Comunidade

Abate suíno pretexto para angariação de fundos

Avelino Teixeira

No sábado 24 de fevereiro, a Primeira Irmandade do Espírito Santo de Mississauga esteve em mote festivo revivendo tradições que, nos dias de hoje, tendem a desaparecer pelo menos da forma como eram vividas em tempos idos. Compareceram no evento mais de seis centenas de indivíduos que, depois do saboroso jantar com iguarias próprias do dia, se divertiram com o apreciado conjunto Karma Band e o dinâmico cantor Victor Martins. Presentes as Irmandades da Igreja de Oakville, Picoense, Mariense e S. João de Cambridge, e de Toronto a Irmandade Açoriana.
Quando eu era criança e até mesmo já adolescente,e janeiro e fevereiro eram meses de muita ansiedade para mim, pelo facto de gostar de animais dos quais faziam parte leitões que o meu pai levava para o nosso quintal que, depois de crescidos e gordos, eram abatidos para a nossa alimentação. Eu e meus irmãos brincávamos com eles até aos seus últimos dias de vida. Naquela altura parecia que todos os dias se ouviam lamentos dos porcos ao serem levados para os bancos onde eram abatidos. Eu sofria muito com isso. Enquanto criança nunca ajudei nas lides do abate. Fugia e tapava os ouvidos para não ouvir os gritos desesperados e atormentados do animal até que um dia, teria eu tido dezassete anos, o meu pai obrigou-me a segurar o sacrificado. Não tenho palavras para expressar o que eu senti naquela hora. Foi tal a minha angústia que jurei não torná-lo a fazer, e assim procedi durante toda a minha vida. Respeito quem o faz porque alguém tem que ser forte, mas sou apologista de que deveria haver uma outra forma de abater animais minimizando os seus sofrimentos.
Naquele dia do Abate Suíno no Saint John’s Hall ainda se podia ver os dois animais dependurados no palco para contento de quem aprecia o dia de matança à moda antiga, mas sem o tradicional rancho à porta como era hábito nos meus tempos. Ouve sim muita música mas para dançar e o espaço tornou-se pequeno para acomodar quem queria dar ao pé. Isso aconteceu depois da refeição, (para a qual o Reverendo Padre Fernando Pinto invocou a bênção), que foi preparada e servida pelos indivíduos na foto aqui publicada, sempre sob o olhar atento e cuidadoso de Lúcia e Dinarte Teves que se sacrificam em prol do bem-fazer.
Como quase sempre acontece, alguns convivas estavam a celebrar o seu aniversário nomeadamente Manuel Cândido Martins, ex-diretor daquela irmandade, que no dia anterior tinha completado 91 anos de idade. A direção atual juntou-se à família trazendo-lhe um bolo de aniversário enquanto que, a Karma Band e Victor Martins, lhe cantavam os parabéns que se estendiam ao resto dos aniversariantes.
O evento que terminara às primeiras horas da madrugada do domingo, e agradara a “gregos e troianos” teve apresentação de Fátima Bento e o patrocínio de Costa Produce, Destiny Managemente Services, Montanha Fish Store, Vivita Bakery, Manuel Meireles & Família, Nosso Talho, Marble Tiles, Adelino Costa, Padaria Trigo, e ainda das ganadarias Vaz Lourenço, Borges e Luísa da Silva. Tenhamos em mente estas firmas que, semana após semana, vão patrocinando os eventos que acontecem nos nossos clubes e associações apoiando-as e preferindo os seus produtos. Bem hajam!

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