28 elementos, representando a peça “A defender as nossas tradições”, escrita por Armindo Amarante e encenada por Bruno Amarante, um jovem com treze anos que segue as pisadas do pai. Criticavam o elevado preço das viagens da Azores Airlines e o fim de algumas associações açorianas em Toronto.
Dança da Caloura – com cantigas e assunto denominado “Lá em casa manda a Rosa” da autoria do veterano terceirense, João Mendonça, com música criada pelo grupo, discutia o conflito entre o casal que disputa os afazeres caseiros.
Dança de Hamilton – com 16 elementos, elegantemente fardados com cores beije escuro e azul esverdeado, representando a “Dança do vizinho” tema criado por Tony Silveira também responsável pela composição musical.
Dança do Centro C. P. de Mississauga – com 30 elementos fardados com cores rosa e pérola que argumentava a situação de um “Restaurante à moda do freguês” descrita pelo impressionante ator Rui Garcia com música do fado Maria Lisboa. No palco via-se um restaurante onde o empregado servia os clientes com muito sentido de humor.
A Irmandade do Espírito Santo do Imigrante apresentava uma dança de pandeiro constituída por 17 elementos com enredo escrito por João Mendonça denominado “Tourada na Augusta”, ensaiado por outro veterano, Rui Soveta, com música de Passo-Doble, indicativa para o fato de que se iria discutir touros e ganadeiros com piadas inofensivas para alguns deles, nomeadamente, Fernando Marques e sua falecida Nikita. O conhecido José Fernandes, um dos fundadores do grupo musical “Só Forró”, deu um ar do seu talento e graça com uma formidável improvisação que servia de saudação aos imigrantes e de alerta para a continuidade do Carnaval.
Amigos da Casa trouxeram consigo uma dança com 18 elementos representando o assunto chamado “As desgraças ao Santo” criado por Marco Fernandes. Tratava-se de uma imagem de Santo António que iria sair em procissão e tinha que ser limpa e vestida. Envolvia duas mulheres que limpavam a igreja e duvidavam uma da outra pela forma atrevida como tratavam o Santo. A música foi criada por Ruben Martins e Bruno Silva.
Outra Dança de pandeiro com 21 elementos, um deles americano, foi trazido pelos Amigos das Tradições Terceirenses tratando de um assunto intitulado “Fofinha das confusões” da autoria do multifacetado Roberto Picanço que também escreveu as cantigas para a música de Manny Ramos talentoso jovem que executando o seu Acordéon as cantou integralmente.
A Igreja portuguesa de Oakville também esteve presente com a sua dança e trouxe o tema “Duas velhas de férias no Canadá”. A viagem foi atribulada e na chegada ao terminal do Pearson Airport tiveram que ser revistadas. Depois de serem obrigadas a despir-se chegaram à conclusão de que o que uma delas trazia era a buceta de tabaco de cheirar presa às cuecas. A letra é de Ramiro Nunes e a música foi criada pelo grupo. Bernice Rocha, dona de uma voz maravilhosa, conduzia o grupo de 16 elementos fardados com cores cinzento-azulado e amarelo.
A maratona Carnavalesca terminava com outra Dança de pandeiro da responsabilidade da organização “Jovens das Tradições Terceirenses”. Ao todo eram 32 indivíduos a representarem uma peça chamada “Família XXXL” composta por avó, mãe o filhos descrita por João Mendonça com música de Manuel Ramos. Tratava-se de uma família extremamente obesa que é levada a um regime dietético por uma neta que regressa de uma missão de serviço na China.
Em suma, foi mais uma fantástica maratona carnavalesca, envolvendo muitas crianças que deverão dar continuidade ao Carnaval. Festa que em tempos áureos era chamada “teatro de rua” mas que se adaptou aos palcos das casas de espetáculo para mais conforto e comodidade do público. Viva o Carnaval!

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